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05/10/2005 - 14h13

"Cafundó" participa de festival que reúne filmes sobre negros

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da Folha Online

O filme "Cafundó", de Paulo Betti e Clóvis Bueno, foi convidada para participar do "The 14º Annual Pan African Film Festival", que acontece do dia 9 ao dia 20 de fevereiro de 2006, em Los Angeles. O festival, organizado pelo ator norte-americano Danny Glover, aborda exclusivamente filmes sobre negros.

Danny Glover é um ativista dos direitos dos negros e esteve no Festival do Rio, nesta semana, para promover "Manderlay", continuação da trilogia do diretor s Lars von Trier, iniciada com "Dogville".

Divulgação
Cena de "Cafundó", que levou 4 Kikitos em Gramado
Cena de "Cafundó", que levou 4 Kikitos em Gramado
Ainda inédito no circuito de salas comerciais, "Cafundó", filmado em 2003 no Paraná, cumpre, em setembro e outubro, agenda de festivais de cinema no Brasil e no exterior.

A fita está selecionada para o Vancouver International Film Festival, no Canadá, para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e para o Festival Internacional de Cine de Viña del Mar, no Chile.

Trama

Cafundó conta, de forma romanceada, a vida de João de Camargo (vivido por Lázaro Ramos), ex-escravo que viveu em Sorocaba, interior de São Paulo, entre o final do século 19 e início do século 20.

Depois de anos tentando sobreviver em sub-empregos, João passa a ter visões e descobre sua vocação de milagreiro, tornando-se líder religioso. Ele funda uma igreja --Nosso Senhor Bom Jesus da Água Vermelha--, que mescla elementos do catolicismo, espiritismo e de rituais africanos.

João de Camargo seria preso 17 vezes. Toda vez que era solto, voltava à sua pequena igreja e retomava as orações e rituais de cura para centenas de pessoas humildes que o procuravam. Ele morreu em 1942, com 84 anos. Cinco mil pessoas seguiram seu enterro, em Sorocaba.

Recentemente, o filme foi premiado com quatro Kikitos e um prêmio especial no Festival de Gramado 2005: melhor ator, para Lázaro Ramos; melhor direção de arte, para Vera Hamburguer; melhor direção de fotografia, para José Roberto Eliezer; prêmio especial do júri e prêmio RGE para melhor fotografia.

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