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15/06/2005
-
19h40
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) resolveu atender a apelos de empresários, políticos e até do Palácio do Planalto e, após nove meses consecutivos de alta, decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 19,75% ao ano. A decisão foi unânime.
"Avaliando as perspectivas para a trajetória da inflação, o Copom decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 19,75% ao ano, sem viés", diz a nota do Comitê divulgada logo após a reunião.
A decisão não surpreende o mercado financeiro, já que a maior parte apostava na manutenção.
Nas atas das últimas reuniões, a justificativa da autoridade monetária para as altas era a persistência da inflação. No entanto, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) deu forte sinais de desaceleração em maio, quando ficou em 0,49%, contra 0,87% no mês anterior.
Há também uma queda nas expectativas de inflação por parte do mercado, que está em 6,21%. Ainda está acima do objetivo do BC, que é uma inflação de 5,1% medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mas já é menor do que expectativas anteriores.
O IPCA é o indicador usado pelo governo para a meta de inflação, que, segundo a margem de tolerância fixada pelo BC, pode chegar a até 7% neste ano.
Justificativas
Mesmo com a interrupção do ciclo de altas, o BC ainda deve sofrer críticas por ser considerado o responsável pelo desaquecimento da economia.
No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento de 4,9%, o maior desde 1994. No entanto, o crescimento no primeiro trimestre de 2005 foi de apenas 0,3% na comparação com o trimestre anterior. Já a produção industrial, que no ano passado cresceu 8,3%, ficou estável em abril na comparação com março.
Após a divulgação do resultado do PIB, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) reduziu a projeção de crescimento deste ano de 3,5% para 2,85%.
O fim do processo de alta dos juros deve agradar parcialmente a empresários, sindicalistas e a classe política em geral, que vêm pressionando fortemente o BC nos últimos meses.
A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 23, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.
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BC mantém juros em 19,75% e interrompe seqüência de nove altas
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da Folha Online, em Brasília
O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) resolveu atender a apelos de empresários, políticos e até do Palácio do Planalto e, após nove meses consecutivos de alta, decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 19,75% ao ano. A decisão foi unânime.
"Avaliando as perspectivas para a trajetória da inflação, o Copom decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 19,75% ao ano, sem viés", diz a nota do Comitê divulgada logo após a reunião.
A decisão não surpreende o mercado financeiro, já que a maior parte apostava na manutenção.
Nas atas das últimas reuniões, a justificativa da autoridade monetária para as altas era a persistência da inflação. No entanto, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) deu forte sinais de desaceleração em maio, quando ficou em 0,49%, contra 0,87% no mês anterior.
Há também uma queda nas expectativas de inflação por parte do mercado, que está em 6,21%. Ainda está acima do objetivo do BC, que é uma inflação de 5,1% medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mas já é menor do que expectativas anteriores.
O IPCA é o indicador usado pelo governo para a meta de inflação, que, segundo a margem de tolerância fixada pelo BC, pode chegar a até 7% neste ano.
Justificativas
Mesmo com a interrupção do ciclo de altas, o BC ainda deve sofrer críticas por ser considerado o responsável pelo desaquecimento da economia.
No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento de 4,9%, o maior desde 1994. No entanto, o crescimento no primeiro trimestre de 2005 foi de apenas 0,3% na comparação com o trimestre anterior. Já a produção industrial, que no ano passado cresceu 8,3%, ficou estável em abril na comparação com março.
Após a divulgação do resultado do PIB, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) reduziu a projeção de crescimento deste ano de 3,5% para 2,85%.
O fim do processo de alta dos juros deve agradar parcialmente a empresários, sindicalistas e a classe política em geral, que vêm pressionando fortemente o BC nos últimos meses.
A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 23, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.
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