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27/07/2005
-
12h14
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
Uma alternativa popular nas iniciativas de inclusão digital é o investimento em disseminadores --pessoas que passam seus conhecimentos de informática adiante e podem, por sua vez, formar outros propagadores. Com foco nesse conceito, uma iniciativa realizada até o dia 3 de agosto em Teresina (Piauí) deve capacitar 200 profissionais da área de educação que irão trabalhar em iniciativas de inclusão digital.
Os dois programas responsáveis pela capacitação são o I Encontro para Formação de Multiplicadores do Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão), iniciativa do Ministério das Comunicações, e o I Encontro de Conhecimentos Livres, realizado pelo Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura.
Os 200 "alunos", reunidos desde segunda-feira, devem trabalhar em escolas do Piauí onde há pontos de presença do programa. São esses futuros disseminadores os responsáveis por fazer com que pessoas de baixa renda entendam o potencial de transformação da tecnologia --algo desconhecido por aqueles pouco ou nada familiarizadas com computadores.
O Gesac espalha os pontos de acesso e oferece nesses locais micros (entre oito e 20 unidades) com conexão de banda larga à internet. Essa estrutura permite que os usuários tenham acesso à web, a um laboratório virtual para testes de software, listas de discussão, e-mail e agência de notícias para divulgação de suas atividades.
"Nosso objetivo é conectar as estruturas sociais dessas localidades à tecnologia. As comunidades devem perceber suas potencialidades e adquirir conhecimentos relacionados à informática para poder transformar sua realidade", afirma Antonio Albuquerque, diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital, órgão que coordena o Gesac.
Conectados
Esse tipo de mudança aconteceu, por exemplo, em uma comunidade indígena da região do Alto do Rio Negro, no Amazonas. Ao entrar em contato com a tecnologia --fornecida via células solares, pois no local não há eletricidade--, os índios eliminaram a presença de um atravessador que comprava bolsas a R$ 1 para vendê-las em São Paulo por R$ 70. Hoje, a negociação é feita diretamente com os compradores, via internet.
Já no Vale do Ribeira, em São Paulo, uma comunidade carente passou a se comunicar pela web diretamente com distribuidores de banana orgânica, produzida no local. Assim como no caso dos índios, antes eles dependiam de atravessadores --a situação diminuía a margem de lucro e muitas vezes comprometia a venda, pois o produto apodrecia antes mesmo de ser comercializado.
Estrutura
Para realizar essa capacitação no Piauí, o governo local forneceu espaço para as aulas, transporte, alojamento e alimentação. O Gesac deslocou cerca de 30 colaboradores, responsáveis pelas aulas, a Teresina. Os 170 micros utilizados, por sua vez, foram doados pelo Banco do Brasil (as máquinas usam sistema operacional Linux, aplicativos livres e navegador Mozilla).
Depois do encontro, os computadores serão enviados para outros pontos de atendimento no Piauí --atualmente o Estado conta com 74 e, até o final do ano, deve haver 130 novos centros do Gesac. Em todo o Brasil, 3.200 comunidades remotas utilizam a estrutura desse projeto em escolas, associações, creches, sindicatos e prefeituras.
Depois da instalação do ponto, a comunidade deve cumprir metas para que ele seja mantido no local. Elas vão de tarefas simples, como produção de homepage, até projetos mais audaciosos, como a criação de lojas virtuais, para a venda de produtos típicos locais.
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Piauí capacita 200 pessoas para projeto de inclusão digital
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da Folha Online
Uma alternativa popular nas iniciativas de inclusão digital é o investimento em disseminadores --pessoas que passam seus conhecimentos de informática adiante e podem, por sua vez, formar outros propagadores. Com foco nesse conceito, uma iniciativa realizada até o dia 3 de agosto em Teresina (Piauí) deve capacitar 200 profissionais da área de educação que irão trabalhar em iniciativas de inclusão digital.
Os dois programas responsáveis pela capacitação são o I Encontro para Formação de Multiplicadores do Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão), iniciativa do Ministério das Comunicações, e o I Encontro de Conhecimentos Livres, realizado pelo Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura.
Os 200 "alunos", reunidos desde segunda-feira, devem trabalhar em escolas do Piauí onde há pontos de presença do programa. São esses futuros disseminadores os responsáveis por fazer com que pessoas de baixa renda entendam o potencial de transformação da tecnologia --algo desconhecido por aqueles pouco ou nada familiarizadas com computadores.
O Gesac espalha os pontos de acesso e oferece nesses locais micros (entre oito e 20 unidades) com conexão de banda larga à internet. Essa estrutura permite que os usuários tenham acesso à web, a um laboratório virtual para testes de software, listas de discussão, e-mail e agência de notícias para divulgação de suas atividades.
"Nosso objetivo é conectar as estruturas sociais dessas localidades à tecnologia. As comunidades devem perceber suas potencialidades e adquirir conhecimentos relacionados à informática para poder transformar sua realidade", afirma Antonio Albuquerque, diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital, órgão que coordena o Gesac.
Conectados
Esse tipo de mudança aconteceu, por exemplo, em uma comunidade indígena da região do Alto do Rio Negro, no Amazonas. Ao entrar em contato com a tecnologia --fornecida via células solares, pois no local não há eletricidade--, os índios eliminaram a presença de um atravessador que comprava bolsas a R$ 1 para vendê-las em São Paulo por R$ 70. Hoje, a negociação é feita diretamente com os compradores, via internet.
Já no Vale do Ribeira, em São Paulo, uma comunidade carente passou a se comunicar pela web diretamente com distribuidores de banana orgânica, produzida no local. Assim como no caso dos índios, antes eles dependiam de atravessadores --a situação diminuía a margem de lucro e muitas vezes comprometia a venda, pois o produto apodrecia antes mesmo de ser comercializado.
Estrutura
Para realizar essa capacitação no Piauí, o governo local forneceu espaço para as aulas, transporte, alojamento e alimentação. O Gesac deslocou cerca de 30 colaboradores, responsáveis pelas aulas, a Teresina. Os 170 micros utilizados, por sua vez, foram doados pelo Banco do Brasil (as máquinas usam sistema operacional Linux, aplicativos livres e navegador Mozilla).
Depois do encontro, os computadores serão enviados para outros pontos de atendimento no Piauí --atualmente o Estado conta com 74 e, até o final do ano, deve haver 130 novos centros do Gesac. Em todo o Brasil, 3.200 comunidades remotas utilizam a estrutura desse projeto em escolas, associações, creches, sindicatos e prefeituras.
Depois da instalação do ponto, a comunidade deve cumprir metas para que ele seja mantido no local. Elas vão de tarefas simples, como produção de homepage, até projetos mais audaciosos, como a criação de lojas virtuais, para a venda de produtos típicos locais.
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