10/02/2005 - 16h29

Skaf diz que Lula também não está feliz com elevação de impostos

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está feliz com a MP (medida provisória 232), que elevou a carga tributária dos prestadores de serviços. Ele deverá integrar a comitiva de empresários que se reunirá com Lula e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) para discutir modificações nessa medida provisória.

"O presidente Lula é uma pessoa de bom-senso e sensível. Ele também não está feliz [com a MP 232]", afirmou.

Segundo Skaf, a MP 232 "traz preocupações não só para o setor de serviços, mas para a indústria e comércio". "Ela traz preocupações para toda a sociedade. A indústria depende do setor de serviços."

Editada no final do ano passado para corrigir em 10% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, a MP 232 incluiu medidas para compensar a perda de arrecadação com a correção.

A base de cálculo da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e do Imposto de Renda para as empresas prestadoras de serviço foi elevada de 32% para 40%.

A medida provisória também prevê o pagamento da CSLL e do IR em cima dos ganhos que grandes empresas, com participação acionária no exterior, obtêm com variações cambiais.

A reunião entre os empresários com Lula e Palocci deve ser marcada para a próxima semana. Skaf está esperando por um telefonema da Presidência confirmando o encontro.

Além da Fiesp, várias entidades de representação já se manifestaram contra a MP 232. Na terça-feira, por exemplo, um grupo de 100 categorias de prestadoras de serviços deve realizar um ato público contra a MP 232 no Clube Espéria, zona norte de São Paulo. Os organizadores esperam reunir 2.000 pessoas no local.

Carga

O presidente da Fiesp afirmou ainda que cobrará de Lula o compromisso de não elevar a carga tributária em seu governo. "Parece que houve a elevação de 1% na carga tributária. Vamos cobrar medidas compensatórias para essa elevação", disse Skaf.

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