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18/05/2003 - 09h00

Wagner Moura gostaria de trabalhar com Guel Arraes na TV

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JANAINA FIDALGO
da Folha Online

No teatro, Luiz Carlos Vasconcelos; no cinema, Nelson Pereira dos Santos e na TV, Guel Arraes. Se depender do ator Wagner Moura, 26, e de seu jeito direto, há grandes chances que os seus próximos trabalhos sejam assinados por esses diretores. De seu currículo já constam Walter Salles ("Abril Despedaçado"), Cacá Diegues ("Deus é Brasileiro"), Hector Babenco ("Carandiru"), Felipe Hirsch ("Os Solitários") e João Falcão ("A Máquina").

"Eu consigo dizer isso [que quer trabalhar com algum diretor] quando tenho muita admiração, ou quando conheço relativamente a pessoa. Também não sou nenhum louco que telefona para as pessoas dizendo: 'me chama para trabalhar'", afirma.

Entre os projetos, estão a remontagem de "Gota d'Água", com a atriz Eliane Giardini e o diretor João Falcão, e "Répétition", com a atriz e produtora Xuxa Lopes e texto de Flávio de Souza.

Divulgação
O ator Wagner Moura;
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Leia outro trecho da entrevista de Wagner Moura:

Folha Online - Quem são os diretores, autores ou atores com quem gostaria de trabalhar?

Moura -
Tem um monte de gente. Você sabe que o Luiz Carlos Vasconcelos é um grande diretor de teatro. É muito conhecido como ator, mas dirigiu a peça mais linda que eu já vi na minha vida que é "Vau da Sarapalha". É um espetáculo que ele fez com um grupo maravilhoso da Paraíba, chamado grupo Piollin. E eu participei de um trabalho com o Luiz, muito tempo atrás, em Salvador. Ele veio dirigir um workshop com alguns atores da Bahia que quase virou um espetáculo na época. Sempre que eu encontrou o Luiz a gente fala em retomar isso. Não sei como está isso para ele.

O João Falcão é um cara com quem quero muito voltar a trabalhar. Eu fui o único ator de "A Máquina" que não trabalhou com ele de novo. Eu sou louco para trabalhar com o João novamente. Temos um projeto de montar Gota d' Água. Na verdade, o projeto é da Eliane Giardini, que convidou a mim e o João para fazer com ela. É um puta texto. Existe um projeto com a Xuxa Lopes também, com um texto do Flávio de Souza que é muito legal. É um texto chamado "Répétition".

Folha Online - E no cinema?

Moura -
Eu tive oportunidade de conhecer Nelson Pereira dos Santos. Cacá fez uma exibição do "Deus é Brasileiro" para o pessoal do Instituto [Philippe] Pinel e eu fui. Nelson Pereira foi também porque não tinha visto o filme e levou "Zé Ketti", que é o curta que ele fez. Eu queria muito que ele voltasse a filmar. Não sei se isso vai acontecer, mas é um diretor que eu queria trabalhar. É o cara que fez "Memórias do Cárcere" [1983], "Vidas Secas" [1963], "Rio 40 Graus" [1955]. Eu tenho a maior admiração por Nelson Pereira.

Folha Online - Você tem o hábito de dizer diretamente ao diretor quando quer fazer um trabalho dele?

Moura -
Áh, eu tenho. Eu falo.

Folha Online - Com "Carandiru" também foi assim?
Moura -
"Carandiru" eu mandei uma fita para o Hector [Babenco, diretor] porque eu estava filmando "Deus é Brasileiro". Mandei essa fita para ele, a fita escura, né. Aquela história.

Folha Online - Aquela em que ele não te viu?

Moura -
Acho que as pessoas já tinham falado de mim para ele. Não foi uma coisa assim: me apaixonei por essa voz... [risos]

Folha Online - Você visitou o presídio antes de começar a filmar?

Moura -
Cheguei, mas muito rapidamente. Essa parte de preparação, que foi muito bem feita pelo Sérgio Pena com os outros atores, eu não pude participar. Eu cheguei por último, faltando uma semana para filmar.

Folha Online - Sua visão do sistema carcerário e dos próprios presos mudou depois de filmar "Carandiru"?

Moura -
Com certeza. Tem uma coisa que eu achei muito legal é que o filme humaniza os personagens sem vitimizá-los.

Folha Online - Você já tinha lido o livro do Dráuzio Varella?

Moura -
Já tinha lido. E uma coisa que eu fiquei muito impressionado quando eu fui ao Carandiru é que os caras são igual a gente. A gente que não conhece a cadeia fica uma imagem de que aquele lugar é cheio de bandido perigoso, como de fato muitos são, mas são caras normais. Fui lá, bebi suco de caju, fiquei trocando idéia com eles. Poderiam ser seu amigo, seu vizinho. Normal, cometeram crimes, alguns muito cruéis, e acho que todo mundo que está lá merece estar ali. Mas não tem uma coisa...

Folha Online - Em TV?

Moura -
Pô, em TV eu queria muito trabalhar com o Guel [Arraes, diretor]. E eu também já falei para ele isso [risos].

Folha Online - E qual a resposta que você costuma ouvir quando conta isso aos diretores?

Moura -
Olha, eu consigo dizer isso quando tenho muita admiração pela pessoa, ou quando conheço relativamente a pessoa. Também não sou nenhum louco que telefona para as pessoas dizendo: "me chama para trabalhar". E Guel eu já tinha conhecido através de João. Admiro muito Guel. E um dia encontrei com ele numa festa e falei: "vou falar pro cara que eu quero trabalhar com ele". Mas você fica meio sem graça porque todo mundo deve falar isso pra ele. Eu acho o Guel o máximo, o que Guel consegue fazer na televisão eu acho sensacional.

Folha Online - Você tem vontade de dirigir ou acha que ainda é muito cedo, muito precoce?

Moura -
Eu tenho, mas é cedo.

Folha Online - Você escreve? Tem textos seus que gostaria de levar ao palco?

Moura -
Eu escrevo algumas coisas. Tem uma peça que eu escrevo há cinco anos. No ritmo baiano eu não sei quando eu vou terminar [risos].

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