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08/12/2006 - 16h22

Milhares vão às ruas para demonstrar apoio a Haniyeh em Gaza

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da Folha Online

Dezenas de milhares de partidários do Hamas foram às ruas de Gaza nesta sexta-feira para exigir que o premiê palestino, Ismail Haniyeh, lidere um governo de união nacional palestino.

"Nós queremos que ele seja o premiê. Não abandonaremos sua liderança no gabinete", disse Ismail Rudwan, porta-voz do Hamas, em frente ao Conselho Legislativo na cidade de Gaza.

"Nós exigimos que a liderança seja mantida. Haniyeh deve ser o chefe do novo governo".

Reuters
Mulheres palestinas carregam cartaz com foto de premiê palestino Ismail Haniyeh em Gaza
A manifestação coincide com a visita de Haniyeh a Teeerã, onde ele afirmou em um discurso que seu governo nunca reconhecerá a existência de Israel.

A recusa --um dos motivos para o bloqueio financeiro imposto por países ocidentais, que gera grave crise no governo palestino-- pode aumentar o risco de dissolução do governo.

Haniyeh disse ainda que continuará a lutar pela libertação de Jerusalém.

"A arrogância mundial [referindo-se aos Estados Unidos] e os sionistas querem que nós reconheçamos a usurpação das terras palestinas, que paremos com a resistência e aceitemos acordos feitos com inimigos no passado", afirmou o premiê a milhares de fiéis que oravam nesta sexta-feira em uma universidade em Teerã.

Ontem, uma comissão da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) entregou a Abbas uma recomendação para a dissolução do governo do Hamas, uma forma de tentar acabar com o impasse que paralisa a administração palestina. Abbas, do partido moderado Fatah, busca uma solução para permitir o fim do bloqueio financeiro imposto pelos EUA, União Européia (UE)e outros parceiros internacionais.

O boicote ao Hamas é resultado de uma pressão sobre o partido para que reconheça o Estado de Israel, renuncie à violência e forme um governo de unidade nacional com o Fatah.

Recusa

No Irã, Haniyeh reafirmou sua recusa em obedecer às condições internacionais. 'Estou insistindo neste pódio que essas questões não irão se materializar. Nós nunca reconheceremos o governo usurpador sionista e vamos continuar nosso movimento até a liberação de Jerusalém', disse o premiê.

Ele chegou à capital iraniana nesta quinta-feira (7) para uma visita de quatro dias, durante os quais se reunirá com líderes iranianos como o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, e o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

Ahmadinejad e o Hamas têm em comum a resistência contra Israel. No passado, o presidente iraniano fez uma afirmação polêmica na qual defendeu que Israel seja 'varrido do mapa'.

Esta é a primeira visita do premiê palestino ao exterior após o Hamas assumir o poder em março deste ano, depois de vencer as eleições democráticas palestinas em janeiro.

Haniyeh afirmou ainda que os palestinos contam com o apoio do Irã em seu movimento. 'Eles [israelenses] pensam que a nação palestina está sozinha. Isto é uma ilusão... temos uma ligação estratégica com a República Islâmica do Irã. Este país é nosso poderoso, dinâmico e estável parceiro', disse.

O Irã já forneceu ao governo do Hamas mais de US$ 120 milhões em 2006, aumentando o financiamento ao grupo e também sua influência entre os palestinos.

Dissolução na pauta

Enquanto o premiê palestino continua sua viagem internacional pelo Oriente Médio, seu governo corre o risco de ser destituído pelo presidente da ANP.

A recomendação para a dissolução do governo do Hamas veio de uma comissão da OLP, entidade que reúne a maioria dos grupos palestinos, tanto nos territórios como no exílio. O partido do presidente da ANP, o Fatah, tem controle absoluto da instituição. O Hamas e o Jihad Islâmico não integram a entidade.

Abbas buscou as recomendações da comissão depois de afirmar, na última semana, que seus esforços para formar uma coalizão moderada de governo com o Hamas (que, assim como o Fatah, possui braços político e armado) chegaram a um impasse.

A crise financeira palestina, causada não só pelo boicote de ajuda de governos ocidentais mas também, principalmente, pela interrupção do repasse de valores arrecadados em impostos por parte de Israel, leva à míngua a infra-estrutura dos territórios palestinos [já bastante deteriorada] e desencadeia confrontos devido ao atraso de salários de milhares de funcionários.

Com agências internacionais

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