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24/11/2004 - 10h14

Lula negocia recuo do PMDB e reaproximação de aliados

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da Folha Online

Depois de comunicar os ministros petistas que perderão espaço, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá pessoalmente as negociações para reorganizar a base que sustenta o seu governo e retomar as votações no Congresso. O primeiro passo será dado nesta quarta-feira, numa reunião com os deputados do PMDB, o principal aliado no Legislativo.

A conversa de Lula com os peemedebistas ocorrerá num almoço promovido pelo ministro Eunício de Oliveira (Comunicações). O processo de reagrupar os deputados do partido, entretanto, teve início nesta terça, numa reunião entre Eunício, Amir Lando (Previdência Social) e lideranças da sigla na Casa.

Nesta quarta, o presidente prometerá atender a algumas reivindicações dos peemedebistas. Em resumo: mais espaço no governo, o que deverá significar um terceiro ministério, e maior participação nas decisões do governo.

Além de chefiar dois ministérios, o PMDB possui diversos cargos no segundo escalão do governo e tem 76 cadeiras na Câmara, a segunda maior bancada. No Senado, tem 23 representantes. A pauta da Câmara segue emperrada por mais de 20 medidas provisórias.

O líder do PMDB na Câmara, deputado José Borba (PR), afirmou que o clima da bancada na Câmara para a reunião é tranqüilo. "O partido vai ouvir o presidente, não vai levar reivindicações", afirmou. Na seqüência, disse que se o PMDB comandar mais um ministério a pasta deve ter "poder decisório, influência orçamentária e financeira e que o ministro tenha a caneta na mão".

Segundo o ministro Eunício, a maioria dos integrantes do PMDB quer permanecer no governo Lula. Ele não soube dizer quantos deputados da bancada irão ao almoço amanhã.

Na semana passada, Lula se reuniu com os senadores do partido. Na reunião, o presidente prometeu enterrar a emenda que trata da reeleição das Mesas Diretoras do Congresso.

Nesta terça-feira, o senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais defensores do governo dentro do PMDB, afirmou que o partido deverá ganhar mais uma pasta. "A expressão do partido eu acho que ele tem que ter um espaço maior. O PMDB é um partido de uma dimensão que hoje é muito importante para a governabilidade do país. Acho que o PMDB tem que ter mais espaço no governo", disse.

Sarney e os dois ministros integram a ala do partido que resiste às pressões dos governadores e do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pelo rompimento com o governo. Ontem, Temer classificou o almoço de Lula com os deputados como "tentativa de cooptação".

PT

O encontro com os peemedebistas ocorrerá após uma reunião entre Lula e 17 ministros do PT. O 18º é Tarso Genro (Educação), que não compareceu por estar em viagem à Espanha.

De acordo com o senador Aloizio Mercadante, o PT "facilitará" para o presidente recompor seu ministério e agradar aos partidos aliados. "Seguramente o PT facilitará o presidente da República a escalar a seleção do Brasil e montar o melhor time para jogar esse segundo tempo", disse.

Para acomodar aliados e formar o chamado "governo de coalizão", parte dos 18 petistas que ocupam hoje ministérios deve deixar os cargos. Entre os cotados para sair, está o ministro Olívio Dutra (Cidades).

Além do PMDB, o PTB deverá ganhar mais espaço e o PP comandará uma pasta. Na semana passada, o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), declarou que a sigla ficará com a pasta do Esporte.

Oposição

Enquanto o presidente negocia a formação de um "governo de coalizão", as bancadas do PSDB e do PFL no Congresso apresentaram uma lista de reivindicações para desobstruir as votações.

A oposição cobra a presença de ministros e integrantes do primeiro escalão no Congresso para prestar esclarecimentos, a retirada do projeto que prevê a criação do Conselho Federal de Jornalismo e a a correção da tabela do Imposto de Renda.

Pauta

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reclamou continuidade da paralisia dos trabalhos em Plenário. "Os problemas dos partidos já foram apresentados, praticamente todos os pedidos foram atendidos, alguns integralmente, outras em grande medida", disse.

"A sociedade está nos olhando e quer que esta Casa vote as coisas importantes para o país", afirmou.

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