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10/09/2003 - 22h50

De volta ao cinema, Wagner Moura vive retirante em "O Caminho das Nuvens"

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JANAINA FIDALGO
da Folha Online

A procedência --o Nordeste-- e o destino --o Rio de Janeiro-- dão certa semelhança à vida do ator Wagner Moura, 27, e à trajetória de Romão, seu personagem no filme "O Caminho das Nuvens", o primeiro longa-metragem de Vicente Amorim, que estréia na próxima sexta-feira, dia 12, nos cinemas. Filho de migrante, o ator buscou em sua origem e em suas memórias as referências para criar o personagem inspirado no motorista paraibano Cícero Ferreira dos Santos.

Janaina Fidalgo/Folha Imagem
O ator Wagner Moura, que interpreta Romão em "O Caminho das Nuvens"
O resultado, classificado por Wagner Moura como seu trabalho mais maduro e cheio de sutilezas, pode ser conferido a partir desta sexta-feira em sete capitais --São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

Sétimo longa-metragem de sua carreira, "O Caminho das Nuvens" é o segundo filme de estrada do ator --o primeiro foi "Deus É Brasileiro" (2003), de Cacá Diegues. Entre as vantagens de filmar em várias cidades, Moura destaca a possibilidade de mergulhar no universo do personagem. O longa foi filmado em Juazeiro do Norte (CE), Porto Seguro (BA) e Rio de Janeiro.

"Esses são os filmes que eu mais gosto de fazer. Quando você está filmando numa locação que não é a sua casa, é bom não voltar para os problemas da sua vida", disse.

Leia, a seguir, trechos da entrevista concedida por Wagner Moura à Folha Online, para falar do filme:

Folha Online - Este é o seu segundo filme de estrada depois de "Deus É Brasileiro". Como é voltar para a estrada e sobre uma bicicleta?

Wagner Moura -
É ótimo. Esses são os filmes que eu mais gosto de fazer. Quando você está filmando numa locação que não é a sua casa, é bom não voltar para os problemas da sua vida. Você está imerso naquele lugar, sai da filmagem, vai para o hotel e está aquela equipe toda ali. Você fala do personagem, do dia e como foi a filmagem. Está vendo o que o personagem vê, conversando com as pessoas com quem o personagem estaria. É um mergulho mais profundo no universo do personagem do que estar filmando em um lugar em que você acaba o trabalho e volta para a sua realidade.

Folha Online - Mais uma vez você interpreta um personagem nordestino. Sendo baiano, como é essa experiência?

Moura -
É ótimo. O Nordeste é um pedaço do Brasil culturalmente muito rico. Também é a minha origem, um lugar com o qual eu tenho uma familiaridade muito grande. Para mim, construir um personagem nordestino é muito prazeroso. Não que seja fácil, mas eu posso me utilizar de memórias, emoções, sensações e de coisas que eu ouvi durante a minha vida toda e que são muito ricas. É um material muito vasto que eu posso usar nos personagens que eu componho.

Folha Online - Seu personagem no filme deixa sua cidade natal e vai para o Rio. Nesse sentido, sua vida é semelhante à do Romão...

Moura -
Eu sou um migrante também. Um cara que saiu do Nordeste e foi [embora] igual ao personagem, de certa forma. Saí de Salvador para vir fazer cinema em São Paulo e no Rio.

Folha Online - Você chegou a conhecer o Cícero, cuja história inspirou o filme? Como você montou seu personagem?

Moura -
Não. O que eu construí foi em cima do roteiro que o Vicente [Amorim] me deu para ler. O roteiro é baseado na história do Cícero, mas a minha construção foi toda em cima desse roteiro, como se eu tivesse recebido um roteiro de ficção, escrito por um cara que inventou aquela história. Pirei num personagem em cima daquilo. Em nenhum momento eu procurei saber como era o Cícero.

Folha Online - E o roteiro foi suficiente para a composição ou você buscou outras referências?

Moura -
Eu fui buscar na minha memória, no que vivi, na minha loucura e nas coisas que eu inventava e achava que eram legais para o personagem, mas nunca quis saber do Cícero. Não podia se fazer aquele homem. Aí teria de filmar o cara, se fosse essa a proposta. Mas não era essa a intenção, nem minha nem do Vicente.

Folha Online - Assistindo ao filme, você vê no Romão o que veio do roteiro e o que trouxe dessas suas memórias?

Moura -
Não consigo separar uma coisa da outra. Acho que o Romão é fruto das informações que estão no roteiro, do trabalho que eu tive com o Vicente, com a Laís Corrêa [responsável pela preparação do elenco], do meu encontro com as crianças, com a Cacau [Cláudia Abreu], da minha passagem por Juazeiro e pelo Cariri. É um mosaico disso tudo e não consigo mais dizer o que é o quê.

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