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09/12/2006
-
10h35
da Folha Online
A polícia alemã anunciou neste sábado que foram encontrados traços de radiação em dois locais em Hamburgo, ambos os quais têm ligação com Dmitry Kovtun, um contato do ex-espião russo envenenado com polônio radioativo, Alexander Litvinenko.
Segundo a polícia, radiação alfa foi encontrada no apartamento da ex-mulher de Kovtun, empresário russo que se reuniu com Litvinenko em 1º de novembro --dia do envenenamento do ex-espião. Kovtun foi contaminado com polônio 210 e está internado em estado grave em um hospital em Moscou.
O polônio 210 é a mesma substância que causou a morte de Litvinenko, no dia 23 de novembro.
A radiação também foi detectada em uma casa em Haselau, próxima a Hamburgo, onde vive a mãe da ex-mulher de Kovtun.
Investigação
A polícia informou que começou a checar os locais em Hamburgo para buscar sinais de radiação após relatos da mídia de que Kovtun viajou para Londres em um vôo saindo de Hamburgo.
No apartamento de Kovtun, no distrito de Ottensen, em Hamburgo, especialistas não encontraram nenhum vestígio do polônio 210. No entanto, segundo os investigadores, foi encontrada "contaminação que exige um exame minucioso" em dois locais de um apartamento no mesmo prédio usado pela ex-mulher de Kovtun.
Eles encontraram indícios durante a noite de que uma fonte de radiação esteve no apartamento, mas essa fonte não foi encontrada.
A polícia isolou a propriedade em Haselau para realizar outros testes após encontrar vestígios de contaminação no local. Os traços foram encontrados no banheiro e na sala de estar do apartamento em Hamburgo, e em uma cama e uma cadeira da propriedade em Haselau. Ainda serão feitos outros testes para confirmar se a contaminação está ligada ao polônio 210.
Ex-mulher
A ex-mulher de Kovtun e sua mãe foram interrogadas pela polícia. A identidade das duas não foi revelada.
Kovtun se reuniu com Litvinenko no Pine Bar, do hotel Millennium Mayfair, em Londres, no dia 1º de novembro. Ao menos dez pessoas que estiveram no Pine Bar neste dia foram contaminadas com radiação: sete funcionários do hotel, Litvinenko, Kovtun e Andrei Lugovoi, um terceiro empresário russo presente no encontro com o ex-espião.
Traços de polônio foram encontrados nos aviões em que ambos viajaram de Londres a Moscou. Lugovoi, agora um empresário, declarou que não tem nada a ver com a história do envenenamento por radioatividade de Litvinenko e recordou que os traços dessa radiação podem ser encontrados em qualquer pessoa que tenha estado em contato com a vítima.
A porta-voz da polícia alemã Ulrike Sweden afirmou hoje que ainda não está claro se Kovtun retornou para Hamburgo depois de se encontrar com Litvinenko --o que poderia explicar a contaminação encontrada. Segundo ela, tanto uma pessoa quanto um objeto poderiam ser fontes da radiação encontrada no apartamento em Hamburgo.
Busca preventiva
As autoridades alemãs estão em contato com a polícia britânica que investiga o caso, mas deixaram claro que a busca por radiação é "puramente preventiva" e não faz parte de nenhuma investigação específica contra Kovtun.
Os vestígios de radiação encontrados nos locais não apresentam riscos para os residentes, afirmou a polícia, mas cerca de 30 pessoas que vivem no prédio foram orientadas a deixar o edifício enquanto os testes continuam.
Alexander Litvinenko foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e vivia desde 2000 como refugiado no Reino Unido, onde o governo lhe havia concedido nacionalidade britânica. Antes de morrer, ele acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin --de que era crítico-- de ter planejado seu assassinato.
Com agências internacionais
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A polícia alemã anunciou neste sábado que foram encontrados traços de radiação em dois locais em Hamburgo, ambos os quais têm ligação com Dmitry Kovtun, um contato do ex-espião russo envenenado com polônio radioativo, Alexander Litvinenko.
Segundo a polícia, radiação alfa foi encontrada no apartamento da ex-mulher de Kovtun, empresário russo que se reuniu com Litvinenko em 1º de novembro --dia do envenenamento do ex-espião. Kovtun foi contaminado com polônio 210 e está internado em estado grave em um hospital em Moscou.
O polônio 210 é a mesma substância que causou a morte de Litvinenko, no dia 23 de novembro.
A radiação também foi detectada em uma casa em Haselau, próxima a Hamburgo, onde vive a mãe da ex-mulher de Kovtun.
Investigação
A polícia informou que começou a checar os locais em Hamburgo para buscar sinais de radiação após relatos da mídia de que Kovtun viajou para Londres em um vôo saindo de Hamburgo.
No apartamento de Kovtun, no distrito de Ottensen, em Hamburgo, especialistas não encontraram nenhum vestígio do polônio 210. No entanto, segundo os investigadores, foi encontrada "contaminação que exige um exame minucioso" em dois locais de um apartamento no mesmo prédio usado pela ex-mulher de Kovtun.
Eles encontraram indícios durante a noite de que uma fonte de radiação esteve no apartamento, mas essa fonte não foi encontrada.
A polícia isolou a propriedade em Haselau para realizar outros testes após encontrar vestígios de contaminação no local. Os traços foram encontrados no banheiro e na sala de estar do apartamento em Hamburgo, e em uma cama e uma cadeira da propriedade em Haselau. Ainda serão feitos outros testes para confirmar se a contaminação está ligada ao polônio 210.
Ex-mulher
A ex-mulher de Kovtun e sua mãe foram interrogadas pela polícia. A identidade das duas não foi revelada.
Kovtun se reuniu com Litvinenko no Pine Bar, do hotel Millennium Mayfair, em Londres, no dia 1º de novembro. Ao menos dez pessoas que estiveram no Pine Bar neste dia foram contaminadas com radiação: sete funcionários do hotel, Litvinenko, Kovtun e Andrei Lugovoi, um terceiro empresário russo presente no encontro com o ex-espião.
Traços de polônio foram encontrados nos aviões em que ambos viajaram de Londres a Moscou. Lugovoi, agora um empresário, declarou que não tem nada a ver com a história do envenenamento por radioatividade de Litvinenko e recordou que os traços dessa radiação podem ser encontrados em qualquer pessoa que tenha estado em contato com a vítima.
A porta-voz da polícia alemã Ulrike Sweden afirmou hoje que ainda não está claro se Kovtun retornou para Hamburgo depois de se encontrar com Litvinenko --o que poderia explicar a contaminação encontrada. Segundo ela, tanto uma pessoa quanto um objeto poderiam ser fontes da radiação encontrada no apartamento em Hamburgo.
Busca preventiva
As autoridades alemãs estão em contato com a polícia britânica que investiga o caso, mas deixaram claro que a busca por radiação é "puramente preventiva" e não faz parte de nenhuma investigação específica contra Kovtun.
Os vestígios de radiação encontrados nos locais não apresentam riscos para os residentes, afirmou a polícia, mas cerca de 30 pessoas que vivem no prédio foram orientadas a deixar o edifício enquanto os testes continuam.
Alexander Litvinenko foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e vivia desde 2000 como refugiado no Reino Unido, onde o governo lhe havia concedido nacionalidade britânica. Antes de morrer, ele acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin --de que era crítico-- de ter planejado seu assassinato.
Com agências internacionais
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