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09/06/2005 - 12h44

Varig consegue ampliar prazo de pagamento de taxas da Infraero

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
FABIANA FUTEMA

da Folha Online, em Brasília e São Paulo

A Varig conseguiu negociar com a Infraero --estatal que administra os aeroportos brasileiros-- a ampliação do prazo de pagamento das taxas aeroportuárias. O pagamento, que vinha sendo feito diariamente, passará a ser feito a cada 15 dias, segundo o presidente do conselho de administração da Varig, David Zylbersztajn.

Mas a Infraero impõe condições para aprovar o acordo. Para evitar o que aconteceu no ano passado, quando autorizou o pagamento quinzenal e ficou sem receber R$ 132 milhões, o presidente da Infraero, Carlos Wilson, exigiu da Varig um plano para o pagamento da dívida. A dívida total da Varig com a Infraero é de R$ 317 milhões.

Caso o plano para a dívida hoje cobrada na Justiça seja aprovado, o pagamento quinzenal ainda deverá ser feito com cheque caução, pré-datado, no valor correspondente às tarifas relativas aos 15 dias futuros. Hoje, a Varig ainda recolheu a tarifa diária junto a Infraero no valor de R$ 1,3 milhão.

O acordo para o pagamento quinzenal, chegou a ser rejeitado pela diretoria da Infraero, mas o ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar, teria intercedido em favor da Varig, segundo a Folha Online apurou.

Com esse acordo, a Varig conseguirá ganhar fôlego e dessa forma fazer caixa para honrar outras dívidas. A Infraero passou a exigir da Varig o pagamento diário das taxas aeroportuárias em novembro passado. Desde então, a companhia paga R$ 1,3 milhão por dia para a estatal. O pagamento atrasou entre o final de abril e o começo de maio, em meio à mudança no controle da aérea.

A possibilidade de efetuar pagamentos quinzenalmente coloca a Varig em condição de igualdade de tratamento com a TAM e Gol, que também recolhem as tarifas aeroportuárias da Infraero de 15 em 15 dias.

Zylbersztajn está reunido nesta quinta-feira com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim. Ele quer discutir com Jobim a indenização que a Varig tem a receber da União por perdas ocorridas no período de congelamento tarifário. O caso foi julgado favorável para a Varig pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Credores

Zylbersztajn disse que o maior problema da Varig para reestruturar sua dívida é o tempo. "Nosso pior inimigo é o tempo."

Segundo ele, a empresa está negociando a reestruturação de sua dívida com todos os credores.

A exceção fica com as empresas de leasing de aviões, que ameaçam retomar aviões da Varig se a empresa não regularizar o pagamento dos contratos de arrendamento.

Ele admitiu, entretanto, que a pressão das empresas de leasing atrapalha a renegociação. "Mas nível de adesão dos outros credores é satisfatório."

A Folha Online apurou que as empresas de leasing querem um comprometimento maior por parte da Varig sobre o pagamento das parcelas em atraso. A retomada dos aviões é apenas o instrumento que elas têm para pressionar a empresa e forçar um acordo.

Segundo o executivo, a Varig nunca contou com a possibilidade de receber o apoio de 100% dos credores ao plano de reestruturação. Mas ele "considera chegar a um número que viabilize a operação".

Zylbersztajn disse ainda que está contratando um banco para avaliar o valor da empresa e dar mais transparência à operação. "O valor é aquele que alguém está disposto a pagar". Ele não divulgou o nome do banco.

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