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13/10/2006
-
22h19
da Folha Online
A Rússia e a China levantaram na noite desta sexta-feira (13) algumas questões que podem adiar a aprovação pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU do pacote de sanções contra a Coréia do Norte, que tem votação marcada para amanhã pela manhã. O texto da resolução da ONU, redigido pelos Estados Unidos, prevê sanções contra Pyongyang em resposta ao anúncio de um teste nuclear realizado pela Coréia do Norte na última segunda-feira.
Segundo o embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, a Rússia levantou "problemas técnicos" na parte do texto que cita armas banidas. A versão final da resolução, que havia sido aprovada pelas cinco potências permanentes do CS da ONU (Rússia, China, EUA, Inglaterra e França) hoje, elimina um embargo total às armas, especificando a proibição para mísseis, tanques e aeronaves de combate.
O texto aprovado autoriza também a aplicação de sanções não-militares e prevê que uma ação deste tipo exija a aprovação de uma nova resolução pelo CS da ONU.
Apesar da dificuldade levantada pelos russos, os EUA continuam confiantes de que a resolução será aprovada. O CS da ONU havia marcado para as 10h (11h no horário de Brasília) a reunião que poderia aprovar o texto da resolução, mas o horário poderá ser mudado para permitir novas discussões com a Rússia.
"Vamos trabalhar hoje à noite nas questões técnicas sobre o que exatamente definimos como nuclear, biológico e químico no que tange a materiais para armas e mísseis" disse Bolton após um encontro com os cinco membros permanentes do CS da ONU.
O embaixador chinês na ONU, Eang Guangya, afirmou após o encontro que Pequim também tinha "dificuldades" com o texto. O problema, segundo ele, seria com a sanção que autoriza nações a inspecionar toda a carga que entra e sai da Coréia do Norte em busca de materiais nucleares ou para mísseis. A China quer aliviar este ponto e declarar que as buscas não são obrigatórias.
Sanções
O texto a ser votado amanhã prevê ainda o banimento da exportação ou transferência de materiais e tecnologia que possam contribuir para que a Coréia do Norte se arme. O congelamento de bens de indivíduos e entidades que tenham conexão com o programa nuclear norte-coreano foi mantido.
A resolução da ONU pede que todos os países-membros "inspecionem os navios norte-coreanos em seu território" e cooperem para que haja um "bom monitoramento".
Assim como as primeiras versões, o texto condena a realização de testes nucleares, exigem que a Coréia do Norte retorne às negociações entre seis países (que incluem China, Rússia, as duas Coréias, os EUA e o Japão) e impõe sanções para deter o "flagrante desrespeito" de Pyongyang às exigências do CS da ONU de não detonar bombas nucleares.
A resolução exige ainda que a Coréia do Norte "deixe de lado novos testes nucleares".
Versões anteriores do texto, que previam medidas mais duras, foram barradas pela Rússia e pela China, que defendem uma resposta moderada às ambições nucleares norte-coreanas. Ambos tentam convencer Pyongyang a retornar para as negociações entre seis países.
O Japão, no entanto, aprovou formalmente em seu Parlamento sanções que proíbem importações e bloqueiam a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses. As medidas também incluem a proibição da entrada de norte-coreanos no Japão, com exceção dos que já vivem no país.
Testes
A Coréia do Norte diz que realizou o teste com uma bomba nuclear na segunda-feira (9), o que não foi confirmado. Resultados iniciais de amostras de ar retiradas da área de realização do teste não indicaram a presença de resíduos radioativos, informaram autoridades americanas.
Neste sábado, porém, um oficial americano que pediu para não ter sua identidade revelada afirmou que um novo teste conseguiu detectar a presença de gás radioativo consistente com uma explosão nuclear. Segundo ele, ainda assim o governo dos EUA não tirou conclusões definitivas sobre o anúncio norte-coreano.
A falta de resultados consistentes não exclui a possibilidade de que um teste nuclear tenha ocorrido. Segundo especialistas, a explosão nuclear pode não ter sido totalmente bem-sucedida.
As amostras de ar foram retiradas na terça-feira (10) por uma aeronave modelo WC-135, que voou da base aérea de Kadena em Okinawa, no Japão. Aparentemente, foram retiradas amostras simples de ar da região do mar do Japão, entre a Coréia e o Japão.
Segundo a inteligência americana, o resultado final deve estar disponível dentro de alguns dias.
Ameaças
Nesta quinta-feira (12), a Coréia do Norte ameaçou realizar mais testes nucleares e tomar "medidas físicas" contra os EUA caso prossigam as "atitudes hostis".
"Se os EUA pressionarem nosso país, insistindo em nos prejudicar, tomaremos medidas físicas", informou o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em um comunicado. O governo não especificou, no anúncio, que tipo de medidas seriam tomadas.
O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou que futuros testes nucleares dependerão "da política do governo americano".
