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14/06/2004 - 00h50

Com revezamento, Brasil vive suas 12 horas de fama olímpica

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da Folha de S.Paulo

A chama apagou-se por alguns segundos por três vezes, mas a tocha olímpica atravessou sob festa. Segundo a Defesa Civil municipal, pelo menos 500 mil pessoas acompanharam o revezamento da tocha olímpica nas ruas do Rio de Janeiro.

A cidade, que pleiteou duas vezes, sem sucesso, ser sede dos Jogos, saudou por quase 12 horas as 126 pessoas que se revezaram por 49 quilômetros na condução do fogo simbólico da Olimpíada.

O primeiro contratempo foi às 14h01, na Lagoa, com o nadador Ricardo Prado levando a chama. O vento apagou a tocha por alguns segundos, obrigando a troca do bastão. Às 15h21, em Copacabana, quando era carregada por outro nadador, Gustavo Borges, a chama apagou-se novamente.

A terceira vez foi às 16h30, no morro da Urca, no momento em que a tocha passava das mãos da apresentadora Xuxa para Rodrigo Baggio, membro do Comitê de Democratização da Informática.

Nas três vezes, foi acesa nova tocha a partir do fogo que é mantido desde 25 de março. Símbolo da pacificação dos povos desde a Antigüidade, a chama é acesa no santuário de Olímpia, por meio de lentes que refletem os raios do sol.

Está sendo mantida há quase três meses por quatro lanternas, cada uma com combustível para queimar por 15 horas. Depois de percorrer 34 cidades em todos os continentes, a chama acenderá a Pira Olímpica, na abertura dos Jogos da Grécia, em 13 de agosto.

Em Atenas, no dia 31 de março, o vento forte já havia apagado a chama no estádio Panathinaiko.

A PM calculou um público de 100 mil pessoas em Copacabana e de 200 mil no aterro do Flamengo, onde foi encerrada a festa. Outras milhares de pessoas viram o revezamento na zona norte e no centro do Rio, mas nem a PM nem os organizadores se arriscaram a calcular o público total reunido ao longo do domingo em torno do evento. O Réveillon de Copacabana reúne 1 milhão de pessoas.

Chegada ao Brasil

A tocha olímpica chegou às 6h45 ao Brasil, primeiro país a recebê-la na América do Sul, em avião com o nome do deus grego Zeus. Foi a nona escala da tocha, que havia deixado a Cidade do Cabo (África do Sul).

Do aeroporto do Galeão, a chama foi para o Maracanã em um helicóptero da Força Aérea Brasileira, sob escolta de duas outras aeronaves. Sete aviões da FAB fizeram evoluções sobre o estádio.

Pelé, o primeiro brasileiro a carregar a tocha, às 9h05, chorou. "Deus me põe no momento certo. É a primeira vez que a tocha passa por todo o mundo, e Ele me botou para segurá-la quando o mundo está interligado", disse o ex-atleta.

Na saída de Pelé do estádio, um coro entoou o refrão "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Pelé afirmou que a passagem da tocha coloca o Rio em evidência e que a cidade deveria aproveitar para mostrar que pode sediar os Jogos.

"Há uma grande preocupação mundial com a insegurança no Brasil. É o momento de mostrarmos que a violência é um problema de todos os países."

Questionado se o país poderia hoje sediar a Olimpíada, respondeu: "Não estamos preparados".

Frio

A tocha foi transportada em dia nublado. A temperatura mínima foi de 13 ºC. Xuxa e Zagallo, entre outros, usaram luvas.

O coordenador da seleção se emocionou, assim como o pugilista Popó. Zagallo passou a chama para Ronaldo cumprir os últimos 400 m do revezamento. O atacante foi ovacionado ao subir ao palco do aterro do Flamengo, no qual 30 artistas se apresentaram até a chegada da tocha.

Com só um canhão de luz iluminando Ronaldo, ele acendeu, às 18h04, a pira instalada no fundo do palco. A cerimônia terminou com um atraso de 1h45min em relação ao horário previsto, com a ginasta Daiane dos Santos levando embora a tocha, que estará no México a partir de terça-feira.

Percurso

Nas ruas da zona norte, os ex-jogadores Nilton Santos e Zico participaram do revezamento. Atletas e artistas eram maioria, mas representantes de movimentos sociais e empresários também carregaram a chama olímpica.

A psicóloga Tatiana Rolin e o músico Marcelo Yuka, do grupo O Rappa, levaram a tocha em cadeira de rodas. Nos Arcos da Lapa, Fernanda Venturini (vôlei) foi cercada e quase parou. "É natural. No centro é mais povão que vibra. É uma alegria que o brasileiro teve. E são poucas hoje em dia."

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