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17/06/2004 - 10h10

Danos físicos da obesidade vão de infarto a apnéia

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da Folha de S.Paulo

Em um estudo realizado em Itapetininga (SP), o cardiologista Abel Pereira, pesquisador do Incor, quantificou as implicações da obesidade. Após entrevistar 2.500 crianças e adolescentes, entre dois e 19 anos, ele identificou que uma criança a cada cinco estava com excesso de peso e que mais da metade delas apresentava pressão arterial elevada.

"A maioria das crianças obesas consumia cerca de 2.500 calorias por dia. Se ela come tudo isso e gasta em atividade física, não há problema. O grande perigo é que elas estão cada vez mais sedentárias", diz o pesquisador.

A regra é simples: o dano às artérias feito pelo depósito de gordura começa na infância e se agrava ao longo dos anos. Resultado: as artérias podem entupir e há o risco de um infarto ser antecipado. "Se nada for feito, veremos mais jovens infartando. Por isso a conscientização é importante", diz Pereira.

Estudo recente realizado na Universidade de Hong Kong (China) reafirmou o perigo da obesidade infantil. Após analisar 54 meninos e 28 meninas, com cerca de dez anos, dos quais 28 estavam acima do peso, e 54, obesos, a pesquisa mostrou que as artérias de crianças obesas comportavam-se como as de fumantes de meia-idade. Menos reativas, elas tinham a função e a espessura das paredes alteradas, provas de dano vascular e de aterosclerose precoce.

O excesso de peso também pode gerar complicações de outra ordem. A pediatra Maria Arlete Escrivão cita, além de situações em que ocorrem falta de ar e apnéia do sono, problemas posturais, como desvios na coluna, que surgem devido ao peso elevado.

"Essas crianças acabam se desenvolvendo antes do tempo. O tecido adiposo acelera a idade óssea. É comum encontrarmos crianças obesas de dez anos com estatura de 12. Elas aumentam de tamanho, mas sofrem porque continuam com a idade mental de uma criança menor", diz a endocrinologista Sandra Villares.

Contornar esses problemas de saúde com a mudança de hábito de vida é a melhor solução. O uso de medicamentos não é recomendado às crianças em fase de crescimento.

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