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28/10/2004
-
14h24
da Folha Online
O médico Martino Martinelli Filho, responsável pela unidade clínica de marcapasso do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), confirmou nesta quinta-feira, em entrevista à radio Jovem Pan, que o zagueiro Serginho, que morreu ontem após uma parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo, tinha um problema cardíaco que foi detectado no início do ano.
Logo após a queda do jogador em campo, jogadores como o goleiro Silvio Luiz e o lateral Anderson Lima já haviam revelado que um exame do atleta havia apontado um problema.
"Soubemos aqui no Instituto do Coração que ele tinha feito recentemente um exame de cintilografia que mostrava um comprometimento do músculo cardíaco. É a única informação que nós temos do problema dele. É uma miocardiopatia, doença do músculo cardíaco que suscetibiliza o aparecimento de arritmias, muitas vezes letais", disse Martino Filho, que também é diretor científico do departamento de arritmia e eletrofisiologia clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
De acordo com o médico, no entanto, ele não pode avaliar qual a gravidade do problema. "Não sei exatamente como essas coisas [exames] ocorreram. Uma simples informação de que ele tinha doença cardíaca é muito vaga. Há meios de identificar essas arritmias, e ao se identificar que são potencialmente letais as atitude médicas são enérgicas para evitar uma catástrofe. Não tivemos contato com quem cuidou dele. Estamos hipotetizando. Existem mais de 30 tipos de arritmias. Algumas são benignas e acompanham os atletas sem representar risco", explicou.
Apesar disso, Martino Filho afirmou que medidas preventivas deveriam ter sido tomadas, já que foi diagnosticado algum tipo de problema.
"É uma tragédia anunciada, sem dúvida nenhuma. Nos casos dos atletas do exterior, o Feher e o Foe, não se tinha conhecimento do problema. O primeiro sintoma foi a morte súbita. No caso do Serginho, podia-se tomar atitude preventiva. Se faz uma estratificação do risco", avaliou, lembrando o húngaro Miklos Feher, que morreu em janeiro em um jogo do Benfica, e o camaronês Marc-Vivien Foe, que morreu durante jogo de sua seleção no ano passado.
Segundo o médico, a equipe médica dos dois times agiu da maneira que poderia no momento do problema e o único meio de ter tentado salvar o jogador seria o usando um desfibrilador na hora do incidente, ainda no gramado.
"Seguramente as pessoas que estavam ali nunca tinham participado de um atendimento [deste tipo] anteriormente. Mas notou-se ali uma tentativa de se esgotar todas as forma de tratamento. É claro que a crítica é feita agora, vendo a cena sentado. O problema, na verdade, nem foi esse. Tudo foi feito como se podia fazer. Mas tudo teria grande chance de ser resolvido se antes da própria massagem pudesse se utilizar o desfibrilador. Sem dúvida uma arritmia grave fatal foi responsável pelo quadro. Se tivesse ali à disposição, na beira do gramado, um desfibrilador para que assim que ele caiu ele recebesse um choque, ele teria grande chance de estar vivo agora", finalizou.
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O médico Martino Martinelli Filho, responsável pela unidade clínica de marcapasso do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), confirmou nesta quinta-feira, em entrevista à radio Jovem Pan, que o zagueiro Serginho, que morreu ontem após uma parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo, tinha um problema cardíaco que foi detectado no início do ano.
Logo após a queda do jogador em campo, jogadores como o goleiro Silvio Luiz e o lateral Anderson Lima já haviam revelado que um exame do atleta havia apontado um problema.
"Soubemos aqui no Instituto do Coração que ele tinha feito recentemente um exame de cintilografia que mostrava um comprometimento do músculo cardíaco. É a única informação que nós temos do problema dele. É uma miocardiopatia, doença do músculo cardíaco que suscetibiliza o aparecimento de arritmias, muitas vezes letais", disse Martino Filho, que também é diretor científico do departamento de arritmia e eletrofisiologia clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
De acordo com o médico, no entanto, ele não pode avaliar qual a gravidade do problema. "Não sei exatamente como essas coisas [exames] ocorreram. Uma simples informação de que ele tinha doença cardíaca é muito vaga. Há meios de identificar essas arritmias, e ao se identificar que são potencialmente letais as atitude médicas são enérgicas para evitar uma catástrofe. Não tivemos contato com quem cuidou dele. Estamos hipotetizando. Existem mais de 30 tipos de arritmias. Algumas são benignas e acompanham os atletas sem representar risco", explicou.
Apesar disso, Martino Filho afirmou que medidas preventivas deveriam ter sido tomadas, já que foi diagnosticado algum tipo de problema.
"É uma tragédia anunciada, sem dúvida nenhuma. Nos casos dos atletas do exterior, o Feher e o Foe, não se tinha conhecimento do problema. O primeiro sintoma foi a morte súbita. No caso do Serginho, podia-se tomar atitude preventiva. Se faz uma estratificação do risco", avaliou, lembrando o húngaro Miklos Feher, que morreu em janeiro em um jogo do Benfica, e o camaronês Marc-Vivien Foe, que morreu durante jogo de sua seleção no ano passado.
Segundo o médico, a equipe médica dos dois times agiu da maneira que poderia no momento do problema e o único meio de ter tentado salvar o jogador seria o usando um desfibrilador na hora do incidente, ainda no gramado.
"Seguramente as pessoas que estavam ali nunca tinham participado de um atendimento [deste tipo] anteriormente. Mas notou-se ali uma tentativa de se esgotar todas as forma de tratamento. É claro que a crítica é feita agora, vendo a cena sentado. O problema, na verdade, nem foi esse. Tudo foi feito como se podia fazer. Mas tudo teria grande chance de ser resolvido se antes da própria massagem pudesse se utilizar o desfibrilador. Sem dúvida uma arritmia grave fatal foi responsável pelo quadro. Se tivesse ali à disposição, na beira do gramado, um desfibrilador para que assim que ele caiu ele recebesse um choque, ele teria grande chance de estar vivo agora", finalizou.
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