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16/07/2004 - 11h00

Esperança da natação brasileira quase trocou as piscinas pelo basquete

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KLEBER TOMAZ
da Folha Online

Dono do segundo melhor tempo do ano nos 200 m medley, atual recordista sul-americano dos 400 m medley e apontado como a maior esperança da natação brasileira nos Jogos Olímpicos de Atenas, à frente até mesmo de atletas consagraddos como Gustavo Borges e Fernando Scherer, Thiago Pereira, 18, por pouco não trocou a natação pelo basquete.

Washington Alves/COB
Thiago festeja no Pan
Thiago festeja no Pan
"Quando tinha 11 anos, eu cheguei a pensar em desistir para sempre da natação", revela Pereira. "Comecei a nadar com dois anos, mas com 11 anos eu parei por um ano só para jogar basquete pelo time do clube dos funcionários da Siderúrgica Nacional [em Volta Redonda, no Rio]."

O maior jogador de basquete de todos os tempos, o norte-americano Michael Jordan, foi o responsável por Pereira trocar as raias pelas quadras na ocasião. "Sempre gostei de basquete, principalmente pela minha altura [tem 1,86 m]. Me espelhava no Jordan. Mas na época, tudo era brincadeira para mim e nem posição fixa eu tinha", conta Pereira, que voltou a nadar somente por causa da falta de torneios de basquete para sua categoria.

A frustração com o esporte preferido acabou sendo benéfica para o atleta, que viu na natação a oportunidade de participar de mais competições. E foi mergulhando novamente nas piscinas de Volta Redonda, onde nasceu, que Pereira deu início à trajetória meteórica que o levou a se classificar em duas provas de quatro estilos para Atenas, sua primeira Olimpíada.

"Só comecei a levar a natação a sério mesmo depois de deixar o basquete de lado. Fui competir mesmo com 12 anos, quando ganhei minha primeira medalha [bronze, num torneio local]", diz Pereira, que diz treinar "sério" há seis anos.

Seu esforço acabou rendendo um convite em 2001 para treinar em Belo Horizonte, onde atualmente mora em uma república de nadadores, com mais seis atletas do clube. "No início, sentia saudades da família, mas agora estou enturmado e fiz muitos amigos", afirma o nadador, que quando está de folga dos treinamentos continua arriscando um arremesso ou outro numa tabela de basquete nas praças da capital mineira.

Neste ano, o nadador atingiu seu melhor desempenho no Troféu Brasil, em maio, no Rio, quando bateu o recorde sul-americano de Ricardo Prado nos 400 m medley que já durava 20 anos. Ele conseguiu 4min17s62, contra 4min18s45 da antiga marca.

No mês seguinte, no evento teste em Atenas, conseguiu o segundo melhor tempo do ano nos 200 m medley, com 1min5948, melhorando o 1min59s92 que havia cravado no Troféu Brasil. A marca só fica atrás da do norte-americano Michael Phelps, com 1min56s80.

Apesar de estar classificado para duas provas, Pereira tem sua preferida. "Eu gosto das duas, mas prefiro a prova dos 200 m. Para se dar bem é preciso ter os quatro estilos muito bem executados", disse Pereira, que nos Jogos Pan-Americanos deste ano, em Santo Domingo, levou prata nos 200 m e bronze nos 400m.

Os bons resultados animam seu treinador. "Como jogador de basquete ele é muito melhor nadador", comemora o cubano Omar Rodriguez González, 53, técnico de Pereira no Minas Tênis Clube e um dos cinco treinadores da delegação brasileira de natação que estará na Olimpíada.

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