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06/12/2006 - 08h10

Grupo de Estudos dos EUA apresenta hoje plano para Iraque

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da Folha Online

Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deve receber as recomendações finais da comissão bipartidária que estuda estratégias para a ação do país na Guerra do Iraque. A comissão, denominada Grupo de Estudos para o Iraque, já deu sinais de que indicará ao presidente a retirada gradual das tropas americanas da linha de frente do combate, passando a ter um papel de treinamento e apoio às forças iraquianas.

O premiê iraquiano, Nouri al Maliki, também anunciou hoje os primeiros passos de uma nova estratégia --a aproximação com os países vizinhos. Al Maliki disse que enviará representantes aos países da região para planejar uma conferência sobre o Iraque, de acordo com uma reportagem publicada hoje no jornal "The New York Times".

O Grupo de Estudos para o Iraque também deverá recomendar um esforço mais enérgico para envolver os vizinhos do Iraque no trabalho de estabilização do país. Entre os países vizinhos que provavelmente serão chamados a um maior envolvimento estão o Irã e a Síria, tradicionais adversários dos EUA, aumentando a pressão sobre Bush --que até então não aceitou negociar com o Irã sem que o país abandone seu programa nuclear.

Outras recomendações

É esperado que a comissão bipartidária aconselhe para 2007 a mudança do papel das forças do Exército americano no Iraque com o objetivo de retirar do país as tropas de combate já no início de 2008.

As prováveis recomendações incluem também a sugestão de que Bush ameace reduzir o apoio econômico e militar ao governo iraquiano a não ser que certas melhorias sejam alcançadas na área de segurança --a informação é do jornal americano "The Washington Post".

Bush continua rejeitando publicamente a idéia de fixar um cronograma para a retirada das tropas do Iraque. Recentemente, o presidente afirmou que a noção de "uma retirada graciosa do Iraque não é realista".

Grupo de Estudos

O Grupo de Estudos para o Iraque é composto por cinco republicanos e cinco democratas. A comissão é liderada pelo republicano James Baker, ex-secretário de Estado e amigo da família Bush, e pelo democrata Lee Hamilton.

As recomendações de hoje representam a maior avaliação das opções americanas no Iraque feita em conjunto pelos dois partidos. Legisladores e eleitores aguardam o relatório da comissão, depois que assistiram as eleições legislativas de novembro ecoarem uma clara insatisfação com a ação de Bush no Iraque.

O relatório será apresentado logo após o provável novo secretário de Estado dos EUA, Robert Gates, ter afirmado em uma audiência no Senado que é preciso uma nova abordagem no país. Questionado sobre se os EUA estavam vencendo a guerra, Gates declarou: "não, senhor".

Foi uma admissão muito maior do que qualquer outra já feita pelo presidente americano, que disse no dia 25 de outubro acreditar que os americanos estão, sim, vencendo no Iraque.

Conferência regional

Apesar da resistência de Bush, a proposta de Al Maliki de estudar o envolvimento dos países vizinhos na estabilização do Iraque não é novidade. Oficiais do governo Bush afirmam que está em estudo uma forma de negociar com o Irã e a Síria sem que a Casa Branca pareça fazer concessões em seu princípio de isolar estes países diplomaticamente.

Em público, Washington rejeita a idéia de negociar com Irã e Síria porque acusa os dois países de fomentar a violência no Iraque. Sean McCorkmack, porta-voz do Departamento de Estado americano, disse no entanto que os EUA aprovam a proposta de Al Maliki de realizar uma conferência regional.

O anúncio do premiê iraquiano sobre os enviados aos países vizinhos foi a primeira vez que ele indicou a intenção de buscar uma discussão em nível regional. A proposta contraria o presidente do Iraque, Jalal Talabani, e também o poderoso político xiita Abdul Aziz al Hakim. Ambos rejeitam a conferência e afirmam que o Iraque deve encontrar soluções para o conflito por meio de deliberações internas.

Al Maliki disse que a conferência deverá ser realizada no Iraque, e que ele não buscava interferência de estrangeiros, mas sim apoio.

Com agências internacionais

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