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29/06/2005 - 09h42

Crise do arroz corta 20 mil vagas, diz entidade

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

A Federarroz (Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul) estima que 20 mil trabalhadores tenham perdido o emprego apenas no Estado, devido à crise no setor, relacionada à concorrência com os importados da Argentina e do Uruguai. O presidente da entidade, Valter Pötter, disse que, apenas de março a junho, o prejuízo com a venda abaixo do custo já chega a R$ 300 milhões.

"Além de não comprar insumos, não reformar máquinas e não investir, o setor teve que reduzir pessoal", disse ele, que ainda espera solução do governo federal para a compra do excedente. Os produtores reivindicam R$ 75 milhões, além dos R$ 600 milhões anunciados pelo governo.

O impasse maior, porém, refere-se ao preço da saca (50 quilos) proposto pelo governo. Os agricultores esperavam aumento de R$ 20 (preço atual) para, no mínimo, R$ 25. Segundo Pötter, a contraproposta do governo --de R$ 23,75-- apenas reduz prejuízos.

A crise com os arrozeiros argentinos e uruguaios segue. Os argentinos chegaram a preparar uma represália às manifestações dos brasileiros, que bloquearam estradas diariamente por mais de 45 dias. Os protestos gaúchos só não continuam porque os produtores estão no "tratoraço", em Brasília.

Os problemas se agravaram em 2004, quando o Brasil atingiu auto-suficiência na produção, ao ultrapassar 12,5 milhões de toneladas. Mesmo produzindo mais do que consome, o país continuou importando de Argentina, Uruguai, EUA e Tailândia. O arroz do Mercosul chega ao Brasil custando entre R$ 20 e R$ 22 a saca. Os custos no Rio Grande do Sul (responsável por 50% da produção nacional) superam R$ 30 a saca.

Os arrozeiros pedem a imposição de cotas e taxações aos importados. Nova preocupação dos produtores se refere à política.

O chanceler argentino, Rafael Bielsa, foi designado cabeça-de-chapa entre os candidatos ligados ao presidente Néstor Kirchner nas eleições para deputado nacional pela cidade de Buenos Aires, em 10 de outubro.

Como Kirchner precisa tomar medidas populares --a defesa do setor produtiva nacional, por exemplo--, isso pode significar endurecimento no Mercosul.

As eleições de outubro são uma espécie de plebiscito a respeito da primeira metade do governo Kirchner.

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