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13/12/2006
-
10h21
da Folha Online
Após uma cerimônia de funeral abalada por discursos de defesa do golpe militar no Chile, proferidos por familiares do ditador Augusto Pinochet (morto no último domingo, 10), os restos mortais do general foram cremados na noite desta terça-feira (12) no cemitério Parque del Mar, na cidade costeira de Concón, segundo funcionários locais.
Após a cremação em Concón, 130 km ao noroeste de Santiago, uma comitiva militar de oito automóveis saiu do cemitério com destino desconhecido levando as cinzas do ditador. O local onde as cinzas serão depositadas será mantido em segredo.
Especula-se, no entanto, que as cinzas de Pinochet serão levadas para a região costeira onde fica o sítio de Los Boldos, 60 km ao sul de Concón, para onde viajaram familiares do general. Pinochet costumava passar finais de semana e verões em sua residência na região.
O ditador chileno, que comandou o Chile entre 1973 e 1990, morreu aos 91 anos uma semana após ter sofrido um infarto do miocárdio. Ele passou sua última semana de vida internado no Hospital Militar de Santiago.
O corpo de Pinochet foi levado ao cemitério de Concón em um helicóptero que partiu da Escola Militar de Santiago. As cerimônias de seu funeral atraíram a presença de milhares de simpatizantes.
Funeral polêmico
Os atos fúnebres do ditador chileno Augusto Pinochet, organizados pelo Exército e com a presença da ministra da Defesa, Vivianne Blanlot, que foi vaiada, converteram-se ontem em uma defesa férrea do golpe militar de 1973 e de sua condição de "presidente", aclamada pelas cerca de 4.000 pessoas presentes à cerimônia.
O general Oscar Izurieta, comandante-em-chefe do Exército, pediu no seu discurso para "deixar à história" a avaliação do regime militar encabeçado por Pinochet e as condições que enfrentou ao assumir a presidência, "com a convicção de que não havia outra solução".
Lucía Pinochet Hiriart, a filha mais velha do ditador, despediu-se do pai como "presidente Pinochet" e afirmou que "ainda arde a chama da liberdade que em um dia 11 de setembro Augusto Pinochet semeou em nosso país para sempre".
Outro discurso com carga política foi o do cadete Augusto Pinochet Molina, neto do ditador, que vestindo uniforme militar disse que o seu avô foi "um homem que derrotou em plena Guerra Fria o marxismo e que sempre evitou sofrimentos desnecessários".
"Foi um dos líderes mais importantes de sua época em nível mundial, um homem que em plena Guerra Fria derrotou o modelo marxista, que pretendia impor o seu modelo totalitário diretamente pelas armas", afirmou.
Pinochet
Pinochet recebeu todas as honras militares, mas seu funeral não teve caráter de Estado nem foi decretado luto nacional, segundo decidiu a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O governo destacou um dispositivo de segurança para a cerimônia militar.
Durante os 17 anos de seu regime, o ditador perseguiu membros e aliados da coalizão União Popular, ligada ao antigo governo. Em 1973, ao menos 70 foram vítimas da Caravana da Morte.
Cerca de 3.000 chilenos morreram entre 1973 e 1990, como vítimas da ditadura de Pinochet.
O regime começou a chegar ao fim em 1980, quando uma nova Constituição foi aprovada. mas a democracia só foi restaurada no Chile em 1990.
Com agências internacionais
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Após uma cerimônia de funeral abalada por discursos de defesa do golpe militar no Chile, proferidos por familiares do ditador Augusto Pinochet (morto no último domingo, 10), os restos mortais do general foram cremados na noite desta terça-feira (12) no cemitério Parque del Mar, na cidade costeira de Concón, segundo funcionários locais.
Após a cremação em Concón, 130 km ao noroeste de Santiago, uma comitiva militar de oito automóveis saiu do cemitério com destino desconhecido levando as cinzas do ditador. O local onde as cinzas serão depositadas será mantido em segredo.
Especula-se, no entanto, que as cinzas de Pinochet serão levadas para a região costeira onde fica o sítio de Los Boldos, 60 km ao sul de Concón, para onde viajaram familiares do general. Pinochet costumava passar finais de semana e verões em sua residência na região.
O ditador chileno, que comandou o Chile entre 1973 e 1990, morreu aos 91 anos uma semana após ter sofrido um infarto do miocárdio. Ele passou sua última semana de vida internado no Hospital Militar de Santiago.
O corpo de Pinochet foi levado ao cemitério de Concón em um helicóptero que partiu da Escola Militar de Santiago. As cerimônias de seu funeral atraíram a presença de milhares de simpatizantes.
Funeral polêmico
Os atos fúnebres do ditador chileno Augusto Pinochet, organizados pelo Exército e com a presença da ministra da Defesa, Vivianne Blanlot, que foi vaiada, converteram-se ontem em uma defesa férrea do golpe militar de 1973 e de sua condição de "presidente", aclamada pelas cerca de 4.000 pessoas presentes à cerimônia.
O general Oscar Izurieta, comandante-em-chefe do Exército, pediu no seu discurso para "deixar à história" a avaliação do regime militar encabeçado por Pinochet e as condições que enfrentou ao assumir a presidência, "com a convicção de que não havia outra solução".
Lucía Pinochet Hiriart, a filha mais velha do ditador, despediu-se do pai como "presidente Pinochet" e afirmou que "ainda arde a chama da liberdade que em um dia 11 de setembro Augusto Pinochet semeou em nosso país para sempre".
Outro discurso com carga política foi o do cadete Augusto Pinochet Molina, neto do ditador, que vestindo uniforme militar disse que o seu avô foi "um homem que derrotou em plena Guerra Fria o marxismo e que sempre evitou sofrimentos desnecessários".
"Foi um dos líderes mais importantes de sua época em nível mundial, um homem que em plena Guerra Fria derrotou o modelo marxista, que pretendia impor o seu modelo totalitário diretamente pelas armas", afirmou.
Pinochet
Pinochet recebeu todas as honras militares, mas seu funeral não teve caráter de Estado nem foi decretado luto nacional, segundo decidiu a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O governo destacou um dispositivo de segurança para a cerimônia militar.
Durante os 17 anos de seu regime, o ditador perseguiu membros e aliados da coalizão União Popular, ligada ao antigo governo. Em 1973, ao menos 70 foram vítimas da Caravana da Morte.
Cerca de 3.000 chilenos morreram entre 1973 e 1990, como vítimas da ditadura de Pinochet.
O regime começou a chegar ao fim em 1980, quando uma nova Constituição foi aprovada. mas a democracia só foi restaurada no Chile em 1990.
Com agências internacionais
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