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27/12/2006
-
09h17
ANA DANI
Colaboração para a Folha de S.Paulo, de Paris
Georges Remis nasceu na Bélgica no dia 22 de maio de 1907. Autodidata, o desenhista criou o personagem Tintim para o suplemento juvenil "Le Petit Vingtième", do jornal católico e anticomunista "Le Vingtième Siècle". A primeira aventura do jovem repórter, "Tintim no País dos Soviéticos", começou a ser publicada no dia 10 de janeiro de 1929.
A partir daí, o repórter e seu fiel cãozinho Milu percorreram o mundo inteiro. Ao longo dos 23 álbuns, Tintim passa pela Guerra do Chaco, pela Revolução Russa, pela Guerra Fria e até antecipa a primeira viagem do homem à Lua.
Considerado um dos maiores autores das histórias em quadrinhos do século 20, Hergé influenciou toda uma geração de desenhistas com um estilo que ficou conhecido por linha clara, marcado por traços simples e de espessura regular, idênticos para todos os elementos do desenho, e pela quase total ausência de sombras.
"A obra de Hergé se situa entre o realismo e o caricatural, com um equilíbrio de textos e imagens e poucos detalhes que não são importantes", explica Benoît Peeters, autor de dois livros sobre a vida e obra de Hergé.
Apesar do universalismo da obra do desenhista belga, os primeiros álbuns de Tintim foram marcados por uma forte visão colonialista e eurocentrista do mundo. Em "Tintim no País dos Soviéticos", o autor não hesitou em reproduzir a ideologia antibolchevista. O segundo álbum, "Tintim na África", também foi bastante criticado.
Em 1946, o autor chegou a modificar o texto original, substituindo a aula de geografia e história que Tintim dava às crianças africanas, intitulada "Sua Pátria, a Bélgica", por uma lição de matemática.
Hergé também foi acusado de anti-semitismo ao publicar, durante a Segunda Guerra Mundial, nas páginas do jornal belga de tendência nazista "Le Soir", episódios de "A Estrela Misteriosa", em que o vilão era uma caricatura de um banqueiro judeu.
O próprio Hergé, que reconheceu mais tarde a visão colonialista e racista de parte de sua obra, costumava dizer que vivia em um meio conservador e que sua apreensão do mundo evoluíra.
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Colaboração para a Folha de S.Paulo, de Paris
Georges Remis nasceu na Bélgica no dia 22 de maio de 1907. Autodidata, o desenhista criou o personagem Tintim para o suplemento juvenil "Le Petit Vingtième", do jornal católico e anticomunista "Le Vingtième Siècle". A primeira aventura do jovem repórter, "Tintim no País dos Soviéticos", começou a ser publicada no dia 10 de janeiro de 1929.
A partir daí, o repórter e seu fiel cãozinho Milu percorreram o mundo inteiro. Ao longo dos 23 álbuns, Tintim passa pela Guerra do Chaco, pela Revolução Russa, pela Guerra Fria e até antecipa a primeira viagem do homem à Lua.
Considerado um dos maiores autores das histórias em quadrinhos do século 20, Hergé influenciou toda uma geração de desenhistas com um estilo que ficou conhecido por linha clara, marcado por traços simples e de espessura regular, idênticos para todos os elementos do desenho, e pela quase total ausência de sombras.
"A obra de Hergé se situa entre o realismo e o caricatural, com um equilíbrio de textos e imagens e poucos detalhes que não são importantes", explica Benoît Peeters, autor de dois livros sobre a vida e obra de Hergé.
Apesar do universalismo da obra do desenhista belga, os primeiros álbuns de Tintim foram marcados por uma forte visão colonialista e eurocentrista do mundo. Em "Tintim no País dos Soviéticos", o autor não hesitou em reproduzir a ideologia antibolchevista. O segundo álbum, "Tintim na África", também foi bastante criticado.
Em 1946, o autor chegou a modificar o texto original, substituindo a aula de geografia e história que Tintim dava às crianças africanas, intitulada "Sua Pátria, a Bélgica", por uma lição de matemática.
Hergé também foi acusado de anti-semitismo ao publicar, durante a Segunda Guerra Mundial, nas páginas do jornal belga de tendência nazista "Le Soir", episódios de "A Estrela Misteriosa", em que o vilão era uma caricatura de um banqueiro judeu.
O próprio Hergé, que reconheceu mais tarde a visão colonialista e racista de parte de sua obra, costumava dizer que vivia em um meio conservador e que sua apreensão do mundo evoluíra.
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