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01/09/2005 - 09h36

Coréia do Sul protesta contra Google Earth

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo

Mais um governo asiático entra em rota de colisão com o maior e mais poderoso mecanismo de buscas do mundo, o Google.

Especificamente, contra um de seus novos produtos, o Google Earth ("Terra", em inglês), que, com imagens capturadas por satélites e helicópteros, promete colocar na tela de qualquer computador a fotografia de boa parte de locações mundiais, estratégicas ou não, militares ou não.

Funcionários ligados ao escritório da Presidência da Coréia do Sul levaram suas preocupações à representação diplomática norte-americana --mesma nacionalidade da empresa-- quanto ao serviço oferecido desde junho gratuitamente a qualquer usuário da internet (há duas versões mais sofisticadas, a Plus, por US$ 20 por mês, e a Pro, por US$ 400).

Há alguns meses, o Google foi duramente criticado por entidades de defesa de liberdades civis por fazer um acordo com o governo chinês que rezava que o mecanismo de busca ignorasse algumas páginas censuradas pelo Partido Comunista da China como pré-requisito para que pudesse operar naquele gigantesco mercado.

À época, Eric Schmidt, CEO do Google, esquivou-se à Folha: "Nós nos adaptamos à cultura de cada país em que entramos. Será o mesmo no Brasil".

Expansão

Semanas depois, a empresa abriu escritório em São Paulo, atualmente ainda em fase de expansão, mas já adquirindo empresas daqui.

Mesmo que as fotografias não sejam atualizadas diariamente (há casos de imagens com pelo menos três anos de idade), o argumento do governo sul-coreano é o de que o serviço não só mostra como fornece a localização exata em latitude e longitude, por exemplo, da Casa Azul, a residência presidencial oficial, assim como de bases militares do país, que tecnicamente continua em guerra com seu vizinho, a ultrafechada Coréia do Norte.

Em defesa do programa, poder-se-ia dizer que a principal edificação norte-coreana de pesquisa nuclear, Yongbyon, também aparece no serviço do site. Ou a Casa Branca, em Washington. E que, anos antes do Google Earth, qualquer pessoa com uma conexão de internet e um punhado de dólares já podia contratar o mesmo serviço de outras empresas, talvez não de maneira tão simplificada ou sistematizada quanto agora.

"Grande Irmão"

A mais nova polêmica a envolver o mecanismo de busca marca também o fim da lua-de-mel do Google com parte de seus usuários.

A empresa de Mountain View, na Califórnia, sai da categoria "invenção genial de nerds da informática" do Vale do Silício e passa para a categoria "Grande Irmão", em que tem como companheira a gigante Microsoft.

Explica-se. A acusação que usuários, jornalistas especializados e blogs dedicados ao assunto passam a fazer é a de que, com o crescimento desenfreado, vem o monopólio.

No caso das duas marcas, que lidam com informações sigilosas de seus usuários de uma maneira nem sempre 100% clara aos próprios usuários, o perigo é ainda maior, criticam estes.

O crescimento é mesmo real e, aparentemente, irresistível. Desde que abriu seu capital na Bolsa de Nova York, há um ano, o Google viu o preço de sua ação mais do que triplicar --e manter-se neste patamar, a despeito de todas as previsões pessimistas dos analistas econômicos. Além disso, o lucro da empresa quintuplicou desde sua fundação, em 1998.

Segundo relatório arquivado junto à SEC (Securities and Exchange Comission), agência que regulamenta o mercado de capitais nos EUA, a companhia colocará US$ 4 bilhões à venda em ações no mercado e pretende gastar o montante em novos produtos. Só não definiu ou divulgou ainda exatamente a área. É dinheiro suficiente para açambarcar e engolir qualquer setor que seja atingido.

A Folha tentou falar com a gerente internacional de relações com a mídia da empresa, Debbie Frost, e com um dos fundadores, Sergey Bryn, até a conclusão desta edição --sem sucesso. Discrição é outra das marcas do Google.

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