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20/06/2003 - 11h55

Perfil: J.K. Rowling vivia de pensão e hoje é mais rica que a rainha

ERIC THOMAS
da France Presse, em Londres

"Estaria totalmente louca se tivesse esperado por tudo isto", afirma a autora das aventuras do jovem bruxo Harry Potter, a inglesa J.K. Rowling, uma jovem mãe divorciada de 37 anos que vivia com a ajuda do Estado antes dos seus livros virarem um sucesso, tornando-a mais rica do que a rainha da Inglaterra.

Desde a publicação em 1997 do primeiro livro da saga, "Harry Potter e a pedra filosofal", a escritora britânica vem encantando centenas de milhões de leitores de todas as idades e países com as aventuras de um pequeno órfão aprendiz de feiticeiro, cujo quinto volume está sendo lançado hoje à meia-noite.

Suas aparições em uma livraria para autografar os livros provocam filas dignas de uma estrela de cinema ou de rock, algo que a pequena Joanne Kathleen Rowling, nascida no dia 31 de julho de 1965, em uma família modesta perto de Bristol (oeste de Inglaterra) jamais poderia ter imaginado.

Reprodução
A escritora J.K. Rowling
Aluna aplicada (a primeira da classe, como Herminone Granger, a melhor amiga de Harry, que é sua caricatura confessa), foi uma jovem atormentada que adorava livros mais que os estudos.

Os poucos jornalistas que tiveram a chance de entrevistá-la depois do sucesso destacam uma inteligência viva, um senso de humor aguçado e uma surpreendente modéstia.

Depois de se tornar professora de francês, Joanne teve vários pequenos empregos. A idéia do livro veio em um trem que a levava de Manchester a Londres em 1990. Assim foi concebido Harry Potter, cuja gestação e parto demoraria sete anos.

Em 1990, a morte de sua mãe a fez mudar de vida. Foi para Portugal, onde ensinou inglês e se casou com um jornalista, com quem teve uma filha, Jessica.

O casamento não deu certo e Rowling voltou ao Reino Unido, instalando-se em Edimburgo (Escócia) onde, devido à falta de emprego fixo, viveu com a ajuda do governo, educando sua filha e beirando a depressão.

Em um café onde se refugiava para fugir do frio de seu apartamento --que depois do seu sucesso virou local de peregrinação-- escreveu as primeiras aventuras de Harry Potter.

Doze editoras recusaram o livro "Harry Potter e a Pedra Filosofal". A décima terceira, a discreta Bloomsbury, adquiriu os direitos autorais do maior fenômeno editorial do século XX por algumas mil libras esterlinas.
Quatro volumes e 195 milhões de exemplares mais tarde, J.K. Rowling faz parte hoje do seleto grupo dos autores mais lidos do planeta, junto com Shakespeare e Agatha Christie.

A vida financeira da escritora também mudou muito. Segundo o Sunday Times, a mulher que há dez anos pulava refeições para que sua filha não passasse fome, é agora mais rica que a rainha Elizabeth, com uma fortuna estimada em 280 milhões de libras (cerca de 400 milhões de euros e dólares).

Muito preocupada com sua privacidade, Rowling voltou a casar discretamente em 2001 com um médico, Neil Murray. No início de março, deu à luz a seu segundo filho, David.

Os quase três anos que levou para escrever "A Ordem da Fênix" em comparação com os doze meses em que redigiu os três volumes anteriores fazem os admiradores temerem uma crise de inspiração ou de motivação. A "mãe" de Harry desmentiu que isso esteja acontecendo, apesar de dizer que está mais difícil escrever devido à pressão incessante.

Una notícia que faz tremer seus milhões de leitores, que não vão demorar para devorar as 250 mil palavras de "Fênix". E voltarão a ficar nervosos esperando o sexto volume, mesmo que a autora tenha afirmado que já escreveu suas primeiras linhas.

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