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23/09/2004
-
09h12
da Folha de S.Paulo
"Tudo começou com 13 anos, quando ganhei um computador. Ele se apossou de minha vida, me controlou totalmente. Aos 14, foi constatada ansiedade tão grande em mim que acabei ficando gago. Eu odeio a internet, mas não consigo me livrar dela."
O depoimento acima, de um garoto de 15 anos, é uma raridade. Foi um pedido de ajuda feito no site www.psicoinfo.com.br, que orienta viciados "eletrônicos".
Os dependentes de internet quase nunca consideram o computador um inimigo, apesar de reconhecerem o vício. Esse é o caso de Luiz Carlos Mendes de Mello, 21, estudante de direito, que, em uma quinta-feira qualquer de junho, estava em uma LAN house havia 13 horas.
Mas não é seu recorde. Ele já passou duas madrugadas inteiras jogando "Counter Strike" --saiu de casa na sexta e só voltou no domingo de manhã.
Luiz sabe ser um dependente: "Há dias em que não consigo me conter, sinto uma agonia e tenho de acessar". Dois dias é o tempo máximo que ele diz conseguir ficar longe da internet, mas o estudante nunca pensou em procurar tratamento por achar que o computador não prejudica sua vida.
Apesar disso, ele mesmo afirma que já perdeu as contas de quantos compromissos abandonou para ficar plugado na rede mundial. "Sei que estou atrasado, mas tenho de ficar mais um pouquinho."
Luiz diz que precisa estar conectado o tempo inteiro. "O vício é estar na frente do computador, saber se alguém deixou mensagem ou se está on-line."
Ele possui 350 amigos cadastradas em comunicadores instantâneos como o MSN e o ICQ. Mesmo quando é seu irmão quem está usando o computador, esses programas ficam abertos para Luiz poder checar suas próprias mensagens a qualquer momento. Ele afirma não ter trocado os amigos pela internet, mas já trocou "festas chatas" por uma LAN house.
Em casa, no seu tempo livre, divide o tempo entre dormir e ficar no computador. Segundo Luiz, a mãe reclama e diz que ele está doente.
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"Tudo começou com 13 anos, quando ganhei um computador. Ele se apossou de minha vida, me controlou totalmente. Aos 14, foi constatada ansiedade tão grande em mim que acabei ficando gago. Eu odeio a internet, mas não consigo me livrar dela."
O depoimento acima, de um garoto de 15 anos, é uma raridade. Foi um pedido de ajuda feito no site www.psicoinfo.com.br, que orienta viciados "eletrônicos".
Os dependentes de internet quase nunca consideram o computador um inimigo, apesar de reconhecerem o vício. Esse é o caso de Luiz Carlos Mendes de Mello, 21, estudante de direito, que, em uma quinta-feira qualquer de junho, estava em uma LAN house havia 13 horas.
Mas não é seu recorde. Ele já passou duas madrugadas inteiras jogando "Counter Strike" --saiu de casa na sexta e só voltou no domingo de manhã.
Luiz sabe ser um dependente: "Há dias em que não consigo me conter, sinto uma agonia e tenho de acessar". Dois dias é o tempo máximo que ele diz conseguir ficar longe da internet, mas o estudante nunca pensou em procurar tratamento por achar que o computador não prejudica sua vida.
Apesar disso, ele mesmo afirma que já perdeu as contas de quantos compromissos abandonou para ficar plugado na rede mundial. "Sei que estou atrasado, mas tenho de ficar mais um pouquinho."
Luiz diz que precisa estar conectado o tempo inteiro. "O vício é estar na frente do computador, saber se alguém deixou mensagem ou se está on-line."
Ele possui 350 amigos cadastradas em comunicadores instantâneos como o MSN e o ICQ. Mesmo quando é seu irmão quem está usando o computador, esses programas ficam abertos para Luiz poder checar suas próprias mensagens a qualquer momento. Ele afirma não ter trocado os amigos pela internet, mas já trocou "festas chatas" por uma LAN house.
Em casa, no seu tempo livre, divide o tempo entre dormir e ficar no computador. Segundo Luiz, a mãe reclama e diz que ele está doente.
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