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21/04/2006
-
17h02
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
Ainda tímida, a terceira onda de atendimento eletrônico bancário já se instalou no país. Depois dos caixas eletrônicos e internet banking, os clientes do Banco do Brasil passaram a contar, há cerca de um mês, com um serviço de mobile banking que permite a realização via telefone celular de transferências entre contas, consulta de saldos, efetuação de pagamentos e solicitação de empréstimos pessoais.
Nos próximos meses, diversos bancos devem disponibilizar serviços parecidos, contribuindo para a popularização desta alternativa. Com a novidade, surgem também preocupações relacionadas à segurança --atualmente focados na internet, os piratas virtuais vão ganhar um novo campo de atuação e podem intensificar suas atividades ilícitas.
"Assim como aconteceu com a internet, o surgimento de ameaças digitais vai acompanhar a popularização do mobile banking. Não há como prever se amanhã ou daqui a um ano, mas certamente haverá códigos desenvolvidos para o roubo de informações transmitidas via telefone celular", afirma Leonardo Bonomi, gerente de serviços da empresa de segurança Trend Micro para a América Latina.
Por enquanto, não há pragas com esta capacidade. Os vírus para telefones móveis atacam principalmente os smartphones --aparelhos que rodam sistemas operacionais como o Windows Mobile ou Symbian-- e causam danos ainda ingênuos: eles geralmente desativam funções do celular infectado ou se autopropagam para outros telefones. A título de comparação, os piratas invadiam sites e mudavam seu conteúdo, antes de partir para o roubo de senhas bancárias.
No Brasil, há cerca de 90 milhões de telefones celulares em funcionamento, contra 32 milhões de computadores. Isso significa que, em alguns anos, o mobile banking pode ultrapassar com folga o internet banking no número de usuários e também de transações realizadas. Em parceria já estabelecida com as principais operadoras do país, o Banco do Brasil, por exemplo, espera ter 3 milhões de usuários do mobile banking até o início de 2007.
Prevenção
As instituições financeiras investem pesado para reforçar os sistemas de segurança, criar obstáculos a pessoas mal-intencionadas e evitar problemas com este novo tipo de serviço. "Para os bancos, a segurança tornou-se uma verdadeira obsessão", afirma Raul Moreira, gerente do projeto mobile banking do Banco do Brasil.
Entre as alternativas oferecidas por esta instituição estão os SIM cards --utilizados por todas as operadoras que trabalham com tecnologia GSM--, que criptografam informações nos próprios aparelhos. Os dados saem codificados do telefone, passam pelos servidores da operadora de telefonia e só serão decodificados no banco. Além disso, os aplicativos exigem o uso de senhas e não armazenam informações relacionadas a transações bancárias.
O HSBC, que deve lançar sua solução de mobile banking no terceiro trimestre, também busca alternativas para "blindar" o serviço. Uma delas é um token --aparelho que exibe senhas que mudam em questão de segundos-- disponível no próprio celular. "Além de aumentar o nível de segurança, a tecnologia unifica as senhas, pois os códigos exibidos também permitirão acesso ao internet banking", diz André Damiano, executivo-sênior de prevenção a fraudes eletrônicas do banco.
Arno Brandes, executivo-sênior de novas tecnologias do HSBC, afirma que a experiência dos últimos anos com o internet banking vai agilizar a identificação e solução de problemas relacionados ao mobile banking. "As instituições vão trabalhar para chegar ao mercado com falhas de segurança já consertadas e com processos inteligentes, para minimizar as chances de fraudes", acredita.
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Ainda tímida, a terceira onda de atendimento eletrônico bancário já se instalou no país. Depois dos caixas eletrônicos e internet banking, os clientes do Banco do Brasil passaram a contar, há cerca de um mês, com um serviço de mobile banking que permite a realização via telefone celular de transferências entre contas, consulta de saldos, efetuação de pagamentos e solicitação de empréstimos pessoais.
Nos próximos meses, diversos bancos devem disponibilizar serviços parecidos, contribuindo para a popularização desta alternativa. Com a novidade, surgem também preocupações relacionadas à segurança --atualmente focados na internet, os piratas virtuais vão ganhar um novo campo de atuação e podem intensificar suas atividades ilícitas.
"Assim como aconteceu com a internet, o surgimento de ameaças digitais vai acompanhar a popularização do mobile banking. Não há como prever se amanhã ou daqui a um ano, mas certamente haverá códigos desenvolvidos para o roubo de informações transmitidas via telefone celular", afirma Leonardo Bonomi, gerente de serviços da empresa de segurança Trend Micro para a América Latina.
Por enquanto, não há pragas com esta capacidade. Os vírus para telefones móveis atacam principalmente os smartphones --aparelhos que rodam sistemas operacionais como o Windows Mobile ou Symbian-- e causam danos ainda ingênuos: eles geralmente desativam funções do celular infectado ou se autopropagam para outros telefones. A título de comparação, os piratas invadiam sites e mudavam seu conteúdo, antes de partir para o roubo de senhas bancárias.
No Brasil, há cerca de 90 milhões de telefones celulares em funcionamento, contra 32 milhões de computadores. Isso significa que, em alguns anos, o mobile banking pode ultrapassar com folga o internet banking no número de usuários e também de transações realizadas. Em parceria já estabelecida com as principais operadoras do país, o Banco do Brasil, por exemplo, espera ter 3 milhões de usuários do mobile banking até o início de 2007.
Prevenção
As instituições financeiras investem pesado para reforçar os sistemas de segurança, criar obstáculos a pessoas mal-intencionadas e evitar problemas com este novo tipo de serviço. "Para os bancos, a segurança tornou-se uma verdadeira obsessão", afirma Raul Moreira, gerente do projeto mobile banking do Banco do Brasil.
Entre as alternativas oferecidas por esta instituição estão os SIM cards --utilizados por todas as operadoras que trabalham com tecnologia GSM--, que criptografam informações nos próprios aparelhos. Os dados saem codificados do telefone, passam pelos servidores da operadora de telefonia e só serão decodificados no banco. Além disso, os aplicativos exigem o uso de senhas e não armazenam informações relacionadas a transações bancárias.
O HSBC, que deve lançar sua solução de mobile banking no terceiro trimestre, também busca alternativas para "blindar" o serviço. Uma delas é um token --aparelho que exibe senhas que mudam em questão de segundos-- disponível no próprio celular. "Além de aumentar o nível de segurança, a tecnologia unifica as senhas, pois os códigos exibidos também permitirão acesso ao internet banking", diz André Damiano, executivo-sênior de prevenção a fraudes eletrônicas do banco.
Arno Brandes, executivo-sênior de novas tecnologias do HSBC, afirma que a experiência dos últimos anos com o internet banking vai agilizar a identificação e solução de problemas relacionados ao mobile banking. "As instituições vão trabalhar para chegar ao mercado com falhas de segurança já consertadas e com processos inteligentes, para minimizar as chances de fraudes", acredita.
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