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21/11/2005
-
13h12
ALEJANDRA VILLASMIL
da Efe, em Nova York
Em uma ação sem precedentes, a Itália impulsionou um processo internacional contra o comércio ilícito de antiguidades por parte de museus dos Estados Unidos, incluindo o Metropolitano de Nova York e o Getty de Los Angeles.
A controvérsia alcançou nesta semana um ponto crítico com a abertura de um julgamento em Roma contra a ex-curadora do Getty Marion True e contra o marchand americano Robert Hecht, acusados de importar antiguidades romanas e etruscas escavadas ilegalmente e de incorporá-las à coleção do museu.
True é acusada de ter adquirido cerca de 40 obras de arte antiga entre as décadas de 80 e 90. Enquanto isso, a acusação contra Hecht é por vender objetos saqueados não só para o Getty, mas ao Metropolitano (Met), ao Museu de Belas Artes de Boston (Massachusetts), ao Museu de Arte da Universidade de Princeton (Nova Jersey) e ao Museu de Arte de Cleveland (Ohio), entre outras instituições.
Nesta semana, o diretor do Met, Philippe de Montebello, se reunirá em Roma com representantes do Ministério de Cultura italiano para discutir sobre a procedência de uma série de objetos antigos da coleção do museu que, segundo a Itália, foram saqueados de seu território.
Segundo o jornal "The New York Times", a investigação sobre o Met abrange 22 objetos que foram escavados e exportados da Itália de forma supostamente ilegal antes de fazer parte da coleção do museu.
Entre os objetos citados pela imprensa está um alguidar do século 6 a.C assinado pelo pintor Eufronios, considerado a peça antiga mais valiosa e importante da coleção do Met e adquirido em 1972, supostamente através de Hecht.
A Itália também afirma que o Met possui em sua coleção vários copos de Apulia (a atual Púglia), assim como uma coleção de prata roubada da antiga colônia grega de Morgantina, na Sicília.
Com essa polêmica, a Itália espera em abrir um precedente que preocupa museus do mundo todo que têm importantes coleções de objetos e arte antiga.
O objetivo das autoridades italianas é deter o tráfico ilícito de antiguidades de seu país e recuperar os mais de 3.000 tesouros artísticos supostamente saqueados de seu território.
"Nossa intenção é achatar o tráfico ilícito e, para fazer isso, temos que conseguir que os museus dos EUA deixem de comprar (objetos saqueados)", disse em Roma o advogado que representa o Ministério de Cultura italiano, Maurizio Fiorilli.
Parte da meta já foi alcançada, uma vez que em 1999 o Getty devolveu à Itália seis peças arqueológicas de sua coleção, ao que seria preciso somar outras três devolvidas na semana passada, entre elas o Copo de Asteas do século 4 a.C.
Segundo os especialistas, as investigações abertas pela Itália poderiam mudar a forma em que se lida até agora, em escala internacional, com os casos de contrabando de antiguidades e com as práticas de aquisições dos museus.
Essas práticas foram defendidas em 2003 pelos diretores de dezoito grandes museus do mundo, entre eles o Louvre de Paris, o Prado e o Thyssen-Bornemisza (Madri), o Rijksmuseum (Amsterdã) e o Guggenheim de Nova York. No grupo também figuravam o Met e o Getty.
Um documento assinado pelos então diretores dessas instituições argumenta que os museus têm uma missão especial como tesoureiros da cultura mundial e que os padrões éticos do presente não poderiam ser aplicados às aquisições do passado.
"Os objetos e obras monumentais instalados décadas e até mesmo séculos atrás em museus na Europa e nos EUA foram adquiridos sob condições que não são comparáveis às da atualidade", assinala o documento, colocado na site do British Museum.
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da Efe, em Nova York
Em uma ação sem precedentes, a Itália impulsionou um processo internacional contra o comércio ilícito de antiguidades por parte de museus dos Estados Unidos, incluindo o Metropolitano de Nova York e o Getty de Los Angeles.
A controvérsia alcançou nesta semana um ponto crítico com a abertura de um julgamento em Roma contra a ex-curadora do Getty Marion True e contra o marchand americano Robert Hecht, acusados de importar antiguidades romanas e etruscas escavadas ilegalmente e de incorporá-las à coleção do museu.
True é acusada de ter adquirido cerca de 40 obras de arte antiga entre as décadas de 80 e 90. Enquanto isso, a acusação contra Hecht é por vender objetos saqueados não só para o Getty, mas ao Metropolitano (Met), ao Museu de Belas Artes de Boston (Massachusetts), ao Museu de Arte da Universidade de Princeton (Nova Jersey) e ao Museu de Arte de Cleveland (Ohio), entre outras instituições.
Nesta semana, o diretor do Met, Philippe de Montebello, se reunirá em Roma com representantes do Ministério de Cultura italiano para discutir sobre a procedência de uma série de objetos antigos da coleção do museu que, segundo a Itália, foram saqueados de seu território.
Segundo o jornal "The New York Times", a investigação sobre o Met abrange 22 objetos que foram escavados e exportados da Itália de forma supostamente ilegal antes de fazer parte da coleção do museu.
Entre os objetos citados pela imprensa está um alguidar do século 6 a.C assinado pelo pintor Eufronios, considerado a peça antiga mais valiosa e importante da coleção do Met e adquirido em 1972, supostamente através de Hecht.
A Itália também afirma que o Met possui em sua coleção vários copos de Apulia (a atual Púglia), assim como uma coleção de prata roubada da antiga colônia grega de Morgantina, na Sicília.
Com essa polêmica, a Itália espera em abrir um precedente que preocupa museus do mundo todo que têm importantes coleções de objetos e arte antiga.
O objetivo das autoridades italianas é deter o tráfico ilícito de antiguidades de seu país e recuperar os mais de 3.000 tesouros artísticos supostamente saqueados de seu território.
"Nossa intenção é achatar o tráfico ilícito e, para fazer isso, temos que conseguir que os museus dos EUA deixem de comprar (objetos saqueados)", disse em Roma o advogado que representa o Ministério de Cultura italiano, Maurizio Fiorilli.
Parte da meta já foi alcançada, uma vez que em 1999 o Getty devolveu à Itália seis peças arqueológicas de sua coleção, ao que seria preciso somar outras três devolvidas na semana passada, entre elas o Copo de Asteas do século 4 a.C.
Segundo os especialistas, as investigações abertas pela Itália poderiam mudar a forma em que se lida até agora, em escala internacional, com os casos de contrabando de antiguidades e com as práticas de aquisições dos museus.
Essas práticas foram defendidas em 2003 pelos diretores de dezoito grandes museus do mundo, entre eles o Louvre de Paris, o Prado e o Thyssen-Bornemisza (Madri), o Rijksmuseum (Amsterdã) e o Guggenheim de Nova York. No grupo também figuravam o Met e o Getty.
Um documento assinado pelos então diretores dessas instituições argumenta que os museus têm uma missão especial como tesoureiros da cultura mundial e que os padrões éticos do presente não poderiam ser aplicados às aquisições do passado.
"Os objetos e obras monumentais instalados décadas e até mesmo séculos atrás em museus na Europa e nos EUA foram adquiridos sob condições que não são comparáveis às da atualidade", assinala o documento, colocado na site do British Museum.
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