Com agências internacionais
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Rússia e China podem adiar votação de sanções contra Pyongyang
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A Rússia e a China levantaram na noite desta sexta-feira (13) algumas questões que podem adiar a aprovação pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU do pacote de sanções contra a Coréia do Norte, que tem votação marcada para amanhã pela manhã. O texto da resolução da ONU, redigido pelos Estados Unidos, prevê sanções contra Pyongyang em resposta ao anúncio de um teste nuclear realizado pela Coréia do Norte na última segunda-feira.
Segundo o embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, a Rússia levantou "problemas técnicos" na parte do texto que cita armas banidas. A versão final da resolução, que havia sido aprovada pelas cinco potências permanentes do CS da ONU (Rússia, China, EUA, Inglaterra e França) hoje, elimina um embargo total às armas, especificando a proibição para mísseis, tanques e aeronaves de combate.
You Sung-Ho/Reuters |
Membros da Defesa sul-coreana participam de cerimônia em Memorial de Guerra em Seul |
Apesar da dificuldade levantada pelos russos, os EUA continuam confiantes de que a resolução será aprovada. O CS da ONU havia marcado para as 10h (11h no horário de Brasília) a reunião que poderia aprovar o texto da resolução, mas o horário poderá ser mudado para permitir novas discussões com a Rússia.
"Vamos trabalhar hoje à noite nas questões técnicas sobre o que exatamente definimos como nuclear, biológico e químico no que tange a materiais para armas e mísseis" disse Bolton após um encontro com os cinco membros permanentes do CS da ONU.
O embaixador chinês na ONU, Eang Guangya, afirmou após o encontro que Pequim também tinha "dificuldades" com o texto. O problema, segundo ele, seria com a sanção que autoriza nações a inspecionar toda a carga que entra e sai da Coréia do Norte em busca de materiais nucleares ou para mísseis. A China quer aliviar este ponto e declarar que as buscas não são obrigatórias.
Sanções
O texto a ser votado amanhã prevê ainda o banimento da exportação ou transferência de materiais e tecnologia que possam contribuir para que a Coréia do Norte se arme. O congelamento de bens de indivíduos e entidades que tenham conexão com o programa nuclear norte-coreano foi mantido.
A resolução da ONU pede que todos os países-membros "inspecionem os navios norte-coreanos em seu território" e cooperem para que haja um "bom monitoramento".
Assim como as primeiras versões, o texto condena a realização de testes nucleares, exigem que a Coréia do Norte retorne às negociações entre seis países (que incluem China, Rússia, as duas Coréias, os EUA e o Japão) e impõe sanções para deter o "flagrante desrespeito" de Pyongyang às exigências do CS da ONU de não detonar bombas nucleares.
A resolução exige ainda que a Coréia do Norte "deixe de lado novos testes nucleares".
Versões anteriores do texto, que previam medidas mais duras, foram barradas pela Rússia e pela China, que defendem uma resposta moderada às ambições nucleares norte-coreanas. Ambos tentam convencer Pyongyang a retornar para as negociações entre seis países.
O Japão, no entanto, aprovou formalmente em seu Parlamento sanções que proíbem importações e bloqueiam a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses. As medidas também incluem a proibição da entrada de norte-coreanos no Japão, com exceção dos que já vivem no país.
Testes
A Coréia do Norte diz que realizou o teste com uma bomba nuclear na segunda-feira (9), o que não foi confirmado. Resultados iniciais de amostras de ar retiradas da área de realização do teste não indicaram a presença de resíduos radioativos, informaram autoridades americanas.
Neste sábado, porém, um oficial americano que pediu para não ter sua identidade revelada afirmou que um novo teste conseguiu detectar a presença de gás radioativo consistente com uma explosão nuclear. Segundo ele, ainda assim o governo dos EUA não tirou conclusões definitivas sobre o anúncio norte-coreano.
A falta de resultados consistentes não exclui a possibilidade de que um teste nuclear tenha ocorrido. Segundo especialistas, a explosão nuclear pode não ter sido totalmente bem-sucedida.
As amostras de ar foram retiradas na terça-feira (10) por uma aeronave modelo WC-135, que voou da base aérea de Kadena em Okinawa, no Japão. Aparentemente, foram retiradas amostras simples de ar da região do mar do Japão, entre a Coréia e o Japão.
Segundo a inteligência americana, o resultado final deve estar disponível dentro de alguns dias.
Ameaças
Nesta quinta-feira (12), a Coréia do Norte ameaçou realizar mais testes nucleares e tomar "medidas físicas" contra os EUA caso prossigam as "atitudes hostis".
"Se os EUA pressionarem nosso país, insistindo em nos prejudicar, tomaremos medidas físicas", informou o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em um comunicado. O governo não especificou, no anúncio, que tipo de medidas seriam tomadas.
O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou que futuros testes nucleares dependerão "da política do governo americano".
Com agências internacionais
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