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05/02/2003 - 08h56

Camadas de silício do sistema X3 absorvem três cores

da Folha de S.Paulo

O X3 é baseado numa propriedade muito conhecida do silício. Ele absorve diferentes comprimentos de onda, ou cores, de luz em profundidades diferentes de sua superfície.

Uma folha padrão de silício puro de cristal --o disco polido, de 5 a 8 polegadas de diâmetro, sobre o qual é feita a maioria dos microchips_ tem cerca de 0,04 polegada de espessura.

A absorção de luz visível acontece a 0,0001 polegada da superfície da folha de silício.

Para ter uma idéia do que isso representa, imagine que a folha de silício seja um lago com 300 metros de profundidade. Nesse caso, toda a absorção de luz aconteceria a um metro da superfície.

O que a Foveon fez foi embutir um sanduíche de três sensores de luz dentro daquela região minúscula de 0,0001 polegada.

Tons distintos

A construção dos sensores de luz utilizados na tecnologia X3 é um segredo da empresa, mas seu princípio de funcionamento é física básica.

A luz azul, que possui o menor comprimento de onda _cerca de 0,00002 polegada_, é absorvida mais perto da superfície.

A luz verde, com comprimento de onda maior, penetra um pouco mais fundo. A vermelha, que tem o maior comprimento de onda _cerca de 0,00003 polegada_ penetra mais fundo antes de ser absorvida.

Quando os fótons (partículas de luz) batem nos átomos de silício, ocorre a liberação de elétrons. Estes geram cargas elétricas, que são medidas pelos sensores.

Foi preciso quase um século para descobrir a melhor maneira de fotografar em cores. Mas, depois que o filme Kodachrome foi aperfeiçoado, em 1935, as tecnologias concorrentes praticamente sumiram do mapa.

Ao encontrar a solução mais simples e confiável para o problema _uma emulsão fotoquímica com três camadas_, a Kodak venceu a guerra das cores.

Desde então, o filme colorido já foi aperfeiçoado várias vezes, e outras empresas abocanharam uma parte significativa do mercado. Mas a emulsão com três camadas ainda é a solução mais aceita.

''Exatamente a mesma coisa vai acontecer com a captura eletrônica'', diz Mead. ''O X3 vai ser a tecnologia de captura eletrônica que vai sobreviver. Não tenho dúvida disso.''

Sistema atual

Se o resto do setor ainda não está disposto a entregar os pontos, é porque a tecnologia contra a qual Mead se bate reina inconteste, apesar de suas falhas, praticamente desde que foi inventada.

Se você já comprou uma câmera de vídeo ou digital, provavelmente já viu as letras CCD impressas no aparelho. São as iniciais de ''charge-coupled device'', ou dispositivo de carga acoplada.

Versões do CCD foram inventadas independentemente nos Bell Labs e na Philips Electronics há cerca de 33 anos. Elas geraram imagens muito melhores do que as que podiam ser obtidas com outros sensores, o que proporcionou seu sucesso.

Os CCDs especializados, de exposição longa, se mostraram inestimáveis na astronomia, e a tecnologia também ajudou a popularizar as câmeras de vídeo e as máquinas fotográficas digitais.

CMOS

Se o CCD era a lebre da corrida das imagens digitais, a tartaruga era o CMOS, ou semicondutor complementar metal-óxido.
O CMOS é um processo sofisticado desenvolvido nos anos 60 que produz chips com muitos transistores. Sem ele, o X3 não teria acontecido.

Embora os chips CMOS não rendessem boas imagens num primeiro momento, eles davam ótimos microcircuitos e acabaram se tornando a espinha dorsal da revolução dos computadores.

A tecnologia CMOS foi a que Gordon Moore, o primeiro presidente da Intel, tinha em mente quando, em 1965, fez sua célebre previsão que acabou ficando conhecida como Lei de Moore: a densidade dos transistores num processador dobraria a cada ano que passa.

Antes de refinar sua previsão, mudando-a para ''dobrar a cada 18 meses'', Moore consultou um especialista em miniaturização de circuitos --um jovem e brilhante professor do Caltech chamado Carver Mead.

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