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15/06/2005 - 20h17

Para indústria, fim do ciclo de alta da Selic chegou tarde

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da Folha Online

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter o juro básico em 19,75% ao ano, após nove altas consecutivas, chegou tarde na avaliação de representantes dos setores industriais.

Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, a manutenção da Selic em 19,75% "sepulta definitivamente o primeiro semestre e já ameaça os seis meses restantes de 2005".

Skaf ressalta a discrepância entre o patamar dos juros e os alarmantes dados relativos ao nível de atividades. Segundo ele, as estatísticas do próprio governo e dos distintos setores da economia demonstram que o primeiro semestre de 2005 já está perdido, com clara tendência de retração.

"Agora, é preciso salvar o ano. E isto somente será possível se os juros caírem rapidamente, considerando que o mercado demora a refletir a oscilação das taxas", avalia Skaf. "Esperamos, portanto, que o fato de o Copom ter mantido a Selic inalterada seja o marco de um ciclo descendente, interrompendo-se a escalada da taxa iniciada em setembro do ano passado", acrescentou.

Ciesp

O diretor do departamento de economia do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Boris Tabacof, também argumenta que "é necessária uma queda imediata da taxa de juros".

"Não há motivos para o governo manter os 19,75% atuais, que atrofiam a atividade industrial. Taxas elevadas só alimentam o horizonte de incertezas inibindo os investimentos. Há dois trimestres consecutivos ocorre queda de investimentos no Brasil: no primeiro trimestre deste ano a redução foi de 3% e no último trimestre do ano passado a queda chegou a 3,9%", diz em nota.

Segundo Tabacof, em vez de deprimir o consumo para controlar a inflação, o país precisa expandir a oferta, o que só é possível com investimentos. "Temos condições de baixar os juros e voltar a crescer. O momento político não deve anular essa possibilidade."

Abiesv

Para o presidente da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo), Marcos Andrade, a decisão do Copom de não aumentar mais o juro é tardia, "mas renova as esperanças do setor varejista para o segundo semestre de 2005".

Segundo o empresário, se houver reflexo na ponta, ou seja, diminuição das taxas de financiamento no médio prazo, é possível que o desempenho das empresas que fornecem equipamentos para lojas seja melhor do que o inicialmente previsto para este ano.

"Ainda é cedo para qualquer prognóstico, mas o fato é que as sucessivas altas nos juros estavam sufocando a indústria, com expressiva diminuição das encomendas no primeiro quadrimestre deste ano. Agora, esperamos que o cenário possa começar a mudar", afirmou Andrade.

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