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11/12/2005 - 09h58

"Teremos outro JK?", indaga Maria Adelaide

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da Folha de S.Paulo

Maria Adelaide Amaral, 64, nascida em Portugal e criada na capital paulista, é "louca" por pesquisa. Virou a autora número um das minisséries da Globo, e sua especialidade é dar tom de folhetim a histórias reais, como em "Um Só Coração" e "A Muralha".

Em "JK", contou com a consultoria de seu arquiteto predileto: Rodrigo, seu filho. Com a orientação dele também, ela elaborou as seguintes perguntas a Niemeyer, a quem Rodrigo chama de "Deus".

Maria Adelaide Amaral - O sr. acha que seria possível, hoje, fazer Brasília novamente?

Oscar Niemeyer - Tudo é possível. O difícil seria encontrar um presidente com a determinação e o entusiasmo de JK.

Maria Adelaide - Há algum arquiteto urbanista vivo, com a genialidade de Lúcio Costa, apto a fazer um plano piloto como o de Brasília?

Niemeyer - Deve existir.

Maria Adelaide - Se o sr. tivesse que refazer os projetos, hoje, o que mudaria?

Niemeyer - Eu procuraria manter a mesma criatividade. Quem visita Brasília pode gostar ou não dos seus palácios, mas nunca afirmar que viu antes coisa parecida. E isso é boa arquitetura.

Maria Adelaide - Concursos, licitações, licenças ambientais e toda a burocracia permitiriam hoje tirar uma nova Brasília do papel?

Niemeyer - Levaria mais tempo, pelo menos. Brasília foi feita a correr, sem que para isso adotássemos uma arquitetura mais simples e fácil de realizar.

Ao contrário, foram soluções mais livres e audaciosas que adotamos. Um exemplo: teria sido mais fácil fazer as colunas do Palácio do Alvorada mais simples e convencionais do que construir as que desenhei.

Maria Adelaide - O próximo ano marcará 50 anos do governo JK. Teremos eleições presidenciais e muitos candidatos buscarão se comparar a JK. Será que um dia teremos outro Juscelino?

Niemeyer - É preciso ser otimista. A situação do Brasil é tão complexa, o país está tão ameaçado, que alguém corajoso, progressista e nacionalista deve aparecer.

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