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20/06/2006
-
20h01
da Folha Online
Na opinião do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, 77, o confinamento crescente dos cidadãos em espaços privados destrói as cidades. O arquiteto, entrevistado de hoje na sabatina da Folha, realizada no shopping Pátio Higienópolis, foi vencedor deste ano do prêmio Pritzker.
"A pessoa se priva de tudo, inclusive da vida urbana. Isso não forma cidadão", afirmou. Mendes citou os shopping como exemplo de excludência. Na outra ponta da marginalização, o arquiteto comentou o processo de favelização das metrópoles, em especial São Paulo e Rio de Janeiro. "As favelas podem ser vistas como manifestação de urgência de urbanismo."
Durante a sabatina, Paulo Mendes explicou suas opiniões por meio de anedotas e histórias pessoais. Algumas arrancaram risadas da platéia.
"Eu já acordei na sarjeta, abraçado com um amigo, às 9h30. Tomamos um pileque tão grande que amanhecemos na rua. Não aconteceu nada. Em qualquer um desses lugares privados já teríamos sido metralhados."
Política
Ao ser questionado sobre as eleições presidenciais que acontecem neste ano, o arquiteto revelou que pretende votar em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente.
"Se a eleição fosse agora, eu votaria no Lula. Acho que ele traz uma experiência nacional muito grande. É evidente que estou decepcionado com a política, mas não vou ser moralista", respondeu.
No início da conversa, Mendes discorreu sobre a suposta queda da esquerda e o diálogo deste movimento com a arquitetura contemporânea. Para isso, fez metáforas com um símbolo internacional, o Muro de Berlim. "Caso me consultassem, eu jamais derrubaria o Muro de Berlim. Abriria oportunas e belíssimas portas nele."
No decorrer da conversa, Mendes citou diversas vezes a influência da utopia em seu trabalho. "A idéia de utopia não tem a ver apenas com o movimento moderno. Empilhar duas pedras já é um enfrentamento da natureza, portanto, utópico", afirmou.
O convidado respondeu a perguntas feitas por quatro entrevistadores e pela platéia. Para sabatiná-lo, foram convidados o arquiteto, urbanista e crítico de arte Italo Campofiorito, o arquiteto e colunista da Folha Guilherme Wisnik, o editor da Ilustrada, Marcos Augusto Gonçalves, e o repórter especial da Folha Mario César Carvalho, mediador do debate.
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Em sabatina, arquiteto Paulo Mendes diz que confinamento destrói cidades
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Na opinião do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, 77, o confinamento crescente dos cidadãos em espaços privados destrói as cidades. O arquiteto, entrevistado de hoje na sabatina da Folha, realizada no shopping Pátio Higienópolis, foi vencedor deste ano do prêmio Pritzker.
Tuca Vieira/Folha Imagem |
Arquiteto Paulo Mendes da Rocha, 77, participa de sabatina, no Teatro Folha |
Durante a sabatina, Paulo Mendes explicou suas opiniões por meio de anedotas e histórias pessoais. Algumas arrancaram risadas da platéia.
"Eu já acordei na sarjeta, abraçado com um amigo, às 9h30. Tomamos um pileque tão grande que amanhecemos na rua. Não aconteceu nada. Em qualquer um desses lugares privados já teríamos sido metralhados."
Política
Ao ser questionado sobre as eleições presidenciais que acontecem neste ano, o arquiteto revelou que pretende votar em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente.
"Se a eleição fosse agora, eu votaria no Lula. Acho que ele traz uma experiência nacional muito grande. É evidente que estou decepcionado com a política, mas não vou ser moralista", respondeu.
No início da conversa, Mendes discorreu sobre a suposta queda da esquerda e o diálogo deste movimento com a arquitetura contemporânea. Para isso, fez metáforas com um símbolo internacional, o Muro de Berlim. "Caso me consultassem, eu jamais derrubaria o Muro de Berlim. Abriria oportunas e belíssimas portas nele."
No decorrer da conversa, Mendes citou diversas vezes a influência da utopia em seu trabalho. "A idéia de utopia não tem a ver apenas com o movimento moderno. Empilhar duas pedras já é um enfrentamento da natureza, portanto, utópico", afirmou.
O convidado respondeu a perguntas feitas por quatro entrevistadores e pela platéia. Para sabatiná-lo, foram convidados o arquiteto, urbanista e crítico de arte Italo Campofiorito, o arquiteto e colunista da Folha Guilherme Wisnik, o editor da Ilustrada, Marcos Augusto Gonçalves, e o repórter especial da Folha Mario César Carvalho, mediador do debate.
Especial
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