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Alunos da USP se recusam a participar de reunião técnica com a PM
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CLAYTON FREITAS
da Folha Online
Os alunos da USP que ocupam o prédio da reitoria desde o último dia 3 disseram nesta quarta-feira que não vão participar de reunião técnica proposta pelo comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar, prevista para acontecer na quinta-feira (24).
O coronel Joviano Conceição Lima, comandante da tropa de choque, disse na terça-feira (22) que convidaria os alunos a participarem da reunião na sede do comando, no bairro da Luz (região central de São Paulo).
Os universitários decidiram ocupar a reitoria após não terem sido recebidos pela direção da universidade para entregar uma carta com uma lista de reivindicações, entre elas, mais moradias, a reforma dos prédios e um posicionamento oficial da reitoria a respeito dos decretos do governador José Serra (PSDB), entre eles o que cria a Secretaria de Ensino Superior.
No último dia 16 a Justiça expediu um mandado de reintegração de posse do prédio. A PM foi acionada porque, na ocasião, um oficial de Justiça esteve no prédio da reitoria mas não foi recebido pelos alunos.
"Nós não negociamos com a PM", disse o estudante Diogo Campanhã, 21, da comissão de ocupação da reitoria.
Campanhã disse que a greve deflagrada após assembléia realizada nesta quarta pelos professores ligados a Adusp [Associação dos Docentes da USP], reforça o movimento dos alunos.
"Nós repudiamos a ação da PM dentro da cidade universitária. Os docentes da USP e os servidores do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) também têm essa posição", disse o universitário.
O coronel Joviano disse ontem que, uma recusa por parte dos alunos em participar da reunião técnica --na qual eles seriam informados sobre os detalhes da operação da PM na reintegração--, sinalizaria uma indisposição, demonstrada desde a última segunda-feira (21), quando os alunos foram convidados a participar de uma reunião ocorrida no comando com entidades de direitos humanos, representantes do Ministério Público, Assembléia Legislativa e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Segundo Campanhã, os alunos estão dispostos a dar continuidade às negociações com a reitoria. Ele criticou a posição da reitora Suely Vilela, que afirmou ontem que não iria mais se reunir com os alunos.
O comandante foi procurado pela reportagem da Folha Online e não localizado até as 18h10.
A assessoria de imprensa da USP rebateu as acusações do aluno dizendo que, desde o primeiro dia de ocupação a reitoria negociou com os estudantes sem recusa alguma e atendeu a todos os convite feitos pelos alunos. Segundo a reitoria, eles não aceitaram as propostas apresentadas.
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