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29/09/2005 - 11h59

Jardins são usados como locais de meditação e reflexão

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MARCOS DÁVILA
da Folha de S.Paulo

Do Éden, onde Adão e Eva cometeram o pecado original à sombra de uma macieira, ao Getsêmani, em que Judas entregou Jesus aos guardas com um beijo fatal, os jardins remetem a muitas metáforas no universo religioso. E não só na tradição judaico-cristã.

"Se a vida é um jardim, o melhor jardineiro é o zazen [ato de sentar para meditar]", filosofa Monja Coen. De acordo com a monja zen-budista, no Japão existem os chamados jardins zen, que são usados como local de reflexão e meditação --e também são recorrentes na literatura budista. "São geralmente jardins com pedras que podem ser deslocadas. O principal atributo deles é trazer a tranqüilidade e uma idéia de simplicidade", afirma a monja, que passou 19 anos de vida monástica no Japão, onde os jardins também têm papel fundamental na cerimônia do chá.

O paisagista e biólogo nissei Hissachi Kura-shima, 39, explica que muitas vezes os arranjos orientais fazem microrrepresentações de elementos do mundo natural, como montanhas, lagos e cachoeiras. "Tem o mesmo sentido do bonsai, de trazer uma árvore para dentro de casa. Utilizamos também plantas que representam bem a estação do ano, para lembrar a passagem do tempo", diz Kurashima.

Segundo ele, a idéia é levar a harmonia e o equilíbrio para dentro de casa, para que o homem entenda que ele faz parte da natureza e não o contrário. "É a gente que está invadindo as florestas e o verde. Eles são maiores", diz.

Imbuído desse conceito, o contador Fernando Giarini Fontes, 39, resolveu fazer um jardim japonês no quintal da sua casa para a prática da meditação, há aproximadamente um ano. "Toda meditação traz a idéia de integração com a natureza", afirma Fernando, que medita pelo menos uma hora por dia.

"O jardim motiva a meditação, é um lugar gostoso. Tenho uma sensação de liberdade e unidade. Saio da confusão do dia-a-dia."

O uso da jardinagem como um hobby relaxante talvez seja um dos mais procurados. Todo fim de semana, a cirurgiã plástica paulistana Loriti Breuel, 49, foge para sua casa de campo no interior de São Paulo, onde passa a maior parte do tempo entretida com as plantas no quintal. "O que eu mais curto é cuidar do pomar. Adoro chupar laranja no pé. Às vezes, fico horas falando com as plantas. Encontro ali uma estabilidade emocional", diz a médica.

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