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07/12/2006
-
16h06
JAVIER ALIAGA
da Efe, em Cochabamba
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assegurou hoje que 90% dos líderes convidados comparecerão à segunda Cúpula Sul-Americana e que o encontro será um sucesso, apesar da crise política e da onda de protestos e incidentes violentos que ocorrem no país.
Morales reiterou em entrevista coletiva esta manhã que todos os seus colegas, exceto o colombiano Álvaro Uribe confirmaram presença na reunião em Cochabamba, mas admitiu que em alguns países há problemas internos e compromissos "de última hora".
"Estou convencido de que 90% ou mais estarão aqui", acrescentou, além de anunciar que terá reuniões bilaterais com todos os líderes.
O não comparecimento do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, a Cochabamba foi oficialmente anunciado nesta na terça-feira, em Buenos Aires, mas a chancelaria boliviana disse que Morales tentará convencê-lo a participar do encontro.
O governante da Bolívia afirmou que se reunirá, em particular, com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; do Chile, Michelle Bachelet; do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Paraguai, Nicanor Duarte; e do Peru, Alan García.
Morales informou que esteve reunido até a madrugada com seus ministros do Exterior, David Choquehuanca; da Presidência, Juan Ramón Quintana; da Defesa, Wálker San Miguel; e do Interior, Alicia Muñoz, para assegurar o êxito da cúpula.
A reunião será realizada em um momento em que cresce o confronto de Morales com a oposição pelo controle da Assembléia Constituinte, na qual seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), pretende aprovar a nova Carta Magna por maioria simples, em vez de pelos dois terços exigidos pela legislação vigente.
O embate motivou uma greve de fome de mais de mil opositores de Morales, inclusive governadores, constituintes, parlamentares, dirigentes cívicos regionais, líderes empresariais e prefeitos, entre outros, além de provocar vários incidentes violentos nos últimos dias.
Os opositores pretendem levar suas reclamações aos presidentes sul-americanos que comparecerão à cúpula e ampliar o jejum em Cochabamba.
Parlamentares de oposição, liderados pela aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos), instalaram na quarta-feira, por sua conta, uma sessão legislativa em La Paz que aprovou uma declaração que pede aos líderes que reivindiquem que Morales cumpra "a Constituição e a Lei de Convocação da Assembléia Constituinte".
O deputado Arturo Murillo, da centrista União Nacional (UN), disse hoje que seu partido estuda transferir seus grevistas em outras cidades para Cochabamba.
O MAS, que tem 137 dos 255 constituintes, quer que os artigos da nova constituição sejam aprovados por maioria absoluta (128 votos), em lugar dos dois terços (170) exigidos pela Carta Magna atual e a lei de convocação da Constituinte proclamada por Morales em março.
Morales disse hoje que "o mundo sabe de onde e de que setores vêm estes obstáculos, que querem aproveitar (a reunião de presidentes) para arranhar a imagem da Bolívia, a imagem do governo, mas a Cúpula está garantida".
Em meio à tensão, o governador eleito do departamento de La Paz, José Luis Paredes, foi detido na quarta-feira em uma área rural por um grupo de camponeses que exigia que ele apoiasse Morales na Constituinte.
O secretário-geral desse departamento, Alejandro Zapata, acrescentou que Paredes foi libertado por volta da 1h30 hora local (3h30 de Brasília) e já está em La Paz.
Greves de fome
O governador foi feito refém na quarta-feira pelos participantes de um encontro da Federação de Colonizadores de Caranavi, província do norte do departamento de La Paz, para obrigá-lo a aderir a uma greve de fome, mas em defesa da maioria absoluta imposta pelo MAS na Constituinte.
Paredes, que foi eleito em dezembro, também não aderiu à greve de fome de seus colegas de Santa Cruz, Pando, Tarija e Beni.
"O governador acredita ser uma irresponsabilidade radicalizar as posturas de um conflito que deve ser resolvido na Assembléia, não nas ruas", comentou Zapata.
Na terça-feira, partidários do governo expulsaram de um templo do centro de La Paz um grupo liderado pelo escritor esquerdista Juan Lechín que fazia greve de fome.
Em Santa Cruz, maior cidade da Bolívia, grupos de opositores atacaram escritórios do MAS e de organizações que apóiam o governo, e, em La Paz, partidários de Morales atacaram a sede de uma emissora de televisão.
Morales disse hoje que "as forças da mudança" enfrentaram historicamente obstáculos "de alguns grupos que defendem privilégios", e assegurou que seu governo sempre respeitará o direito dos cidadãos a protestar e se manifestar.
O presidente boliviano acrescentou que apresentará aos líderes sul-americanos sua proposta de votação mista, parte por maioria absoluta e parte por dois terços, complementada depois por um referendo para aprovar a nova Carta Magna. Disse, ainda, que isso se ajusta à lei, ao contrário do que afirmam seus opositores.
