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04/12/2006
-
17h13
CAMILA MARQUES
da Folha Online
A Prefeitura de São Paulo, por meio do secretário de Participação e Parceria, José Police Neto, declarou nesta segunda-feira que apóia a manutenção da parada gay da cidade, a maior do mundo, na avenida Paulista, palco do evento há dez anos.
Com a decisão, a prefeitura abre mão do desejo de reduzir os transtornos causados aos moradores da região tanto com a parada gay como com Marcha para Jesus, que ocorre um dia antes. No início do ano, chegou-se a cogitar como alternativa à Paulista locais como a avenida Tiradentes (centro de São Paulo), o Sambódromo (zona norte) e o Vale do Anhangabaú (região central).
O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), Nelson Matias, e o secretário da entidade, Alexandre Costa, participaram nesta tarde de reunião com Neto. "Agora falta a aprovação da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], da SPTuris (São Paulo Turismo) e do Ministério Público. Já demos entrada com todos os ofícios e documentos necessários", disse Costa.
Na reunião, Nelson Matias e Costa apresentaram os motivos pelos quais a entidade defende a permanência da manifestação na av. Paulista. O principal deles, segundo Costa, é justamente a segurança dos participantes.
"Não temos outro endereço em São Paulo que abrigue tanta gente e que, ao mesmo tempo, tenha acesso facilitado e vias suficientes para dispersão", explica Costa. "A 23 de Maio, por exemplo, é grande, mas não tem estações de metrô e tantas ruas transversais como a Paulista."
Na edição deste ano da parada, a entidade foi obrigada pelo Ministério Público a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que previa horário para encerramento (seguido pelos organizadores) e a mudança do local no ano que vem. O TAC, porém, previa que a prefeitura, por meio da SPTuris, indicasse ao MP possibilidades de local para a realização da parada em 2007 em até 90 dias após a realização da manifestação deste ano. Além disso, a Associação deveria ser notificada em no máximo mais 30 dias para poder se manifestar a respeito.
Segundo os diretores da entidade, porém, nada disso ocorreu. A São Paulo Turismo apenas apresentou solicitação para que a Associação se manifestasse a respeito de possíveis locais que reunissem as qualidades necessárias para a realização da manifestação. "Nós fizemos isso e apontamos a avenida Paulista. Não recebemos nenhuma reclamação", diz Costa.
"A parada gay é como a São Silvestre. Tem sua história e sua origem ligada à avenida Paulista. Não há sentido em tirarmos ela de lá", afirma André Guimarães, um dos sócios da Fun Prime, que cuida da área de comunicação e marketing da parada. "A cidade recebe mais de R$ 200 milhões na época da parada e atrai milhares de turistas. É importante para o país como um todo", completou.
A parada paulistana é, atualmente, o maior evento de visibilidade GLBT do mundo. A parada deste ano reuniu, segundo a Polícia Militar, 2,5 milhões de pessoas na avenida Paulista. Para os organizadores, o número foi ainda maior: 3 milhões. De qualquer forma, o recorde mereceu inclusão no "Guinness".
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Prefeitura de SP cede e apóia parada gay na avenida Paulista
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A Prefeitura de São Paulo, por meio do secretário de Participação e Parceria, José Police Neto, declarou nesta segunda-feira que apóia a manutenção da parada gay da cidade, a maior do mundo, na avenida Paulista, palco do evento há dez anos.
Com a decisão, a prefeitura abre mão do desejo de reduzir os transtornos causados aos moradores da região tanto com a parada gay como com Marcha para Jesus, que ocorre um dia antes. No início do ano, chegou-se a cogitar como alternativa à Paulista locais como a avenida Tiradentes (centro de São Paulo), o Sambódromo (zona norte) e o Vale do Anhangabaú (região central).
O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), Nelson Matias, e o secretário da entidade, Alexandre Costa, participaram nesta tarde de reunião com Neto. "Agora falta a aprovação da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], da SPTuris (São Paulo Turismo) e do Ministério Público. Já demos entrada com todos os ofícios e documentos necessários", disse Costa.
Na reunião, Nelson Matias e Costa apresentaram os motivos pelos quais a entidade defende a permanência da manifestação na av. Paulista. O principal deles, segundo Costa, é justamente a segurança dos participantes.
"Não temos outro endereço em São Paulo que abrigue tanta gente e que, ao mesmo tempo, tenha acesso facilitado e vias suficientes para dispersão", explica Costa. "A 23 de Maio, por exemplo, é grande, mas não tem estações de metrô e tantas ruas transversais como a Paulista."
Na edição deste ano da parada, a entidade foi obrigada pelo Ministério Público a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que previa horário para encerramento (seguido pelos organizadores) e a mudança do local no ano que vem. O TAC, porém, previa que a prefeitura, por meio da SPTuris, indicasse ao MP possibilidades de local para a realização da parada em 2007 em até 90 dias após a realização da manifestação deste ano. Além disso, a Associação deveria ser notificada em no máximo mais 30 dias para poder se manifestar a respeito.
Segundo os diretores da entidade, porém, nada disso ocorreu. A São Paulo Turismo apenas apresentou solicitação para que a Associação se manifestasse a respeito de possíveis locais que reunissem as qualidades necessárias para a realização da manifestação. "Nós fizemos isso e apontamos a avenida Paulista. Não recebemos nenhuma reclamação", diz Costa.
"A parada gay é como a São Silvestre. Tem sua história e sua origem ligada à avenida Paulista. Não há sentido em tirarmos ela de lá", afirma André Guimarães, um dos sócios da Fun Prime, que cuida da área de comunicação e marketing da parada. "A cidade recebe mais de R$ 200 milhões na época da parada e atrai milhares de turistas. É importante para o país como um todo", completou.
A parada paulistana é, atualmente, o maior evento de visibilidade GLBT do mundo. A parada deste ano reuniu, segundo a Polícia Militar, 2,5 milhões de pessoas na avenida Paulista. Para os organizadores, o número foi ainda maior: 3 milhões. De qualquer forma, o recorde mereceu inclusão no "Guinness".
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