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06/12/2006 - 19h32

Bush promete levar "muito a sério" relatório sobre Iraque

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da France Presse, em Washington

O presidente americano, George W. Bush, prometeu levar "muito a sério" o relatório do Grupo de Estudos sobre o Iraque acerca de uma mudança de estratégia nesse país, pedindo ao mesmo tempo uma trégua política sobre a impopular guerra.

"Disse aos membros que este relatório, chamado 'The Way Forward - A New Approach' ['O Caminho Adiante - Uma Nova Abordagem', em português], será levado muito a sério por este governo", disse Bush à imprensa, após se reunir em um café da manhã de trabalho com a comissão de dez membros, integrada por políticos dos dois principais partidos americanos.

"Este informe apresenta uma dura avaliação sobre a situação no Iraque. É um documento que apresenta algumas propostas realmente muito interessantes e vamos considerar cada proposta seriamente e atuar de maneira oportuna", acrescentou Bush, após receber as 79 recomendações do painel.

O presidente Bush pediu aos membros do Congresso que também estudem seriamente estas propostas.

Os legisladores "não vão concordar com todas as propostas, e nós tampouco estaremos de acordo com todas as idéias", reconheceu Bush. "É, porém, uma oportunidade para trabalharmos juntos", acrescentou.

As primeiras respostas dos republicanos e dos opositores democratas não parecem sinalizar um cessar-fogo político.

A Casa Branca garantiu que Bush planeja agir em semanas, não em meses, mas destacou que o presidente ainda espera resultados de análises do Pentágono, do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional.

"Sei que lhes pediu que as completassem no menor prazo possível", explicou o porta-voz Tony Snow.

O documento, de 160 páginas, diz de maneira clara que a política de Bush "não está funcionando", que a situação no Iraque "é grave e se deteriora" e pede a retirada das tropas americanas no início de 2008.

"Este informe nos dá uma oportunidade de encontrar uma base comum, para o bem do país, não para o bem do Partido Republicano ou do Democrata, mas para o bem do país", insistiu Bush.

Membros do painel reforçaram o apelo de Bush para manter diferenças políticas à parte neste momento. O ex-senador republicano Alan Simpson disse que "não estamos aqui para irritar ou envergonhar a administração [Bush]". Já Vernon Jordan, um amigo próximo do ex-presidente democrata Bill Clinton, garantiu que "deixamos nosso partidarismo fora da discussão".

"Se o presidente for sério sobre a necessidade de uma mudança no Iraque, encontrará os democratas preparados para trabalhar do seu lado de uma maneira bipartidária, para encontrar a maneira de pôr fim a esta guerra o quanto antes", comentou a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

O tom do líder da bancada republicana na Câmara, John Boehner, foi um pouco diferente: "não alcançaremos a vitória colocando prazos arbitrários ou negociando com governos hostis".

Irã

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, afirmou nesta quarta-feira em Wassenaar (oeste da Holanda) que uma eventual decisão dos Estados Unidos de se retirar do Iraque "não requer negociações com o Irã ou outros países da região".

"A decisão neste sentido não depende destas negociações", ressaltou Mottaki, que realiza uma visita de três dias à Holanda.

Durante uma entrevista concedida na cidade, perto de Haia, o ministro iraniano reagiu também a uma sugestão do relatório Baker divulgado nesta quarta-feira que propõe o início de discussões diretas entre Washington, Irã e Síria.

"O relatório Baker é interessante em alguns aspectos", comentou o chefe da diplomacia iraniana. "Parece que aponta pelo menos alguns pontos da política do governo americano relativa ao Iraque considerados errôneos", acrescentou.

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