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28/11/2005
-
18h07
da Folha Online
Confira abaixo os principais momentos da sabatina com o ator Paulo Autran:
"A crise no teatro é um assunto eterno. Começou na Grécia, junto com o teatro. Mas o que chamam de crise é benéfico, faz com que ele seja diferente da TV e do cinema, é a crise que estimula. Quando comecei a fazer teatro, as peças ficavam apenas dois meses em cartaz. Hoje, estou em cartaz há 16 anos".
"Antes, quando eu fazia uma peça, ia ao banco e assinava dez notas promissórias. Pagava mês a mês, com o dinheiro da bilheteria, e ainda sobrava algum. Hoje em dia, as peças estão muito caras. Não dá para pagar elenco, aluguel do teatro, cenário e tudo mais. (...) As leis de incentivo tiveram como efeito colateral o aumento do custo do teatro. Todo mundo [como equipe técnica e infra-estrutura] aumentou seu preço. O custo está ficando astronômico."
"Meu primeiro papel foi aos sete anos, em uma pecinha de teatro que durava dez minutos. Fiz o diabo, com chifres de papelão, calção vermelho e tudo. Entrei mudo e saí calado. Em 47, ainda não me pagavam para largar a advocacia e ser ator. Quando a Tônia [Carrero] me convidou, gastou um mês para me convencer. Mas resolvi largar a advocacia. Foi a decisão mais certa da minha vida."
"O Paulo Francis foi muito amigo meu e da Tônia [Carrero]. De repente, em suas críticas, ele começou a escrever que ela era muito sexy, que continuava sexy. Aí, um dia, ela foi entrevistada na televisão, e perguntaram o que achava do Paulo Francis. Ela respondeu que era o crítico mais sexy do Brasil. Ele ficou tão irritado que escreveu um artigo pessoal contra a Tônia. Um dia, em uma peça, eu o vi ao lado do Ítalo Rossi. Fiz minha cena, fui ao meio do publico, dei uma cusparada nele. Cuspi com prazer, e ele ficou parado."
"Eu não sei se existe um método meu [de compor um personagem]. Eu leio, releio, até que a história esteja bem nítida na minha cabeça. Aí eu vejo porque meu personagem está lá e, por último, como é que ele age, o que é que ele pensa quando diz tal frase. Quando você tem a sorte de acertar, é porque dá a entonação certa para que a platéia entenda o que o personagem está dizendo."
"Quando a natureza me tirar a voz, ou eu não puder andar, eu vou continuar, tenho uma pena de quem se aposenta. O aposentado pensa que vai descansar, mas vai chatear a mulher e vai caminhar mais rápido para a morte. Eu recomendo, quanto mais velho estiver, mais trabalhe, até não poder mais."
"[José Celso Martinez] foi a maior revelação de teatro no Brasil. "Pequenos Burgueses" foi um grande espetáculo. Depois teve uma fase muito ruim, mas hoje ele trabalha para um grupo especifico. Masturbação [sobre uma cena das peças de Martinez] parece que atrai público, mas a mim não atrai nada."
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Cuspi com prazer em Paulo Francis, diz Autran
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Confira os principais momentos da sabatina
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Confira abaixo os principais momentos da sabatina com o ator Paulo Autran:
"A crise no teatro é um assunto eterno. Começou na Grécia, junto com o teatro. Mas o que chamam de crise é benéfico, faz com que ele seja diferente da TV e do cinema, é a crise que estimula. Quando comecei a fazer teatro, as peças ficavam apenas dois meses em cartaz. Hoje, estou em cartaz há 16 anos".
"Antes, quando eu fazia uma peça, ia ao banco e assinava dez notas promissórias. Pagava mês a mês, com o dinheiro da bilheteria, e ainda sobrava algum. Hoje em dia, as peças estão muito caras. Não dá para pagar elenco, aluguel do teatro, cenário e tudo mais. (...) As leis de incentivo tiveram como efeito colateral o aumento do custo do teatro. Todo mundo [como equipe técnica e infra-estrutura] aumentou seu preço. O custo está ficando astronômico."
"Meu primeiro papel foi aos sete anos, em uma pecinha de teatro que durava dez minutos. Fiz o diabo, com chifres de papelão, calção vermelho e tudo. Entrei mudo e saí calado. Em 47, ainda não me pagavam para largar a advocacia e ser ator. Quando a Tônia [Carrero] me convidou, gastou um mês para me convencer. Mas resolvi largar a advocacia. Foi a decisão mais certa da minha vida."
"O Paulo Francis foi muito amigo meu e da Tônia [Carrero]. De repente, em suas críticas, ele começou a escrever que ela era muito sexy, que continuava sexy. Aí, um dia, ela foi entrevistada na televisão, e perguntaram o que achava do Paulo Francis. Ela respondeu que era o crítico mais sexy do Brasil. Ele ficou tão irritado que escreveu um artigo pessoal contra a Tônia. Um dia, em uma peça, eu o vi ao lado do Ítalo Rossi. Fiz minha cena, fui ao meio do publico, dei uma cusparada nele. Cuspi com prazer, e ele ficou parado."
"Eu não sei se existe um método meu [de compor um personagem]. Eu leio, releio, até que a história esteja bem nítida na minha cabeça. Aí eu vejo porque meu personagem está lá e, por último, como é que ele age, o que é que ele pensa quando diz tal frase. Quando você tem a sorte de acertar, é porque dá a entonação certa para que a platéia entenda o que o personagem está dizendo."
"Quando a natureza me tirar a voz, ou eu não puder andar, eu vou continuar, tenho uma pena de quem se aposenta. O aposentado pensa que vai descansar, mas vai chatear a mulher e vai caminhar mais rápido para a morte. Eu recomendo, quanto mais velho estiver, mais trabalhe, até não poder mais."
"[José Celso Martinez] foi a maior revelação de teatro no Brasil. "Pequenos Burgueses" foi um grande espetáculo. Depois teve uma fase muito ruim, mas hoje ele trabalha para um grupo especifico. Masturbação [sobre uma cena das peças de Martinez] parece que atrai público, mas a mim não atrai nada."
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