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14/10/2006 - 14h09

Votação de sanções contra Coréia do Norte enfrenta novo impasse

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da Folha Online

O embaixador americano na ONU, John Bolton, disse depois de um encontro com representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) do órgão que eles estão muito perto de alcançar um acordo para a resolução contra a Coréia do Norte.

Ele afirmou que a resolução que imporá sanções à Pyongyang deverá ser votada com sucesso ainda neste sábado (14). "Acho que poderemos votar iminentemente, talvez em uma hora" disse Bolton. "É importante que o CS da ONU reaja tão agilmente quanto possível. Acredito que estamos muito próximos disso".

Com novas objeções lançadas pela Rússia e pela China, a votação do pacote de sanções contra a Coréia do Norte pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU, inicialmente marcada para as 10h (11h no horário de Brasília) deste sábado (14), ainda está ameaçada.

O texto que prevê as sanções, redigido pelos Estados Unidos, chegou a ser aprovado ontem (13), mas russos e chineses voltaram a apresentar "problemas técnicos" e a votação deverá ser adiada.

A resolução contra Pyongyang é uma punição ao anúncio de um teste nuclear feito pelos norte-coreanos na última segunda-feira (9), o que despertou reações negativas em todo o mundo.

You Sung-Ho/Reuters
Membros da Defesa sul-coreana participam de cerimônia em memorial de guerra em Seul
Membros da Defesa sul-coreana participam de cerimônia em Memorial de Guerra em Seul
Ainda não foi confirmado quando ocorrerá a votação. Os cinco membros permanentes do CS da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França e Inglaterra) se reuniram hoje antes da reunião com os 15 países que compõe atualmente o conselho para discutir novamente a resolução.

China e Rússia levantaram objeções contra a parte do texto que prevê inspeções a cargas que entram e saem da Coréia do Norte para impedir a entrada de materiais que possam ser usados na construção de armas de destruição em massa. Apesar de a resolução permitir que autoridades locais auxiliem nas inspeções, tanto a China quanto a Rússia têm fronteiras com a Coréia do Norte e estão desconfortáveis com a possibilidade de os Estados Unidos interditarem navios próximo à costa dos dois países.

Segundo John Bolton, a Rússia levantou também "problemas técnicos" na parte do texto que cita armas banidas. A versão final da resolução, que havia sido aprovada pelas cinco potências permanentes do CS da ONU (Rússia, China, EUA, Inglaterra e França, elimina um embargo total às armas, especificando a proibição para mísseis, tanques e aeronaves de combate.

"Vamos trabalhar hoje [ontem] à noite nas questões técnicas sobre o que exatamente definimos como nuclear, biológico e químico no que tange a materiais para armas e mísseis" disse Bolton após um encontro na noite de sexta-feira com os cinco membros permanentes do CS da ONU.

Sanções

O texto a ser votado amanhã prevê ainda o banimento da exportação ou transferência de materiais e tecnologia que possam contribuir para que a Coréia do Norte se arme. O congelamento de bens de indivíduos e entidades que tenham conexão com o programa nuclear norte-coreano foi mantido.

A resolução da ONU pede que todos os países-membros "inspecionem os navios norte-coreanos em seu território" e cooperem para que haja um "bom monitoramento".

Assim como as primeiras versões, o texto condena a realização de testes nucleares, exigem que a Coréia do Norte retorne às negociações entre seis países (que incluem China, Rússia, as duas Coréias, os EUA e o Japão) e impõe sanções para deter o "flagrante desrespeito" de Pyongyang às exigências do CS da ONU de não detonar bombas nucleares.

A resolução exige ainda que a Coréia do Norte "deixe de lado novos testes nucleares".

Versões anteriores do texto, que previam medidas mais duras, foram barradas pela Rússia e pela China, que defendem uma resposta moderada às ambições nucleares norte-coreanas. Ambos tentam convencer Pyongyang a retornar para as negociações entre seis países.

O Japão, no entanto, aprovou formalmente em seu Parlamento sanções que proíbem importações e bloqueiam a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses. As medidas também incluem a proibição da entrada de norte-coreanos no Japão, com exceção dos que já vivem no país.

Testes

A Coréia do Norte diz que realizou o teste com uma bomba nuclear na segunda-feira (9), o que não foi confirmado. Resultados iniciais de amostras de ar retiradas da área de realização do teste não indicaram a presença de resíduos radioativos, informaram autoridades americanas.

Neste sábado, porém, um oficial americano que pediu para não ter sua identidade revelada afirmou que um novo teste conseguiu detectar a presença de gás radioativo consistente com uma explosão nuclear. Segundo ele, ainda assim o governo dos EUA não tirou conclusões definitivas sobre o anúncio norte-coreano.

A falta de resultados consistentes não exclui a possibilidade de que um teste nuclear tenha ocorrido. Segundo especialistas, a explosão nuclear pode não ter sido totalmente bem-sucedida.

As amostras de ar foram retiradas na terça-feira (10) por uma aeronave modelo WC-135, que voou da base aérea de Kadena em Okinawa, no Japão. Aparentemente, foram retiradas amostras simples de ar da região do mar do Japão, entre a Coréia e o Japão.

Segundo a inteligência americana, o resultado final deve estar disponível dentro de alguns dias.

Ameaças

Nesta quinta-feira (12), a Coréia do Norte ameaçou realizar mais testes nucleares e tomar "medidas físicas" contra os EUA caso prossigam as "atitudes hostis".

"Se os EUA pressionarem nosso país, insistindo em nos prejudicar, tomaremos medidas físicas", informou o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em um comunicado. O governo não especificou, no anúncio, que tipo de medidas seriam tomadas.

O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou que futuros testes nucleares dependerão "da política do governo americano".

Com agências internacionais

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