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19/03/2004
-
09h36
FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Sepang
Levou quatro temporadas, mas Rubens Barrichello conseguiu se livrar das amarras da Ferrari.
Por decisão da cúpula do time, o brasileiro poderá duelar abertamente com Michael Schumacher na primeira metade do Mundial. Quem estiver na frente depois do GP dos EUA, nona das 18 etapas, ganhará tratamento prioritário.
É a primeira vez, desde que chegou à escuderia italiana, em 2000, que Barrichello vive uma chance como essa. O primeiro round, há duas semanas, na Austrália, foi vencido pelo hexacampeão. O brasileiro quer começar a dar o troco na próxima madrugada, na sessão classificatória em Sepang.
O treino que define o grid para o GP da Malásia, segunda etapa da F-1, acontece a partir das 3h. A corrida será às 4h de domingo, e a
meteorologia prevê chuvas.
Uma série de fatores levou a Ferrari a liberar o duelo interno.
O primeiro, a necessidade de manter a motivação de Schumacher, que em 2003 conquistou seu sexto título, o quarto consecutivo. Na análise da equipe, e o próprio alemão já declarou isso, Barrichello será seu único rival na disputa pelo campeonato. As outras equipes estão, até aqui, bem atrás.
A Ferrari ainda precisava de um argumento para segurar o brasileiro, que até o começo do ano negociava com a Williams. Para os italianos, seria temerário liberar um piloto, detentor de tantos segredos, para uma rival direta.
Aos 33 anos, 11 de F-1, Barrichello não estava disposto a continuar como escudeiro. Preferia trocar de ares. E só renovou, em janeiro, depois que a Ferrari lhe deu essa nova perspectiva.
O terceiro fator foi uma maior maleabilidade de Schumacher.
Após tantos títulos e recordes, ele está mais aberto a ceder espaço e a dividir informações com o companheiro. Colaborou, para isso, seu bom relacionamento com Barrichello e o reconhecimento pelos serviços prestados.
Já foi diferente. Entre 96 e 99, quando a Ferrari vivia o jejum de títulos e o clima era tenso, o contrato do alemão permitia que ele tivesse total acesso à telemetria do carro de Eddie Irvine. Ao irlandês, a mão contrária era vedada.
Por fim, a Ferrari ficou satisfeita com o ótimo encerramento de temporada de Barrichello em 2003. Nas últimas seis etapas, ele foi três vezes ao pódio, com duas vitórias conseguidas "na raça", na Inglaterra e no Japão, e com uma segunda posição, na Itália.
Em Melbourne, a nova posição ferrarista deixou algumas marcas. Nos treinos livres, a equipe não sacrificou Barrichello, como esperado: deu apenas seis voltas a mais do que o companheiro. Na corrida, ele tentou ultrapassar Schumacher nas primeiras curvas, fez uma estratégia idêntica de três pits e manteve-se próximo até a 29ª volta, quando começou a sofrer com problemas no freio.
"Eles correram um contra o outro. Ninguém deu presente para ninguém", afirmou Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari.
Outro indicativo de que a Ferrari pretende equilibrar as forças entre seus pilotos é o fato de apenas Barrichello ter testado na semana passada, na Espanha, por dois dias com o carro de 2004. Na pré-temporada, a escuderia havia dado total prioridade ao alemão.
Um teste para a nova filosofia será o destino que a equipe dará ao carro reserva. Desde 2000, ele sempre ficou com Schumacher. Em tese, Barrichello terá direito a essa regalia a partir de Imola, quarta etapa do Mundial e início da perna européia do Mundial.
E a Ferrari promete ainda o fim das "marmeladas" --ordens para que Barrichello auxilie o colega.
O brasileiro agradece. Mas agora está pressionado a virar o placar. Pode ser a chance de sua vida.
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Levou quatro temporadas, mas Rubens Barrichello conseguiu se livrar das amarras da Ferrari.
Por decisão da cúpula do time, o brasileiro poderá duelar abertamente com Michael Schumacher na primeira metade do Mundial. Quem estiver na frente depois do GP dos EUA, nona das 18 etapas, ganhará tratamento prioritário.
É a primeira vez, desde que chegou à escuderia italiana, em 2000, que Barrichello vive uma chance como essa. O primeiro round, há duas semanas, na Austrália, foi vencido pelo hexacampeão. O brasileiro quer começar a dar o troco na próxima madrugada, na sessão classificatória em Sepang.
O treino que define o grid para o GP da Malásia, segunda etapa da F-1, acontece a partir das 3h. A corrida será às 4h de domingo, e a
meteorologia prevê chuvas.
Uma série de fatores levou a Ferrari a liberar o duelo interno.
O primeiro, a necessidade de manter a motivação de Schumacher, que em 2003 conquistou seu sexto título, o quarto consecutivo. Na análise da equipe, e o próprio alemão já declarou isso, Barrichello será seu único rival na disputa pelo campeonato. As outras equipes estão, até aqui, bem atrás.
A Ferrari ainda precisava de um argumento para segurar o brasileiro, que até o começo do ano negociava com a Williams. Para os italianos, seria temerário liberar um piloto, detentor de tantos segredos, para uma rival direta.
Aos 33 anos, 11 de F-1, Barrichello não estava disposto a continuar como escudeiro. Preferia trocar de ares. E só renovou, em janeiro, depois que a Ferrari lhe deu essa nova perspectiva.
O terceiro fator foi uma maior maleabilidade de Schumacher.
Após tantos títulos e recordes, ele está mais aberto a ceder espaço e a dividir informações com o companheiro. Colaborou, para isso, seu bom relacionamento com Barrichello e o reconhecimento pelos serviços prestados.
Já foi diferente. Entre 96 e 99, quando a Ferrari vivia o jejum de títulos e o clima era tenso, o contrato do alemão permitia que ele tivesse total acesso à telemetria do carro de Eddie Irvine. Ao irlandês, a mão contrária era vedada.
Por fim, a Ferrari ficou satisfeita com o ótimo encerramento de temporada de Barrichello em 2003. Nas últimas seis etapas, ele foi três vezes ao pódio, com duas vitórias conseguidas "na raça", na Inglaterra e no Japão, e com uma segunda posição, na Itália.
Em Melbourne, a nova posição ferrarista deixou algumas marcas. Nos treinos livres, a equipe não sacrificou Barrichello, como esperado: deu apenas seis voltas a mais do que o companheiro. Na corrida, ele tentou ultrapassar Schumacher nas primeiras curvas, fez uma estratégia idêntica de três pits e manteve-se próximo até a 29ª volta, quando começou a sofrer com problemas no freio.
"Eles correram um contra o outro. Ninguém deu presente para ninguém", afirmou Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari.
Outro indicativo de que a Ferrari pretende equilibrar as forças entre seus pilotos é o fato de apenas Barrichello ter testado na semana passada, na Espanha, por dois dias com o carro de 2004. Na pré-temporada, a escuderia havia dado total prioridade ao alemão.
Um teste para a nova filosofia será o destino que a equipe dará ao carro reserva. Desde 2000, ele sempre ficou com Schumacher. Em tese, Barrichello terá direito a essa regalia a partir de Imola, quarta etapa do Mundial e início da perna européia do Mundial.
E a Ferrari promete ainda o fim das "marmeladas" --ordens para que Barrichello auxilie o colega.
O brasileiro agradece. Mas agora está pressionado a virar o placar. Pode ser a chance de sua vida.
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