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da Efe, em Cochabamba
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assegurou hoje que 90% dos líderes convidados comparecerão à segunda Cúpula Sul-Americana e que o encontro será um sucesso, apesar da crise política e da onda de protestos e incidentes violentos que ocorrem no país.
Morales reiterou em entrevista coletiva esta manhã que todos os seus colegas, exceto o colombiano Álvaro Uribe confirmaram presença na reunião em Cochabamba, mas admitiu que em alguns países há problemas internos e compromissos "de última hora".
"Estou convencido de que 90% ou mais estarão aqui", acrescentou, além de anunciar que terá reuniões bilaterais com todos os líderes.
O não comparecimento do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, a Cochabamba foi oficialmente anunciado nesta na terça-feira, em Buenos Aires, mas a chancelaria boliviana disse que Morales tentará convencê-lo a participar do encontro.
O governante da Bolívia afirmou que se reunirá, em particular, com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; do Chile, Michelle Bachelet; do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Paraguai, Nicanor Duarte; e do Peru, Alan García.
Morales informou que esteve reunido até a madrugada com seus ministros do Exterior, David Choquehuanca; da Presidência, Juan Ramón Quintana; da Defesa, Wálker San Miguel; e do Interior, Alicia Muñoz, para assegurar o êxito da cúpula.
A reunião será realizada em um momento em que cresce o confronto de Morales com a oposição pelo controle da Assembléia Constituinte, na qual seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), pretende aprovar a nova Carta Magna por maioria simples, em vez de pelos dois terços exigidos pela legislação vigente.
O embate motivou uma greve de fome de mais de mil opositores de Morales, inclusive governadores, constituintes, parlamentares, dirigentes cívicos regionais, líderes empresariais e prefeitos, entre outros, além de provocar vários incidentes violentos nos últimos dias.
Os opositores pretendem levar suas reclamações aos presidentes sul-americanos que comparecerão à cúpula e ampliar o jejum em Cochabamba.
Parlamentares de oposição, liderados pela aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos), instalaram na quarta-feira, por sua conta, uma sessão legislativa em La Paz que aprovou uma declaração que pede aos líderes que reivindiquem que Morales cumpra "a Constituição e a Lei de Convocação da Assembléia Constituinte".
O deputado Arturo Murillo, da centrista União Nacional (UN), disse hoje que seu partido estuda transferir seus grevistas em outras cidades para Cochabamba.
O MAS, que tem 137 dos 255 constituintes, quer que os artigos da nova constituição sejam aprovados por maioria absoluta (128 votos), em lugar dos dois terços (170) exigidos pela Carta Magna atual e a lei de convocação da Constituinte proclamada por Morales em março.
Morales disse hoje que "o mundo sabe de onde e de que setores vêm estes obstáculos, que querem aproveitar (a reunião de presidentes) para arranhar a imagem da Bolívia, a imagem do governo, mas a Cúpula está garantida".
Em meio à tensão, o governador eleito do departamento de La Paz, José Luis Paredes, foi detido na quarta-feira em uma área rural por um grupo de camponeses que exigia que ele apoiasse Morales na Constituinte.
O secretário-geral desse departamento, Alejandro Zapata, acrescentou que Paredes foi libertado por volta da 1h30 hora local (3h30 de Brasília) e já está em La Paz.
Greves de fome
O governador foi feito refém na quarta-feira pelos participantes de um encontro da Federação de Colonizadores de Caranavi, província do norte do departamento de La Paz, para obrigá-lo a aderir a uma greve de fome, mas em defesa da maioria absoluta imposta pelo MAS na Constituinte.
Paredes, que foi eleito em dezembro, também não aderiu à greve de fome de seus colegas de Santa Cruz, Pando, Tarija e Beni.
"O governador acredita ser uma irresponsabilidade radicalizar as posturas de um conflito que deve ser resolvido na Assembléia, não nas ruas", comentou Zapata.
Na terça-feira, partidários do governo expulsaram de um templo do centro de La Paz um grupo liderado pelo escritor esquerdista Juan Lechín que fazia greve de fome.
Em Santa Cruz, maior cidade da Bolívia, grupos de opositores atacaram escritórios do MAS e de organizações que apóiam o governo, e, em La Paz, partidários de Morales atacaram a sede de uma emissora de televisão.
Morales disse hoje que "as forças da mudança" enfrentaram historicamente obstáculos "de alguns grupos que defendem privilégios", e assegurou que seu governo sempre respeitará o direito dos cidadãos a protestar e se manifestar.
O presidente boliviano acrescentou que apresentará aos líderes sul-americanos sua proposta de votação mista, parte por maioria absoluta e parte por dois terços, complementada depois por um referendo para aprovar a nova Carta Magna. Disse, ainda, que isso se ajusta à lei, ao contrário do que afirmam seus opositores.
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