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28/10/2004 - 18h46

São Paulo e São Luiz colocam morte como "fatalidade" e aprovam atendimento

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da Folha Online

Em uma entrevista coletiva, representantes do São Paulo, dono do estádio do Morumbi, e do hospital São Luiz disseram considerar a morte do jogador Serginho, do São Caetano, na noite de quarta, durante jogo do Campeonato Brasileiro, uma fatalidade --e que portanto não poderia ter sido evitada.

"Todo o procedimento que foi feito foi absolutamente correto. Eu não faria nada diferente. Alguém cronometrou o tempo que levou até o jogador chegar até a ambulância e deu dois minutos e 58 segundos. Neste momento ele já estava na ambulância para a desfibrilação. Isso é um tempo fantástico", disse o médico Dino Altmann, do hospital São Luiz.

Serginho caiu sozinho em campo aos 14min do segundo tempo, vítima de uma parada cardiorrespiratória, quando a partida diante dos são-paulinos estava empatada por 0 a 0. Foi atendido primeiramente em campo. Depois foi levado de ambulância ao centro médico do Morumbi e, em seguida, ao hospital São Luiz. O resultado da autópsia ainda não foi divulgado.

"Mesmo dentro de um hospital esse tempo é considerado ótimo. Duvido que com um kit de desfibrilador esse tempo seria menor", continuou o médico.

Ainda de acordo com Altamann, com certeza Serginho já tinha alguma patologia. "Sem uma patologia no coração, um atleta de 30 anos como ele não teria tido uma parada cardiorrespiratória", afirmou.

As principais críticas ao atendimento foram em relação ao fato de a ambulância estar trancada e sem o motorista e equipe médica do hospital no local, além do fato de o atleta ter sido transportado no carro-maca até a ambulância. De acordo com Altmann, esse fatores não fizeram diferença.

"Isso não teria mudado o procedimento em absolutamente coisa nenhuma. O serviço da ambulância não é fazer o atendimento em campo. A gente corre atrás do tempo, mas com segurança", disse.

"A gente não sabe das condições clínicas e se a doença que ele tinha, se é que tinha, permitia que [a parada] fosse reversível. A gente infelizmente tem fatalidades todos os dias. As tentativas de ressuscitação não pararam em nenhum momento, mas ele não respondia", continuou.

O supervisor do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, que também é médico, concordou. "Evidente que é o carro-maca que tem que ir até a ambulância. A ambulância deve servir para remoções para o meio externo. Evidentemente não se pode invadir com uma ambulância a qualquer momento o campo de jogo. Seria até difícil,poderia demorar mais", avaliou.

Sobre a possibilidade de levar um desfibrilador até o local, Altmann também disse considerar que isso poderia não ser o ideal.

"Essa é uma situação muito polêmica. A existência do desfibrilador não significa sucesso no tratamento. Foi dado o primeiro atendimento como deveria ser feito e ele foi levado para o centro médico, onde você tem desfibrilador, equipamento para entubação, respirador, medicamentos intravenosos. Não tem sentido levar só o desfibrilador até o jogador", explicou.

O presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvea, disse considerar que o atendimento foi bom, mas abriu a possibilidade de melhorar as condições.

"Me baseei nas informações dos médicos em quem o São Paulo confia. Tudo o que podia ser feito foi feito. Se no futuro surgir alguma sugestão útil neste assunto, o São Paulo não vai se furtar a adotá-la", afirmou.

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