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Alunos da USP ameaçam resistir em reintegração se houver uso de força policial
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CLAYTON FREITAS
da Folha Online
Os alunos que ocupam desde o último dia 3 a reitoria da USP ameaçam resistir à ordem de reintegração de posse, caso a Polícia Militar use a força para retirar os estudantes do local. A afirmação é de Danilo Carloti, que representa os universitários e participa nesta segunda-feira de uma reunião com o comandante do Policiamento de Choque, coronel Joviano Conceição Lima.
No encontro, Carloti leu uma extensa carta enviada pelos alunos e que critica a ação policial. O mandado de reintegração de posse foi expedido na quarta-feira (16) pela 13ª Vara da Fazenda Pública. Na ocasião, um oficial de Justiça esteve ao prédio da reitoria, mas não foi recebido pelos alunos. Sem conseguir entregar o documento, ele solicitou auxílio à PM.
O promotor Carlos Cardoso, assessor especial de direitos humanos do Ministério Público, também participa da reunião. Ele elogiou a atitude da PM de realizar uma reunião prévia com os universitários, antes de auxiliar a reintegração de posse. Sobre a ocupação e a depredação do prédio da reitoria, ele disse que "não constituem comportamento ilegal".
A afirmação de Carloti foi reiterada em nota enviada à imprensa, na qual os estudantes disseram que não se reuniriam com a PM porque a "única negociação possível é com a reitoria. Defendemos a autonomia da universidade e negociar com a PM seria um ataque a esta autonomia". "Se houver uso da força policial, resistiremos", diz o documento.
Para o advogado Mário de Oliveira Filho, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o enfrentamento com a tropa de choque é desnecessário. "A gente sabe como começa, mas não sabe como termina", disse.
Antes da reunião proposta pela PM --e que prosseguia, por volta das 11h--, os estudantes se reuniram com a reitora da USP, Suely Vilela, para discutir uma possível retirada pacífica do prédio. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) participava da conversa.
Ocupação
Os universitários ocuparam a reitoria por não terem sido recebidos pela direção da universidade para entregar uma carta com várias reivindicações, entre elas mais moradias estudantis, reformas em prédios da universidade e um posicionamento oficial da reitoria a respeito dos decretos do governador José Serra (PSDB), entre eles o que criou a Secretaria de Ensino Superior.
Em nota enviada à imprensa no sábado (19), a reitoria da USP pediu que alunos e funcionários da universidade desocupem pacificamente as dependências do prédio da reitoria.
Cerca de 500 alunos permaneciam na manhã desta segunda-feira no prédio da reitoria. Eles têm o apoio de funcionários do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).
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