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18/09/2006 - 09h43

Municípios sofrem com falta de profissionais qualificados

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da Folha de S.Paulo, no Rio

A falta de mão-de-obra qualificada para gerir a máquina pública é uma das preocupações da Associação Brasileira dos Municípios, que organiza cursos para capacitar gestores a atuar conforme a legislação e de forma mais eficiente.

Para o diretor-executivo da entidade, José Carlos Rassier, o nível dos cargos de gerência é, na verdade, reflexo do baixo nível educacional de toda a população: "O gestor público vem obviamente dessa sociedade em que a mão-de-obra qualificada é escassa. É por isso que tomamos a iniciativa de criar uma escola de gestão pública".

Uma das razões que levou a ABM a criar esse curso foi a constatação de que boa parte das irregularidades cometidas por municípios não eram fruto de má-fé, mas de má gestão. "Analisamos 860 prefeituras auditadas pela Controladoria Geral da União e constatamos boa parte das irregularidades não estavam relacionadas à corrupção, mas à falta de qualificação para a gerência", diz. Segundo ele, um dos agravantes para essa situação é que a legislação ficou muito mais complexa. "Nós achamos extremamente importante essas iniciativas que dão mais transparência e rigor nas compras públicas, mas é preciso preparar os gestores públicos para lidar com essa complexidade".

Na terça-feira passada, um dos gestores a participar de um curso da ABM era Sylvio Tejada Xavier, prefeito de Tapes, no interior do Rio Grande do Sul. Ele conta que é difícil contratar, em seu município, profissionais com nível superior.

"Felizmente, a administração pública hoje é bastante regulamentada. Mas isso cria também algumas limitações. Eu, por exemplo, tenho dificuldade em achar profissionais de nível superior para trabalhar com os salários que a Lei de Responsabilidade Fiscal me permite oferecer", diz Xavier.

O prefeito relata também uma dificuldade enfrentada tanto em muitas cidades pequenas. "Diariamente, saem do meu município cerca de 250 pessoas para fazer cursos superiores em cidades vizinhas. Só que elas acabam se formando e buscando oportunidades de trabalho em centros maiores", diz ele.

O mesmo problema é enfrentado pelo prefeito Carlos Pereira, de Tanguá (RJ). Ele conta que, por isso, resolveu criar uma escola profissionalizante para funcionários públicos e para empregados de empresas privadas que prestam serviço para a prefeitura.

"Nossa idéia foi investir na formação de agentes públicos que, uma vez capacitados, têm que repassar o conhecimento para os colegas. Buscamos um efeito multiplicador", afirma.

Um desses cursos forma funcionários para aproveitarem futuras oportunidades em uma refinaria da Petrobras, que deverá ser construída no município vizinho de Itaboraí.

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