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25/06/2006
-
17h58
THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online
No jogo mais violento e emocinante do Mundial-06 até agora, um gol de Maniche garantiu a vitória de Portugal por 1 a 0 sobre a Holanda, manteve a série de vitórias de Luiz Felipe Scolari em Copas e credenciou a equipe portuguesa para enfrentar a Inglaterra na próxima fase da competição.
A partida de hoje não decepcionou aqueles que esperavam um duelo dos mais emocionantes. No entanto, holandeses e portugueses exageraram nos lances violentos. Ainda no primeiro tempo, Cristiano Ronaldo já havia sido substituído por contusão e Costinha expulso pelo árbitro Valentin Ivanov.
No primeiro tempo, a Holanda começou ligeiramente superior, mas em seu primeiro chute a gol, Portugal abriu o placar, com o meia Maniche, aos 23min. Depois disso, a Holanda continuou a maior parte do tempo no ataque, mas foi Portugal que quase fez o segundo, no fim da primeira etapa, com Pauleta.
Nos últimos 45 minutos, a violência aumentou ainda mais e acabou se constituindo na nota triste de uma partida tão acirrada. Boulahrouz, Deco e Van Bronckhorst também foram expulsos. Num jogo cheio de confusões, acabou sobrando pouco tempo para que a Holanda tentasse o empate e o 1 a 0 português não se modificou até o final.
A vitória de hoje expandiu dois recordes pessoais de Luiz Felipe Scolari. Além de estar invicto há 18 jogos no comando de Portugal, o treinador gaúcho conhece apenas o sabor do triunfo em Copas desde a estréia brasileira no Mundial de 2002, contra a Turquia, acumulando 11 vitórias consecutivas.
Contra a Holanda, Portugal também manteve um retrospecto bastante positivo. Em dez jogos, são seis vitórias e três empates. A única derrota portuguesa ocorreu em 1991, nas eliminatórias da Euro-92.
Pelo lado holandês, o técnico Marco Van Basten não conseguiu superar seu desempenho como jogador em Copas. Muito prejudicado por uma série de contusões, o ex-atacante disputou apenas o torneio de 1990, na Itália, quando foi eliminado também nas oitavas-de-final, pela Alemanha Ocidental.
Portugal volta a campo no próximo sábado, em Gelsenkirchen, onde irá repetir o duelo realizado contra a Inglaterra nas quartas-de-final da Euro-04. Se repetir o resultado daquele jogo, em que acabou classificado após a disputa de pênaltis, o esquete português já estará entre os quatro melhores do mundo, algo somente alcançado em 1966, quando outro brasileiro, Otto Glória, dirigia a seleção.
O jogo
Um dos jogos mais aguardados das oitavas-de-final começou movimentado. O primeiro chute perigoso foi do holandês Van Bommel, com pouco mais de um minuto, em bola que passou à direita do gol de Ricardo.
A Holanda começou partindo para o ataque, mas chegando forte nas divididas. Com menos de dez minutos, Van Bommel e Boulahrouz já haviam recebido cartão amarelo do árbitro russo Valentin Ivanov.
Logo Portugal equilibrou o jogo e, em seu primeiro chute, abriu o placar, com Maniche, aos 23min. Deco avançou pela direita e tocou para a área. Pauleta recebeu e passou rápido para Maniche, que entrava pela área. O meia do Chelsea dominou, limpou um defensor e bateu forte de direita, sem chances para o goleiro Van der Sar.
Depois do gol, as equipes se mantiveram parelhas e a Holanda, um pouco melhor, chegou novamente aos 37min, quando Van Persie fez bonita jogada individual pela direita da área, mas falhou no momento da conclusão, mandando à direita do gol português.
A partida se caracterizava mais pela virilidade do que pela qualidade das jogadas. Costinha tomou cartão amarelo aos 31min e, aos 39min, cometeu outra falta violenta, que lhe poderia ter rendido a expulsão, caso o árbitro fosse mais rigoroso. Tardou mas não falhou. Nos acréscimos, o mesmo Costinha cortou um lance com a mão e acabou expulso.
