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19/05/2005 - 12h09

Incontinência não traz problemas à saúde, mas afeta auto-estima

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FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S. Paulo

A incontinência urinária não traz problemas graves à saúde: a dermatite amoniacal, ou assadura, é a complicação mais comum. A principal conseqüência apontada pelos médicos é o abalo na auto-estima do paciente. "Ela ataca a qualidade de vida da pessoa, que acorda muitas vezes para urinar, tem sono interrompido, cansaço crônico e alterações no humor. Isso sem contar o impacto negativo na sexualidade", enumera o urologista Paulo Palma.

A dona-de-casa Marlene Fernandes, 57, que tem incontinência urinária desde pequena, sabe bem o incômodo que ela causa. "Quando criança e adolescente, eu evitava rir e fazer esforço. Mas era difícil, principalmente quando eu tinha filhos pequenos e precisava pegá-los no colo. É muito desconfortável", diz ela, que só melhorou em 2004, com uma cirurgia.

A dona-de-casa Sueli Fernandes Monteagudo, 48, conta que sua filha Thissiane Fernandes Parrado, 15, chegou a levar bronca de uma professora por ter urinado na aula de flauta. A menina tem a chamada bexiga neurogênica (perda da função normal do órgão devido a uma lesão no sistema nervoso) e sofre de incontinência urinária desde os seis anos de idade. "Por mais que eu tentasse levar antes ao banheiro, na hora da aula ela perdia xixi."

Para encontrar o tratamento certo para cada caso, é preciso identificar qual é o tipo de incontinência urinária que o paciente tem. Geralmente, isso é detectado por um exame chamado urodinâmica, em que é medida a pressão da bexiga durante o enchimento e o fluxo da urina ao sair, entre outros indicadores.

Segundo os médicos, muitas pessoas não procuram tratamento por acharem que a incontinência urinária é uma ocorrência natural do envelhecimento. "A mulher já escutava a mãe ou as tias falarem que tinham e, quando entra na menopausa, acha que é normal. A perda involuntária da urina nunca é normal e tem que ser tratada", afirma Dolores Pardini.

Fisioterapia

Nada de remédios, cirurgias ou tratamentos invasivos. Em alguns casos, a incontinência urinária pode ser resolvida com fisioterapia. A técnica leva à cura ou à melhora em até 70% dos casos de incontinência de esforço, segundo Mirca Batista Ocanhas, fisioterapeuta do hospital Albert Einstein e do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. No caso de bexiga hiperativa, o índice é de 56%.

Segundo a fisioterapeuta Miriam Zanetti, a técnica é recomendada para os tipos de incontinência urinária em que não haja lesão ou defeito anatômico nem causas neurológicas.

Além de exercícios para fortalecer o assoalho pélvico, as seções de fisioterapia incluem técnicas como eletroestimulação (aplicação de corrente elétrica para fortalecimento muscular). A modificação comportamental --por meio do controle dos horários de urinar e de ingerir líquidos, por exemplo-- também é uma parte importante do tratamento.

"A freqüência diária de urinar deve ser de seis a oito vezes. À noite, a mulher jovem não deve se levantar para ir ao banheiro. Se ela já passou da menopausa, pode urinar uma ou eventualmente duas vezes nesse período", diz Ocanha. Segundo ela, a técnica pode ser usada em mulheres e homens.

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