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10/06/2004 - 07h12

Pais, amigos e amores do cantor Cazuza estréiam em filme amanhã

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PEDRO ALEXANDRE SANCHES
SILVANA ARANTES

da Folha de S.Paulo

Sandra amava Daniel que amava Frejat que amava Lucinha que amava João que amava Reginaldo que amava Marieta que amava Ney que amava Cazuza que amava toda a quadrilha.

Quando a morte de Cazuza (em 1990, de Aids) rimou amor com dor, Lucinha (Araújo) imprimiu as saudades do filho num livro ("Cazuza - Só as Mães São Felizes"), que foi o ponto de partida para Sandra (Werneck) dirigir o longa-metragem "Cazuza - O Tempo Não Pára", a quatro mãos com Walter (Carvalho).

Divulgação

O ator Daniel Oliveira em cena do filme sobre Cazuza
Antes que o filme chegasse aos cinemas (150 salas, amanhã), Fernando (Bonassi), que não tinha entrado na história, assumiu sua escrita, ao lado de Victor (Navas).

Bonassi, colunista da Folha, procurou "fazer uma reforma importante no roteiro, no sentido de torná-lo mais ambíguo, mais louco e apimentado", porque achava que, "naquele momento, o roteiro se encontrava com uma posição muito singela do Cazuza, talvez ainda muito relativa à voz familiar, a como Lucinha via o filho".

Lucinha aprovou o resultado do filme, mas se viu "meio chatinha, cobradora, pintada com cores muito fortes" na tela. Sandra diz que "todas as mães somos obsessivas, carinhosas, protetoras" e enxerga Lucinha no filme "tão amorosa, tão dedicada ao filho".

(Roberto) Frejat confessa que, "ouvindo Marieta (Severo), várias vezes achava que era a própria Lucinha falando" e que achou também que "Daniel (Oliveira) está impressionante [como Cazuza], e os quatro membros da banda [Barão Vermelho], muito bem representados", embora ache "superficial" o retrato cinematográfico feito dele mesmo.

"Pelo filme, sou o cara que dá os cortes e coloca ordem. Até podia ser mesmo, mas não do modo maniqueísta que aparece. A frase sobre o samba nunca sairia da minha boca." Bonassi diz que, "independentemente de [Frejat] ter dito ou não, havia no início dos anos 80 uma polaridade entre MPB e rock" e conclui: "Se [Frejat] não disse, poderia ter dito, o que me isenta de culpa quanto à verdade".

Não só nesse episódio, o roteirista deu de ombros para o compromisso da reprodução histórica rigorosa. "Pessoalmente, não estou nem aí para a verdade dos fatos. Tratando-se de um ídolo pop, você tem que captar a freqüência, a atmosfera. Enquanto escrevia, a gente dizia que tudo é verdade, especialmente o que a gente inventou. A essa altura, não sei o que a gente inventou, o que ouvi falar e o que aconteceu de verdade."

Sandra diz que "não chegaria a tanto", embora afirme que, se fosse para reproduzir com exatidão os fatos, faria um documentário, não uma ficção biográfica. "Claro que a gente inventou muita coisa, mas a gente chupou muito do livro da Lucinha. Há seqüências [no filme] absolutamente tiradas do livro dela, que estavam quase prontas cinematograficamente."

Aquilatando verdades absolutas e mentiras sinceras, João (Araújo) diz: "Para mim, o que está no filme é 50% verdadeiro, 50% ficção". O pai de Cazuza acha que a representação de seu filho no cinema foi inexata no aspecto da homossexualidade do cantor.

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