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09/12/2006 - 08h52

Irã anuncia expansão do programa de enriquecimento de urânio

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da Folha Online

Apesar da condenação da comunidade internacional, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou neste sábado que o país expandiu seu programa nuclear de enriquecimento de urânio.

"Começamos a instalar 3.000 centrífugas", disse Ahmadinejad, citado por agências de notícias locais. "Este é o primeiro passo para uma produção em escala industrial. Seremos capazes de produzir nosso próprio combustível nuclear assim que alcançarmos 60 mil centrífugas", disse o presidente.

O Irã está preso em um impasse com potências ocidentais a respeito de seu programa nuclear. Os Estados Unidos e seus aliados europeus buscam aprovar uma resolução no Conselho de Segurança (CS) da ONU para impor sanções a Teerã por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio.

Apesar da insistência de Ahmadinejad em dizer que o programa nuclear visa apenas a produção de energia, as potências ocidentais temem que o país use a tecnologia para produzir a bomba atômica.

ONU

As negociações entre as seis potências que buscam frear as ambições nucleares do Irã recomeçarão as discussões na próxima semana sobre uma proposta de resolução para impor sanções a Teerã, informou nesta sexta-feira (8) um diplomata ocidental.

Os embaixadores dos cinco membros permanentes do CS da ONU --Reino Unido, China, França, Estados Unidos e Rússia-- e da Alemanha voltarão a discutir o projeto após o fracasso de seus esforços diplomáticos na última semana para entrar em acordo sobre as sanções a serem aplicadas.

Na última quarta-feira (6), líderes políticos dos seis países se reuniram em Paris, mas não chegaram a um consenso sobre uma resolução do CS da ONU para punir o Irã e obrigar o país persa a cumprir com as exigências da organização.

O diplomata afirmou que uma nova proposta de resolução circulou na tarde de ontem entre os dez membros não-permanentes do CS da ONU.

A Rússia e a China, que têm fortes interesses econômicos no Irã, continuam tentando suavizar o projeto elaborado pela França, Reino Unido e Alemanha. Enquanto isso, os EUA buscam endurecer as sanções.

O projeto europeu prevê a proibição do comércio com o Irã de bens relacionados a seu programa nuclear e de mísseis balísticos, e a imposição de restrições de viagens para as pessoas e agências envolvidas nesses programas.

Israel

O temor de um Irã nuclear é forte também em Israel, país que o presidente Ahmadinejad já afirmou que deve ser "varrido do mapa".

O chefe do Estado-maior adjunto do Exército israelense Moshi Kaplisnky afirmou ontem que, se o Irã conseguir construir uma arma nuclear, representará um grave perigo para a existência de Israel --perigo este que, segundo ele, poderia se estender a toda a Europa.

"Com a arma nuclear, o Irã planejará uma ameaça sobre a existência de Israel e poderia também desestabilizar o Oriente Médio. Esta ameaça se estenderia muito além das fronteiras de Israel, e talvez alcançaria até a Europa", disse o general.

O Irã "tomou a decisão estratégica de obter a arma nuclear e busca unicamente ganhar tempo em suas negociações com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear", completou Kaplinsky.

O general falou ontem a uma platéia de um colóquio realizado próximo a Jerusalém.

Iraque

A suspensão do programa de enriquecimento de urânio é também uma condição imposta pelos EUA para negociar a inclusão do Irã no esforço de estabilização do Iraque. Teerã, porém, defende que o primeiro passo para controlar a violência do país vizinho é a retirada das tropas americanas do Iraque.

Neste sábado, o ministro das relações exteriores do Irã, Manoucherhr Mottaki, afirmou que o Irã só concordará em negociar diretamente com os EUA para participar do esforço de estabilização do Iraque se a Casa Branca anunciar um plano de retirada de suas tropas.

Mottaki fez a afirmação em resposta ao relatório Baker, divulgado nesta semana pelo Grupo de Estudos para o Iraque (uma comissão bipartidária americana), que recomendou ao presidente dos EUA, George W. Bush, que negocie diretamente com o Irã e com a Síria para envolver estes países no trabalho no Iraque.

Com agências internacionais

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