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01/08/2006 - 18h39

Líder judeu aceita perdão de Gibson, mas Hollywood mantém crítica

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da France Presse, em Los Angeles

Um influente dirigente da comunidade judaica americana, Abraham H. Foxman, aceitou o novo perdão do astro Mel Gibson pelas declarações anti-semitas feitas pelo ator na sexta-feira.

Foxman havia rejeitado o primeiro pedido de desculpas de Gibson, que foi detido ao dirigir alcoolizado em Malibu, nos EUA. Executivos de Hollywood, porém, preferiram continuar censurando a atitude do ator e diretor.

"Esta é a desculpa que esperávamos e que pedimos. Comemoramos que Mel Gibson finalmente tenha assumido o fato de que deu declarações anti-semitas, e suas desculpas parecem sinceras", disse Foxman.

"Não existe nenhuma desculpa, nem deve existir qualquer tipo de tolerância para alguém que pensa ou expressa qualquer tipo de afirmação anti-semita. Quero pedir perdão a todos na comunidade judaica pelas palavras ácidas e prejudiciais que eu disse a um oficial da polícia", admitiu mais cedo o ator em um comunicado enviado pelo porta-voz.

Foxman se mostrou aberto a ter uma ponte de diálogo com Gibson, como solicitou o astro em seu pedido de desculpas.

O dirigente havia rejeitado as desculpas anteriores do ator, apresentadas no sábado, nas quais ele não mencionou as declarações anti-semitas, machistas e irônicas que fez no momento de sua prisão, na sexta-feira, e que foram divulgadas pelo site especializado na vida das celebridades "tmz.com".

"Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo", teria dito Gibson, segundo o site, que noticiou a prisão em primeira mão. De acordo com a fonte, o ator e diretor ainda teria dito "judeus de merda" para se referir a um policial após ter sido detido por dirigir embriagado.

Hollywood

Segundo especialistas em mídia, embora o público seja condescendente com o ator, o mesmo não ocorrerá com a indústria do entretenimento, "onde trabalham muitos judeus".

Como primeira sanção, a importante emissora ABC anunciou em um comunicado o cancelamento de uma minissérie sobre o Holocausto que estava sendo preparada pela produtora de Gibson, a Icon Productions, embora nem o comunicado, nem os porta-vozes do ator mencionem a polêmica.

"Considerando que levamos quase dois anos (trabalhando) e que ainda veremos o primeiro esboço do roteiro, decidimos não continuar mais este projeto com a (produtora) Icon", informou a ABC em um comunicado.

Para dezembro está prevista a estréia de um filme sob direção de Gibson, "Apocalyto", fita de grande orçamento rodada no México e cuja distribuição ficará a cargo da Disney, mas ainda está em aberto saber se este incidente não comprometerá seus planos.

Vários executivos de Hollywood fizeram duras críticas na imprensa local contra a atitude do ator.

"Fazer todo o dinheiro com os judeus de Hollywood e depois dizer após alguns poucos drinques que se tem ódio dos judeus é chocante. Se não gosta dos judeus, não trabalhe com eles", declarou ao jornal Los Angeles Times o israelense Arnon Milchan, produtor do filme "Sr. e Sra. Smith", com Brad Pitt e Angelina Jolie.

Rejeitando o pedido de desculpas de Gibson, Milchan acrescentou: "é como jogar uma bomba nuclear e dizer: 'Não sabia o dano que causaria, lamento de verdade'".

A alta executiva da Sony Pictures, Amy Pascal, disse por sua vez que "é incrivelmente surpreendente que alguém de sua posição se expresse desta forma, especialmente em um momento sensível".

Este não é o primeiro incidente entre a comunidade judaica e Gibson, considerada uma das pessoas mais influentes e requisitadas de Hollywood.

Há dois anos, o ator já havia sido criticado por seu filme, "A Paixão de Cristo", que conta as últimas horas de vida de Jesus segundo uma interpretação literal da Bíblia. A fita, que rendeu a Gibson 611 milhões de dólares de bilheteria, gerou protestos por referências consideradas anti-semitas.

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