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29/06/2005
-
09h54
da Folha de S.Paulo
Depois de iniciar ontem as manifestações do "tratoraço", representantes de agricultores de 11 Estados mais o Distrito Federal têm audiência hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e esperam que pelo menos parte de suas reivindicações seja atendida.
Três medidas estavam sendo analisadas pelo governo: 1) destinar mais R$ 2 bilhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para agricultores que tiveram quebra de safra (R$ 1 bilhão já foi destinado aos produtores de região em estado de calamidade); 2) transferir para o final do contrato parcelas de financiamento rural que vencem entre julho e novembro e 3) liberar algumas garantias de empréstimos para que possam ser usadas como garantia de novos financiamentos.
Questionado sobre as medidas, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) confirmou que estavam sendo estudadas, mas não se comprometeu com o anúncio para hoje. "Tudo está sendo analisado e estudado", afirmou. Os agricultores esperam ainda a liberação de R$ 100 milhões para o seguro rural.
Com o "tratoraço", os produtores pretendem chamar a atenção para o que chamam de "a pior crise de todos os tempos" na agricultura. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que organiza a manifestação, elevou as projeções e pretende reunir mais de 3.000 tratores e 20 mil agricultores hoje na Esplanada dos Ministérios. Cerca de 6.500 pessoas participaram da manifestação ontem, segundo os organizadores.
Os produtores reclamam de perda de renda (causada segundo eles pela política macroeconômica do governo), infra-estrutura precária (o que encarece o frete), falta de política agrícola de longo prazo e alto custo de produção.
Para enfrentar esses problemas, eles querem que o governo amplie as linhas de crédito, renegocie suas dívidas, fortaleça o orçamento do Ministério da Agricultura, autorize a importação de agroquímicos, destine recursos para o seguro rural e aprove a proposta do setor para a próxima safra.
Segundo os agricultores, a área econômica está insensível e eles são vítimas de preconceito no governo. "Se não for preconceito, o [Antonio] Palocci [Filho, ministro da Fazenda] é um tremendo pão-duro", disse o coordenador nacional do tratoraço, Homero Pereira. "Tudo é superávit, mas ele tem que saber que quem dá o superávit é a agricultura."
A audiência com Lula é considerada pela organização do tratoraço como o ponto alto do evento, mas ontem o dia já foi agitado.
À tarde, houve uma audiência pública com integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara e do Senado. Quem não pôde entrar se aglomerou no gramado em frente ao Congresso.
Alguns tratores entraram na contramão, na pista de saída do local, com o objetivo de posicionar as máquinas em frente ao Congresso, mas foram barrados por carros da Polícia Militar.
Por volta das 15h, alguns manifestantes invadiram o espelho d'água diante do Congresso. Os policiais se postaram em um cordão de isolamento, só observando.
Logo surgiu um boneco representando o presidente Lula, destruído pelos agricultores. Os tratores foram ligados e houve coros de "Mensalão" e "Fora Lula".
"Tudo está absolutamente normal. Todas as categorias fazem isso. Hoje não é diferente", afirmou o coronel Cerqueira, responsável pelo policiamento.
Os manifestantes rezaram diante do caixão de "Antônio Sofrido do Campo" e queimaram notas de R$ 1 e R$ 5 e US$ 1.
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Depois de iniciar ontem as manifestações do "tratoraço", representantes de agricultores de 11 Estados mais o Distrito Federal têm audiência hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e esperam que pelo menos parte de suas reivindicações seja atendida.
Três medidas estavam sendo analisadas pelo governo: 1) destinar mais R$ 2 bilhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para agricultores que tiveram quebra de safra (R$ 1 bilhão já foi destinado aos produtores de região em estado de calamidade); 2) transferir para o final do contrato parcelas de financiamento rural que vencem entre julho e novembro e 3) liberar algumas garantias de empréstimos para que possam ser usadas como garantia de novos financiamentos.
Questionado sobre as medidas, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) confirmou que estavam sendo estudadas, mas não se comprometeu com o anúncio para hoje. "Tudo está sendo analisado e estudado", afirmou. Os agricultores esperam ainda a liberação de R$ 100 milhões para o seguro rural.
Com o "tratoraço", os produtores pretendem chamar a atenção para o que chamam de "a pior crise de todos os tempos" na agricultura. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que organiza a manifestação, elevou as projeções e pretende reunir mais de 3.000 tratores e 20 mil agricultores hoje na Esplanada dos Ministérios. Cerca de 6.500 pessoas participaram da manifestação ontem, segundo os organizadores.
Os produtores reclamam de perda de renda (causada segundo eles pela política macroeconômica do governo), infra-estrutura precária (o que encarece o frete), falta de política agrícola de longo prazo e alto custo de produção.
Para enfrentar esses problemas, eles querem que o governo amplie as linhas de crédito, renegocie suas dívidas, fortaleça o orçamento do Ministério da Agricultura, autorize a importação de agroquímicos, destine recursos para o seguro rural e aprove a proposta do setor para a próxima safra.
Segundo os agricultores, a área econômica está insensível e eles são vítimas de preconceito no governo. "Se não for preconceito, o [Antonio] Palocci [Filho, ministro da Fazenda] é um tremendo pão-duro", disse o coordenador nacional do tratoraço, Homero Pereira. "Tudo é superávit, mas ele tem que saber que quem dá o superávit é a agricultura."
A audiência com Lula é considerada pela organização do tratoraço como o ponto alto do evento, mas ontem o dia já foi agitado.
À tarde, houve uma audiência pública com integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara e do Senado. Quem não pôde entrar se aglomerou no gramado em frente ao Congresso.
Alguns tratores entraram na contramão, na pista de saída do local, com o objetivo de posicionar as máquinas em frente ao Congresso, mas foram barrados por carros da Polícia Militar.
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