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09/06/2005
-
15h02
PATRÍCIA ZIMMERMANN
FABIANA FUTEMA
da Folha Online, em Brasília e SP
A Varig reforçou nesta semana as negociações com seus principais credores. Depois de se encontrar com representantes do Banco do Brasil e da Infraero, o presidente do conselho de administração da Varig, David Zylbersztajn, se reuniu hoje com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim.
Zylbersztajn disse que não fez nenhum pedido específico paras Jobim. Mas admitiu que o apoio do STF é importante para o pedido de indenização à União referente às perdas provocadas pelo congelamento tarifário. A causa, que já recebeu sentença favorável no STJ (Superior Tribunal de Justiça), deve seguir para o STF.
O plano da Varig é tentar um acordo com a União que permita que as duas partes façam o chamado "encontro de contas".
Pelos cálculos de Zylbersztajn, a União deve R$ 4,5 bilhões em indenização judicial para a Varig. Já a dívida da área junto às estatais seria da ordem de R$ 5 bilhões. Se um valor fosse deduzido do outro, o endividamento da Varig cairia para R$ 500 milhões.
"Se não houver acordo, a situação financeira [da Varig] ficará difícil", disse Zylbersztajn.
Ele admitiu que a viabilidade do plano de reestruturação financeira da Varig depende da redução da dívida da companhia. "O saneamento, do ponto de vista financeiro, é que torna a Varig viável.
Ela só sobrevive com capitalização, que só é viável se houver redução do passivo", afirmou Zylbersztajn.
Segundo ele, um eventual apoio de Jobim à proposta aumentaria a credibilidade da Varig perante o governo e a opinião pública.
Outros credores
Enquanto tenta o apoio do STF para a proposta de "encontro de contas", Zylbersztajn corre contra o relógio para tentar renegociar com credores o alongamento do prazo das dívidas. "Nosso adversário é o tempo e temos de economizar oxigênio até chegar à margem."
Hoje, por exemplo, a Infraero concordou em alongar o prazo de recolhimento das taxas aeroportuárias mediante a apresentação de cheque pré-datado. O pagamento, que era diário, será quinzenal.
A Varig também espera fechar um acordo do mesmo tipo com a BR Distribuidora. Zylbersztajn disse que a proposta de ampliação do prazo de pagamento deverá ser analisada pelo conselho de administração da Petrobras, na próxima semana. "Pleiteamos o mesmo tratamento que é dados aos nossos concorrentes", disse ele se referindo à Gol e a TAM, que possuem prazos mais longos para pagamento do combustível. O vencimento da Varig é diário.
Zylbersztajn também disse que a situação da Varig com o Banco do Brasil está praticamente normalizada. "Estamos com quase 2/3 de uma linha de recebíveis."
TAP
O plano de reestruturação da Varig também prevê a entrada da portuguesa TAP no capital da empresa.
Zylbersztajn afirmou que as negociações com a TAP foram estendidas por mais 15 dias nesta semana.
Segundo ele, a TAP está contratando um escritório para negociar com a Varig. A aérea brasileira, por sua vez, está contratando um banco para avaliar o valor da Varig e assim dar mais transparência à operação. "O valor é aquele que alguém está disposto a pagar", disse Zylbersztajn, sem revelar o nome do banco.
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FABIANA FUTEMA
da Folha Online, em Brasília e SP
A Varig reforçou nesta semana as negociações com seus principais credores. Depois de se encontrar com representantes do Banco do Brasil e da Infraero, o presidente do conselho de administração da Varig, David Zylbersztajn, se reuniu hoje com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim.
Zylbersztajn disse que não fez nenhum pedido específico paras Jobim. Mas admitiu que o apoio do STF é importante para o pedido de indenização à União referente às perdas provocadas pelo congelamento tarifário. A causa, que já recebeu sentença favorável no STJ (Superior Tribunal de Justiça), deve seguir para o STF.
O plano da Varig é tentar um acordo com a União que permita que as duas partes façam o chamado "encontro de contas".
Pelos cálculos de Zylbersztajn, a União deve R$ 4,5 bilhões em indenização judicial para a Varig. Já a dívida da área junto às estatais seria da ordem de R$ 5 bilhões. Se um valor fosse deduzido do outro, o endividamento da Varig cairia para R$ 500 milhões.
"Se não houver acordo, a situação financeira [da Varig] ficará difícil", disse Zylbersztajn.
Ele admitiu que a viabilidade do plano de reestruturação financeira da Varig depende da redução da dívida da companhia. "O saneamento, do ponto de vista financeiro, é que torna a Varig viável.
Ela só sobrevive com capitalização, que só é viável se houver redução do passivo", afirmou Zylbersztajn.
Segundo ele, um eventual apoio de Jobim à proposta aumentaria a credibilidade da Varig perante o governo e a opinião pública.
Outros credores
Enquanto tenta o apoio do STF para a proposta de "encontro de contas", Zylbersztajn corre contra o relógio para tentar renegociar com credores o alongamento do prazo das dívidas. "Nosso adversário é o tempo e temos de economizar oxigênio até chegar à margem."
Hoje, por exemplo, a Infraero concordou em alongar o prazo de recolhimento das taxas aeroportuárias mediante a apresentação de cheque pré-datado. O pagamento, que era diário, será quinzenal.
A Varig também espera fechar um acordo do mesmo tipo com a BR Distribuidora. Zylbersztajn disse que a proposta de ampliação do prazo de pagamento deverá ser analisada pelo conselho de administração da Petrobras, na próxima semana. "Pleiteamos o mesmo tratamento que é dados aos nossos concorrentes", disse ele se referindo à Gol e a TAM, que possuem prazos mais longos para pagamento do combustível. O vencimento da Varig é diário.
Zylbersztajn também disse que a situação da Varig com o Banco do Brasil está praticamente normalizada. "Estamos com quase 2/3 de uma linha de recebíveis."
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