Já no fim do primeiro tempo, aos 45min, Portugal quase fez o segundo, em jogada de Simão --que substituíra Cristiano Ronaldo, contundido-- pela direita, completada por Pauleta e muito bem defendida por Van der Sar. Dois gols de diferença para os portugueses, entretanto, seria muito para um jogo em que a Holanda foi até um pouco superior.
A Holanda voltou do intervalo pressionando. Aos 4min, depois de um lançamento para a área, a bola sobrou para Cocu que mandou um tiro no travessão. Dois minutos depois, Van Bommel arriscou de fora da área, a bola quicou e quase enganou o goleiro Ricardo, que ainda conseguiu desviar para escanteio.
Nos contra-ataques, Portugal não deixava de exigir boas intervenções de Van der Sar, em chutes bem colocados de fora da área. E a animosidade entre os times também continuava exacerbada. Aos 18min, Boulahrouz, tomou o segundo amarelo e foi expulso após entrada com o cotovelo em Figo.
Aos 25min, o atacante Robben fez jogada individual pela esquerda do ataque, entrou na área e cruzou. No rebote da zaga, Sneijder, mandou forte, mas Ricardo Carvalho se jogou na bola e salvou Portugal.
Em seguida, nova confusão em campo, após entrada feia de Deco em Heitinga. O árbitro, já sem o controle do jogo, deu apenas cartão amarelo ao meia português, e aos holandeses Van der Vaart e Sneijder, que se estranharam com os portugueses. Pouco depois, aos 33min, Deco acabou expulso, após retardar o reinício de jogo em uma falta.
Aos 35min, Kuyt recebeu lançamento da intermediária e ficou cara a cara com Ricardo. No entanto, o atacante do Feyenoord não conseguiu superar o arqueiro português.
Até o final do jogo, os holandeses insistiram na busca pela igualdade, Van Bronckhorst foi expulso e Portugal conseguiu resistir, conquistando bravamente a classificação, à moda Felipão.
Especial
Veja a ficha técnica e o lance-a-lance de Portugal 1 x 0 Holanda
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Leia cobertura completa da Copa do Mundo-2006
Portugal passa pela Holanda em jogo marcado por violência e emoção
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da Folha Online
No jogo mais violento e emocinante do Mundial-06 até agora, um gol de Maniche garantiu a vitória de Portugal por 1 a 0 sobre a Holanda, manteve a série de vitórias de Luiz Felipe Scolari em Copas e credenciou a equipe portuguesa para enfrentar a Inglaterra na próxima fase da competição.
A partida de hoje não decepcionou aqueles que esperavam um duelo dos mais emocionantes. No entanto, holandeses e portugueses exageraram nos lances violentos. Ainda no primeiro tempo, Cristiano Ronaldo já havia sido substituído por contusão e Costinha expulso pelo árbitro Valentin Ivanov.
No primeiro tempo, a Holanda começou ligeiramente superior, mas em seu primeiro chute a gol, Portugal abriu o placar, com o meia Maniche, aos 23min. Depois disso, a Holanda continuou a maior parte do tempo no ataque, mas foi Portugal que quase fez o segundo, no fim da primeira etapa, com Pauleta.
Nos últimos 45 minutos, a violência aumentou ainda mais e acabou se constituindo na nota triste de uma partida tão acirrada. Boulahrouz, Deco e Van Bronckhorst também foram expulsos. Num jogo cheio de confusões, acabou sobrando pouco tempo para que a Holanda tentasse o empate e o 1 a 0 português não se modificou até o final.
A vitória de hoje expandiu dois recordes pessoais de Luiz Felipe Scolari. Além de estar invicto há 18 jogos no comando de Portugal, o treinador gaúcho conhece apenas o sabor do triunfo em Copas desde a estréia brasileira no Mundial de 2002, contra a Turquia, acumulando 11 vitórias consecutivas.
Contra a Holanda, Portugal também manteve um retrospecto bastante positivo. Em dez jogos, são seis vitórias e três empates. A única derrota portuguesa ocorreu em 1991, nas eliminatórias da Euro-92.
