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14/10/2006
-
14h44
da Folha Online
O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou por unanimidade na tarde deste sábado (14) a resolução 1718, que punirá a Coréia do Norte pelo teste nuclear anunciado na última segunda-feira (9).
O acordo final foi feito com ajustes na linguagem do texto da resolução, após a Rússia e a China terem levantado na noite de ontem (13) novas discordâncias com relação às sanções a serem aplicadas contra Pyongyang.
A votação, que estava marcada para a manhã deste sábado, havia sido adiada de forma a permitir novas negociações entre os cinco membros permanentes do CS da ONU (Rússia, China, Estados Unidos, França e Inglaterra).
O texto que prevê as sanções, redigido pelos Estados Unidos, chegou a ser aprovado ontem (13), mas russos e chineses voltaram a apresentar "problemas técnicos".
Sanções aprovadas
A resolução 1718 exige que a Coréia do Norte elimine completamente seu arsenal nuclear, mas nega a possibilidade de uma ação militar contra o país --de acordo com uma exigência da China e da Rússia.
Ficam banidas a importação e exportação de materiais e equipamentos que possam ser usados para fabricar armas nucleares ou mísseis balísticos. A resolução exige ainda que todos os países congelem bens de pessoas que colaborem com o programa de armas da Coréia do Norte.
Em outra exigência de russos e chineses, foi eliminada a proibição total da venda de armas convencionais para a Coréia do Norte. Alternativamente, a resolução embargou apenas o comércio de equipamentos pesados como tanques, navios de guerra, aviões de combate e mísseis.
Foi "solicitado" também que os países inspecionem a carga que entra e sai da Coréia do Norte de forma a impedir o tráfico ilegal de armas de destruição em massa e mísseis balísticos. No texto da resolução, a palavra "decide" foi trocada por "solicita", de forma a aliviar a sanção que não agradou a chineses e russos.
Mesmo após a alteração do texto, o embaixador da China, Wang Guangya, declarou após a votação que a inspeção de carga ainda não era aceitável para Pequim.
Objeções
A resolução contra Pyongyang é uma punição ao anúncio de um teste nuclear feito pelos norte-coreanos na última segunda-feira (9), o que despertou reações negativas em todo o mundo.
Ontem à noite, China e Rússia levantaram objeções contra a parte do texto que prevê inspeções a cargas que entram e saem da Coréia do Norte para impedir a entrada de materiais que possam ser usados na construção de armas de destruição em massa.
Apesar de a resolução permitir que autoridades locais auxiliem nas inspeções, tanto a China quanto a Rússia têm fronteiras com a Coréia do Norte e estão desconfortáveis com a possibilidade de os Estados Unidos interditarem navios próximo à costa dos dois países.
A resolução exige ainda que a Coréia do Norte "deixe de lado novos testes nucleares".
Negociação
Versões anteriores do texto, que previam medidas mais duras, foram barradas pela Rússia e pela China, que defendem uma resposta moderada às ambições nucleares norte-coreanas. Ambos tentam convencer Pyongyang a retornar para as negociações entre seis países.
O Japão, no entanto, aprovou formalmente em seu Parlamento sanções que proíbem importações e bloqueiam a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses. As medidas também incluem a proibição da entrada de norte-coreanos no Japão, com exceção dos que já vivem no país.
A Coréia do Norte diz que realizou o teste com uma bomba nuclear na segunda-feira (9), o que não havia sido confirmado até hoje.
Neste sábado, porém, um oficial americano que pediu para não ter sua identidade revelada afirmou que um novo teste conseguiu detectar a presença de gás radioativo consistente com uma explosão nuclear.
Segundo especialistas, a explosão nuclear pode não ter sido totalmente bem-sucedida.
Ameaças
Nesta quinta-feira (12), a Coréia do Norte ameaçou realizar mais testes nucleares e tomar "medidas físicas" contra os EUA caso prossigam as "atitudes hostis".
"Se os EUA pressionarem nosso país, insistindo em nos prejudicar, tomaremos medidas físicas", informou o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em um comunicado. O governo não especificou, no anúncio, que tipo de medidas seriam tomadas.
O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou que futuros testes nucleares dependerão "da política do governo americano".
