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27/06/2002
-
11h33
da Folha de S.Paulo
Cerca de 7,5 milhões de cubanos (65% da população) ratificaram o projeto de modificação da Constituição do país. Fidel Castro conclamou o povo a comparecer aos 130 mil postos de votação para tornar "intocável" o regime socialista, rechaçar a iniciativa da oposição, que pressiona por reformas, e responder aos apelos americanos por eleições livres.
Há 40 anos, Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e o argentino Che Guevara entraram em Havana para derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista e para inaugurar a primeira experiência socialista da América. Sob o comando dos rebeldes de Sierra Maestra, a Revolução Cubana projetou a ilha e sua experiência para o mundo através das conquistas no campo social.
Não tardariam os ataques ao seu modelo político e econômico. Primeiro, sofreu a investida dos contra-revolucionários treinados pela CIA, na tentativa de invasão da baía dos Porcos (1961). No ano seguinte, foi expulsa da OEA (Organização dos Estados Americanos) por pressão dos EUA, que lhe impuseram um severo embargo econômico. Isolada, aliou-se à URSS e quase se transformou no palco de uma catástrofe nuclear na crise dos mísseis, em 1962.
Na década de 90, o cerco se intensificou. Primeiro, com a Lei Torricelli (1992), que autorizou a aplicação de sanções aos países que mantivessem parcerias com Cuba e proibiu a entrada nos EUA, por seis meses, de navios que tivessem atracado na ilha. Depois, a Lei Helms-Burton (1996) estabeleceu punições às empresas que adquirissem propriedades confiscadas pela revolução.
Em maio deste ano, a Casa Branca acusou Cuba de produzir armas biológicas. A estratégia parece nítida: Washington pretende caracterizar a ilha como um Estado alinhado ao "eixo do mal". Em vez da esperada flexibilização do embargo e do respeito à soberania, o que Bush sonha é concretizar seu desejo de intervenção.
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo (Americana)
Leia mais:
História: A formação das monarquias absolutas na Europa
Geografia: As paisagens da caatinga e da mata dos pinhais
Física: Pilhas, baterias e carros elétricos
Português: Romantismo marca mudança de mentalidade
Atualidades: Cuba faz referendo para tornar socialismo "intocável"
ROBERTO CANDELORIda Folha de S.Paulo
Cerca de 7,5 milhões de cubanos (65% da população) ratificaram o projeto de modificação da Constituição do país. Fidel Castro conclamou o povo a comparecer aos 130 mil postos de votação para tornar "intocável" o regime socialista, rechaçar a iniciativa da oposição, que pressiona por reformas, e responder aos apelos americanos por eleições livres.
Há 40 anos, Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e o argentino Che Guevara entraram em Havana para derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista e para inaugurar a primeira experiência socialista da América. Sob o comando dos rebeldes de Sierra Maestra, a Revolução Cubana projetou a ilha e sua experiência para o mundo através das conquistas no campo social.
Não tardariam os ataques ao seu modelo político e econômico. Primeiro, sofreu a investida dos contra-revolucionários treinados pela CIA, na tentativa de invasão da baía dos Porcos (1961). No ano seguinte, foi expulsa da OEA (Organização dos Estados Americanos) por pressão dos EUA, que lhe impuseram um severo embargo econômico. Isolada, aliou-se à URSS e quase se transformou no palco de uma catástrofe nuclear na crise dos mísseis, em 1962.
Na década de 90, o cerco se intensificou. Primeiro, com a Lei Torricelli (1992), que autorizou a aplicação de sanções aos países que mantivessem parcerias com Cuba e proibiu a entrada nos EUA, por seis meses, de navios que tivessem atracado na ilha. Depois, a Lei Helms-Burton (1996) estabeleceu punições às empresas que adquirissem propriedades confiscadas pela revolução.
Em maio deste ano, a Casa Branca acusou Cuba de produzir armas biológicas. A estratégia parece nítida: Washington pretende caracterizar a ilha como um Estado alinhado ao "eixo do mal". Em vez da esperada flexibilização do embargo e do respeito à soberania, o que Bush sonha é concretizar seu desejo de intervenção.
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo (Americana)
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