Pelo lado holandês, o técnico Marco Van Basten não conseguiu superar seu desempenho como jogador em Copas. Muito prejudicado por uma série de contusões, o ex-atacante disputou apenas o torneio de 1990, na Itália, quando foi eliminado também nas oitavas-de-final, pela Alemanha Ocidental.
Portugal volta a campo no próximo sábado, em Gelsenkirchen, onde irá repetir o duelo realizado contra a Inglaterra nas quartas-de-final da Euro-04. Se repetir o resultado daquele jogo, em que acabou classificado após a disputa de pênaltis, o esquete português já estará entre os quatro melhores do mundo, algo somente alcançado em 1966, quando outro brasileiro, Otto Glória, dirigia a seleção.
O jogo
Um dos jogos mais aguardados das oitavas-de-final começou movimentado. O primeiro chute perigoso foi do holandês Van Bommel, com pouco mais de um minuto, em bola que passou à direita do gol de Ricardo.
A Holanda começou partindo para o ataque, mas chegando forte nas divididas. Com menos de dez minutos, Van Bommel e Boulahrouz já haviam recebido cartão amarelo do árbitro russo Valentin Ivanov.
Logo Portugal equilibrou o jogo e, em seu primeiro chute, abriu o placar, com Maniche, aos 23min. Deco avançou pela direita e tocou para a área. Pauleta recebeu e passou rápido para Maniche, que entrava pela área. O meia do Chelsea dominou, limpou um defensor e bateu forte de direita, sem chances para o goleiro Van der Sar.
Depois do gol, as equipes se mantiveram parelhas e a Holanda, um pouco melhor, chegou novamente aos 37min, quando Van Persie fez bonita jogada individual pela direita da área, mas falhou no momento da conclusão, mandando à direita do gol português.
A partida se caracterizava mais pela virilidade do que pela qualidade das jogadas. Costinha tomou cartão amarelo aos 31min e, aos 39min, cometeu outra falta violenta, que lhe poderia ter rendido a expulsão, caso o árbitro fosse mais rigoroso. Tardou mas não falhou. Nos acréscimos, o mesmo Costinha cortou um lance com a mão e acabou expulso.
Já no fim do primeiro tempo, aos 45min, Portugal quase fez o segundo, em jogada de Simão --que substituíra Cristiano Ronaldo, contundido-- pela direita, completada por Pauleta e muito bem defendida por Van der Sar. Dois gols de diferença para os portugueses, entretanto, seria muito para um jogo em que a Holanda foi até um pouco superior.
A Holanda voltou do intervalo pressionando. Aos 4min, depois de um lançamento para a área, a bola sobrou para Cocu que mandou um tiro no travessão. Dois minutos depois, Van Bommel arriscou de fora da área, a bola quicou e quase enganou o goleiro Ricardo, que ainda conseguiu desviar para escanteio.
Nos contra-ataques, Portugal não deixava de exigir boas intervenções de Van der Sar, em chutes bem colocados de fora da área. E a animosidade entre os times também continuava exacerbada. Aos 18min, Boulahrouz, tomou o segundo amarelo e foi expulso após entrada com o cotovelo em Figo.
Aos 25min, o atacante Robben fez jogada individual pela esquerda do ataque, entrou na área e cruzou. No rebote da zaga, Sneijder, mandou forte, mas Ricardo Carvalho se jogou na bola e salvou Portugal.
Em seguida, nova confusão em campo, após entrada feia de Deco em Heitinga. O árbitro, já sem o controle do jogo, deu apenas cartão amarelo ao meia português, e aos holandeses Van der Vaart e Sneijder, que se estranharam com os portugueses. Pouco depois, aos 33min, Deco acabou expulso, após retardar o reinício de jogo em uma falta.
Aos 35min, Kuyt recebeu lançamento da intermediária e ficou cara a cara com Ricardo. No entanto, o atacante do Feyenoord não conseguiu superar o arqueiro português.
Até o final do jogo, os holandeses insistiram na busca pela igualdade, Van Bronckhorst foi expulso e Portugal conseguiu resistir, conquistando bravamente a classificação, à moda Felipão.
Especial
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