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09/02/2001 - 02h32

Alunos da rede pública da capital retornam às aulas em galpões

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    da Folha de S.Paulo

    Ontem, enquanto a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, visitava três escolas municipais no primeiro dia de aula da rede, alguns alunos voltavam às aulas em escolas ainda em situação precária.

    Apenas na zona sul da cidade, cerca de 1.800 crianças que não conseguiram vagas em Emeis (pré-escolas) assistiam às aulas em 12 galpões improvisados.

    Essa medida foi adotada pela Drem 5 (delegacia de ensino que abrange cinco distritos da zona sul) para amenizar o problema da falta de vagas em Emeis.

    "Sabemos que não é o ideal, mas foi a solução que encontramos para garantir o direito dessas crianças", diz a delegada da Drem 5, Carmella Maria Meller.

    Ensino fundamental

    Outro caso de situação precária foi encontrada na Emef (Escola Municipal de Educação Fundamental) Engenheiro José Amadei, na Cidade Dutra (zona sul de SP), onde, até anteontem à noite, a direção não sabia se seria possível recomeçar as aulas.

    Funcionários da prefeitura, com a ajuda de pais, haviam acabado de trocar os vidros das janelas das salas, de pavimentar o pátio onde as crianças tomam a merenda e de retirar entulho e lixo de dentro da escola.

    "O cimento ainda estava fresco. Se chovesse, ninguém ia poder entrar no pátio, e teríamos de ficar com os alunos do lado de fora, na quadra. Por isso resolvemos que, por via das dúvidas, daríamos só meio período de aula", explica a assistente de direção, Valdecira Vassoller de Andrade.

    As crianças do turno da manhã tiveram aulas até as 9h, quando deveriam ficar até as 10h50. A escola Engenheiro José Amadei tem, no total, 2.200 alunos.

    Pais de alunos e funcionários afirmam que a reforma da escola estava praticamente parada desde 1999 e só foi acelerada na última semana.

    Alguns pais estavam preocupados com a segurança dos filhos e reclamavam que as crianças, principalmente as da primeira série, estranhavam o que viam. Muitas choravam.

    "Estou sabendo que os professores são bons, mas não quero que meu neto fique aqui porque é longe de onde eu moro e a escola parece uma casa abandonada", disse a vendedora Maria José Maciel, 50. "Não dá para acreditar que funcionou no ano passado", afirmou.

    Construção

    No caso da falta de vagas em pré-escolas no município, o secretário da Educação, Fernando José de Almeida, afirma que só será possível construir cerca de 25 Emeis (Escola Municipal de Educação Infantil) neste ano.

    "Sabemos que não é o ideal, mas é o possível. A médio prazo, estamos trabalhando como meta um período de 4 a 8 anos para resolver o problema do déficit nas creches e pré-escolas ", disse José de Almeida.

    Doações

    A prefeita Marta Suplicy afirmou ontem que pretende resolver o problema da falta de vagas em creches também por meio da doação de empresas.

    "Já temos algumas empresas dispostas a doar o 1% do imposto de renda, que pode ser deduzido depois, para o Fundo da Criança e do Adolescente do município", afirmou a prefeita. "Esse dinheiro será usado para a construção de creches", disse.

    Marta visitou ontem três escolas municipais. Ela assistiu uma aula sobre ética na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Modesto Scagliusi, onde debateu com os alunos o desenho animado "Não é meu problema".
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