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18/02/2004 - 08h57

Loja virtual vende só 15 mil faixas por mês

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da Folha de S.Paulo

A experiência mais consistente de comercialização de música via internet no Brasil é ainda ínfima: o site iMusica, uma espécie de iTunes à brasileira, afirma vender em média 15 mil downloads por mês, por preços que variam entre R$ 0,99 e R$ 2,90 cada faixa.

Se o iTunes conta com o acervo de todas as grandes gravadoras multinacionais, a versão local só conseguiu se acertar até agora com a EMI e a BMG --as negociações ocorrem diretamente nas matrizes, e não nas filiais locais.

"O principal obstáculo para nós é a falta de conteúdo", segundo um dos diretores do iMusica, Alexandre Agra. "Tecnologicamente estamos em igualdade de condições com o mundo", completa, divergindo da impressão de que o fosso brasileiro entre o modelo antigo e o novo seja tecnológico.

"Aqui as pessoas podem não ter saneamento básico, mas têm telefone celular", argumenta seu sócio Cláudio Campos.

O site (www.imusica.com.br) tem cerca de 60 mil faixas licenciadas, mas só 25 mil delas estão totalmente disponíveis para compra por download. Os diretores atribuem isso à falta de estratégia e empenho das grandes gravadoras, mas também remetem cota de responsabilidade aos artistas.

"Apesar de termos acordos com suas gravadoras, artistas como Ed Motta, Paralamas do Sucesso e Los Hermanos não permitem que suas músicas sejam vendidas no site", diz Campos.

O empresário dos Los Hermanos, Simon Fuller, nega que a banda seja contra o comércio virtual. "É uma posição estratégica. Começamos um serviço de clube no site da banda, em que os assinantes têm acesso ao conteúdo exclusivo", explica.

Segundo o empresário dos Paralamas, José Fortes, o grupo não tem nada contra a venda virtual de fonogramas, mas está estudando propostas de comercialização.

Ed Motta é o único que assume uma atitude resistente ao novo modelo. "Como entusiasta e colecionador de discos, não me interessa ser um dos pioneiros da venda de MP3", afirma. Usuário do iPod, ele promete aderir ao novo modelo quando virar praxe.

Os independentes

Presidente da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), Pena Schmidt acompanhou as discussões sobre o novo panorama na feira internacional Midem, em janeiro, e tenta ostentar um discurso otimista --sem negar o fosso atual.

"O modelo antigo morreu e o novo não está pronto. A boa notícia é que vamos sobreviver, após um período que chuto ser de uns dois anos de transição. A pior etapa é a que vem agora", prevê.

As soluções que ele vislumbra incluem música paga por assinatura, coligação da indústria fonográfica com grandes empresas de telefonia e informática e a permanência do CD em outra escala.

Uma das atitudes já tomadas pela ABMI, segundo ele, é a união dos independentes. "O cooperado e o coletivo são obrigatórios no novo modelo. Não adianta vender pingado, a ABMI tem de oferecer 10 mil músicas de uma vez."

Schmidt vê vantagem crucial no novo cenário. "A música volta a ser o que era antes de inventarem a cadeira do diretor de marketing de gravadora. Se a música é boa a gente gosta --é simples assim."

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