Com agências internacionais
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ONU aprova por unanimidade resolução contra Coréia do Norte
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O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou por unanimidade na tarde deste sábado (14) a resolução 1718, que punirá a Coréia do Norte pelo teste nuclear anunciado na última segunda-feira (9).
O acordo final foi feito com ajustes na linguagem do texto da resolução, após a Rússia e a China terem levantado na noite de ontem (13) novas discordâncias com relação às sanções a serem aplicadas contra Pyongyang.
A votação, que estava marcada para a manhã deste sábado, havia sido adiada de forma a permitir novas negociações entre os cinco membros permanentes do CS da ONU (Rússia, China, Estados Unidos, França e Inglaterra).
O texto que prevê as sanções, redigido pelos Estados Unidos, chegou a ser aprovado ontem (13), mas russos e chineses voltaram a apresentar "problemas técnicos".
Sanções aprovadas
A resolução 1718 exige que a Coréia do Norte elimine completamente seu arsenal nuclear, mas nega a possibilidade de uma ação militar contra o país --de acordo com uma exigência da China e da Rússia.
Ficam banidas a importação e exportação de materiais e equipamentos que possam ser usados para fabricar armas nucleares ou mísseis balísticos. A resolução exige ainda que todos os países congelem bens de pessoas que colaborem com o programa de armas da Coréia do Norte.
Em outra exigência de russos e chineses, foi eliminada a proibição total da venda de armas convencionais para a Coréia do Norte. Alternativamente, a resolução embargou apenas o comércio de equipamentos pesados como tanques, navios de guerra, aviões de combate e mísseis.
Foi "solicitado" também que os países inspecionem a carga que entra e sai da Coréia do Norte de forma a impedir o tráfico ilegal de armas de destruição em massa e mísseis balísticos. No texto da resolução, a palavra "decide" foi trocada por "solicita", de forma a aliviar a sanção que não agradou a chineses e russos.
Mesmo após a alteração do texto, o embaixador da China, Wang Guangya, declarou após a votação que a inspeção de carga ainda não era aceitável para Pequim.
Objeções
A resolução contra Pyongyang é uma punição ao anúncio de um teste nuclear feito pelos norte-coreanos na última segunda-feira (9), o que despertou reações negativas em todo o mundo.
You Sung-Ho/Reuters |
Membros da Defesa sul-coreana participam de cerimônia em Memorial de Guerra em Seul |
Apesar de a resolução permitir que autoridades locais auxiliem nas inspeções, tanto a China quanto a Rússia têm fronteiras com a Coréia do Norte e estão desconfortáveis com a possibilidade de os Estados Unidos interditarem navios próximo à costa dos dois países.
A resolução exige ainda que a Coréia do Norte "deixe de lado novos testes nucleares".
Negociação
Versões anteriores do texto, que previam medidas mais duras, foram barradas pela Rússia e pela China, que defendem uma resposta moderada às ambições nucleares norte-coreanas. Ambos tentam convencer Pyongyang a retornar para as negociações entre seis países.
O Japão, no entanto, aprovou formalmente em seu Parlamento sanções que proíbem importações e bloqueiam a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses. As medidas também incluem a proibição da entrada de norte-coreanos no Japão, com exceção dos que já vivem no país.
A Coréia do Norte diz que realizou o teste com uma bomba nuclear na segunda-feira (9), o que não havia sido confirmado até hoje.
Neste sábado, porém, um oficial americano que pediu para não ter sua identidade revelada afirmou que um novo teste conseguiu detectar a presença de gás radioativo consistente com uma explosão nuclear.
Segundo especialistas, a explosão nuclear pode não ter sido totalmente bem-sucedida.
Ameaças
Nesta quinta-feira (12), a Coréia do Norte ameaçou realizar mais testes nucleares e tomar "medidas físicas" contra os EUA caso prossigam as "atitudes hostis".
"Se os EUA pressionarem nosso país, insistindo em nos prejudicar, tomaremos medidas físicas", informou o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em um comunicado. O governo não especificou, no anúncio, que tipo de medidas seriam tomadas.
O vice-presidente norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou que futuros testes nucleares dependerão "da política do governo americano".
Com agências internacionais
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